#AFORISMO 603/ME E A ESTRELA VERDE# - GRAÇA FONTIS: PINTURA(TÍTULO: #SOLSTÍCIOS DA ESTRELA#)//ARTE ILUSTRATIVA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO



EPÍGRAFE:


"Só acredito que alguém seja fama e sucesso, se ele brilha ao lado da Estrela Verde" (Manoel Ferreira Neto)


Nada e ser.


Mordiscam de luz as miríades do sublime. Espectros de imagens projetadas nos horizontes das contingências efêmeras e eternas, dialéticas do bem e do mal solsticiam o pleno de sombras, penumbras e brumas, contradições dos dogmas e verdades, e nos interstícios inconscientes dos desejos latentes taos de a-nunciações das verdades sublimam medos do inaudito, krishnas de re-velações do espírito são katharsis, katharsiam dúvidas e inseguranças da morte além solstícios da etern-idade, mesmo que isenta da redenção e ressurreição. O que importa isto de "redenção", "ressurreição"? A magia da vida é a contingência, embora todos os sofrimentos e dores.


Oásis ao longe pre-figuram o deserto da solidão, e olho ensimesmado nas fendas de uni-versos distantes as dores que projetei, dores por sentir o que penso, dores por pensar o que sinto, dizendo-as solene e pomposo - não fora Deus quem disse as verdades devem representar a dignidade do caráter, a honra do desejo da ressurreição? Não proseio circunspecto ou retrospectivo a vida quem sou, da coragem à ousadia faço do verbo a cintilância da estrela que guia na floresta da noite a vereda que leva ao panorama do vale aberto às visões das amplitudes do que sacia a sede da sabedoria e conhecimento.
Por vezes con-templo de soslaio alguma imagem que se me revela pretérita, imperfeita de esguelha, perfeita à intuição do que me fui, do que me re-presentei, do que nonsensiei.


Não versejo iluminado ou inspirado nas contingências serenas projetadas no espelho das superfícies de angústias, melancolias, nostalgias, saudades, desesperos, o ser de mim que me é a vida, da esperança ao absoluto do espírito componho do verso e estrofes, poesia livre ou soneto, rimas, acordes, melodias e ritmos, a re-presentação do belo e da beleza, sonho do divino ao pálido crepúsculo de luzes dispersas no diáfano do silêncio que alumia a solidão do verbo, e na travessia de nonadas às sorrelfas do sentir-me quem in-vestiga no ser o tempo da consciência, no tempo a sensibilidade do ser, trans-elevo o olhar de linces da simplicidade do pensamento e idéias, do sentimento e ideais aos confins e arribas do oásis do deserto de minha solidão, esta que busco a quaisquer instantes de meus passos ao longo e extensão das sendas límpidas e nítidas do ego de meu “eu”.


A luz do verbo de quem sou às cintilâncias numinosas da estrela verde do verbo de luz do ser de mim, em cujos interstícios desejo solene o mergulho profundo, abismático à busca da miríade do infinitivo do tempo, onde o silêncio solsticia a solidão, onde a solidão perscruta o deserto de todas as contingências, que gerundie a lareira de desejos e querências do sublime, do ingênuo, do inocente. Em mim, a angústia do vazio subjuntiva o tema do efêmero, introspectivo nas bordas das nonadas de travessias do absoluto ao obtuso em que me encontro neste instante-limite de esquecer-me, des-memorizar-me das horas todas desde o espectro da luz do gênesis às perspectivas e ângulos da sombra do apocalipse, jamais-nunca da transcendência-contingente do verbo que desverbaliza o sujeito da etern-itude, nunca-jamais da contingência do sujeito que descarnaliza os dogmas dos ossos à sombra dos pecados da carne.


(**RIO DE JANEIRO**, 25 DE FEVEREIRO DE 2018)


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