AFORISMO 606 ANJOS DO SENHOR, A VERDADEIRA VIDA ESTÁ AUSENTE! GRAÇA FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO



A verdadeira vida está ausente? Não em suas contingências e aqui vemos nas mãos do amor golpeado por signos, mitos e ausência de gravidade vivendo um novo capítulo entre reflexão do passado e a veloz presença do futuro operando secretas e imutáveis transformações, sentindo - se fecundado ao dilatar - se neste universo onde o Ser não é o único habitante embora desassociada solidão e assumindo a consciência polarizada e dinamizada do amor ser o elemento e alimento de seu pensar, segue levando consigo as evidências do outro, "quiçá ainda escravos acorrentados as suas neuroses e psicoses", e nas suas esperanças, como um cais vazio e sem horizontes delimitado em gestos largos nas distâncias nada lhe escapa buscando refúgio na linguagem para suas metas e objetivos e ali com certeza, nas taças do tempo irá colhendo acolhendo uvas e pérolas de alegrias à fascinarem-no ao êxtase pela ambiguidade dos sentidos, sentimentos e sensações metamorfoseado em prazeres aquando suscitando uma pergunta... quantos tiveram coragem de se perder de extremo a extremo nessa névoa opaca onde fantasmas tornam - se corpos exultantes em nada entender à luz dos compassos do tempo marejados réquiens de felicidades! Parabéns meu caríssimo Escritor por mais este fascinante e incrível texto aforístico!


Graça Fontis


#AFORISMO 606/ANJOS DO SENHOR, A VERDADEIRA VIDA ESTÁ AUSENTE#
GRAÇA FONTIS: PINTURA(TÍTULO: #CÂNDIDO ANGÉLICO#)//ARTE ILUSTRATIVA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Anjos do Senhor, «A verdadeira vida está ausente.»


Exultante por nada com-preender à luz do encanto e re-encontro/re-encanto dos abraços e compassos, os réquiens às felicidades e alegrias, às flores morenas que mandam no coração, que moram no paraíso de mim, que me tiram da solidão, nada entender sob a imagem da nova consciência e juventude do outro que se a-nunciará no campo de flores secas que caem e serão húmus de outras a re-novarem as forças do espírito para as novas razões, desejos e vontades, todas as alegrias e felicidades habitam-me, por assim ser, ser o que me habita a essência da vida e contingências dos tempos, despertando-me para a busca de esclarecê-los e torná-los transparentes e re-luz-entes, não é está-la definindo de modo absoluto, não é estar conceituando e categorizando os raios luminosos que moram no coração e espírito delas, seja verdade eterna e imortal, não o seja, tanto pior, jamais haverá quem isso conteste ou diga que nas situações e circunstâncias do tempo essa era a definição que se poderia obter, era o que se poderia considerar e reconhecer sublime e esplendoroso, as luzes plenas não haviam sido acendidas ainda.


Uma vaga profusão
de amor
suspende-me por um átimo
acima de mim mesmo
e, inseguro,
consinto-me insofismavelmente
ser apanhado pelo meu próprio destino.


Uma vazia efusão
de esperança ergue-me
por um minuto além de mim mesmo
e, indeciso, permito a mim
resvalar pela alegria estonteante.


Difícil a percepção
da inteireza das contradições...


Na continuidade das relações sociais, políticas e econômicas é que seriam acesas, iluminadas, abençoadas, ungidas, haver-se-á de esperar novos tempos, mudanças e transformações, haver-se-á de esperar novo arco-íris, eclipse do sol, até que fora iluminado para assim definir com toda propriedade, categoria, fora muito feliz, mas a mesm-idade do tempo continua, as sanidades prolongam-se, as idéias vãs são conservadas em nome de preservar os princípios da salafrariedade, para o esquife ser acompanhado com lágrimas verdadeiras e de crocodilo pelas cumplicidades, capachidades, alibiedades dos súcias, sem os benefícios todos das dúvidas extensas e cogitanas, só os súcias se amam mutuamente sem quaisquer dúvidas e desconfianças, sem quaisquer interesses obtusos ou chinfrins, completam-se, aderem-se, comungam-se, e tais palavras já não têm o menor sentido, pode-se conservá-las, preservá-las, atribuindo-lhes outros sentidos à mercê das pedras que rolam serra abaixo, rolam pretéritos da rocha que é levada com esforço sobre-humano ao cume dela, já nem se explica por que razão serem pró-nunciadas, por que motivo serem ditas com ênfase e euforia, até deixando a baba escorrer queixo abaixo, as ciências, tecnologia, informática e o conhecimento se desenvolveram, progrediram, não existem mais mistérios, a vida é livro aberto, é página límpida e nítida de letras claras, mostrando todas as sílabas que podem ser lidas livre e espontaneamente, com olhos de lince ou simplesmente retinados de vazio e volúpias, pupilados de abismos e êxtases – quê imagem de quem se encontra à soleira de seu alpendre, sentado no toco de madeira, no crepúsculo, na amplidão de longínquos pretéritos presentes na memória, o prazer de re-versos desejos, o clímax de in-versas vontades, a extasia de ad-versas visões-do-espírito, "Ah, look at all the lonely people...", a idiossincrasia do eterno esquecida no tempo, a flor de cactus presenciada nos alvores de outro ser do verbo, que me alimente de outros subjuntivos e gerúndios do saber-verbo-uno, das buscas e querências, a miríade de luz de minh´alma resplende de nonadas a luz das travessias, assim vou perfilando ou performando as poeiras das estradas à luz do picadeiro de gargalhadas, do palco de desejâncias da leveza do ser.


Ilusões de antanhas esperanças e sonhos, ondas de verbos deslizam suaves e serenas, versos de pensamentos, estrofes, questionamentos singelos do vir-a-ser de horizontes que respinga de dimensões de verdades os volos da inspiração, intuo na imagem das idéias a sensibilidade do ser, e sinto que a poesia é eidos da filosofia, percebo o verbo dos sonhos de amar na dimensão da verdade de ser a semente do prazer que se encontra na emoção de re-fletir, meditar, pensar, in-vestigando os vestígios das fantasias, fertilidade da imaginação, carência abismal da arte e das perspicácias do estar no mundo.


Anjos do Senhor, «A verdadeira vida está ausente.»


Poesia da filosofia - e a coruja canta no silêncio da noite a linguística das querenças do belo sublime, a semântica das desejâncias do In-finito da pureza do divino, da suave beleza da sabedoria que sacia a sede do pleno plenificado de outros uni-versos do verbo que à lareira verseja as chamas dos idílios do silvestre porvir da floresta de místicos mistérios do eterno, gorjeia no seu ser-de pássaro para a gnose da Vida, para a sabedoria da con-ting-ência de existir no mundo, versifica o olhar do lenhador no tronco da árvore com os toques da lâmina do machado nele, objetivo aquele tronco seja o objeto das chamas do fogão, a lenha para fazer o alimento da vida.


Filosofia da poesia - no alvorecer o canto dos pássaros saudando os raios numinosos do sol, a natureza que diviniza o panorama de estesia simples e inocente, a estética do sublime. Ser e verbos...


Anjos do Senhor, "A verdadeira vida está ausente".


Na amplidão de longínquos pretéritos presentes na memória, o prazer de re-versos desejos, o clímax de in-versas vontades, a extasia de ad-versas visões-do-espírito, "Ah, look at all the lonely people...", a idiossincrasia do eterno esquecida no tempo, a flor de cactus presenciada nos alvores de outro ser do verbo, que me alimente de outros subjuntivos e gerúndios do saber-verbo-uno, quem sabe o sério caso de amor tenho comigo não haja sido concebido na madrugada da alteridade do outro, só assim alcançaria o corcovado das sin-cronias do eterno e do efêmero, paradoxo?, hipérbole?, embora as algazarras todas, das buscas e querências, a miríade de luz de minh´alma resplende de nonadas a luz das travessias, assim vou perfilando ou performando as poeiras das estradas à luz do picadeiro de gargalhadas, do palco de desejâncias da leveza do ser.


Ritmo de músicas trans-cende a vida e a morte, trans-eleva o sonho e as esperanças, trans-passa travessias e pontes partidas, regendo linguagens do dito, inter-dito estilo da saudade e melancolia, além-ditas formas e estruturas da alegria e tristeza, querência e ilusões do ter sido no ambíguo ato de jogar sobre a mesa as leis naturais do sentido e significado, metáforas, símbolos, signos, reis, ases do pôquer sobre o balcão das semânticas, felizardo, desgraçado, re-presentações de linhas em góticas letras, magnífico retrato dos sentimentos comungados à poiésis da metafísica, às idéias re-colhidas e a-colhidas nos horizontes pretéritos das experiências, nos uni-versos mais-que-perfeitos das desilusões, aos sonhos e utopias do belo con-tingente, da beleza trans-cendente, no silêncio eloqüente da floresta silvestre, con-templar as águas brancas do Infinito, no seio des-encarnado de senso, contra-senso, comungar linhas e entre-linhas nas além-linhas do orgasmo, da magia.


Anjos do Senhor, "A verdadeira vida está ausente"


Na solidão do poema, a re-flexão dos versos e estrofes que silesiam as miríades do tempo, o ser de luzes que iluminam os vazios da con-ting-ência, o ser de raios cintilantes que numinam os mistérios e enigmas da vida, trans-elevando-a aos auspícios do in-finito, onde as paisagens esplendem a estética da pureza e do sublime e o uni-verso exala o perfume in-finitivo do perpétuo desejo à ideia do infinito colocada no ser separado pelo infinito — retém-se a sua positividade, a sua anterioridade relativamente a todo o pensamento finito e a todo o pensamento do finito, a sua exterioridade em relação ao finito. Foi a possibilidade do ser separado. A ideia do infinito, o transbordamento do pensamento finito pelo seu conteúdo, efetua a relação do pensamento com o que ultrapassa a sua capacidade, com o que a todo o momento ele apreende sem ser chocado. Eis a situação que denominamos acolhimento do rosto. A ideia do infinito produz-se na oposição do discurso, na socialidade.


O símbolo não lega
realidade a um sentimento,
consistência a uma emoção
- é a mais pura pobreza
buscar-lhe para a construção
do íntimo.
A metáfora não diz
o fundo dos conflitos,
dores,
não fala
o profundo da consciência,
inconsciência,
não expressa a essência da realização,
desejos.
O que lega realidade
é a contingência das palavras,
o factício dos sentidos,
a fatuidade dos significados.


Anjos do Senhor, "A verdadeira vida está ausente".


Fora deitar-me às cinco horas da manhã, pós espairecer as idéias na rede da varanda, e sonhei alguém comigo sentado numa mesa de botequim dizendo que o EU deve desalojar-se de sua imanência segura exigindo-lhe uma posição transcendental. O sujeito necessariamente, para eliminar o sistema opressivo em que vivemos deve auscultar a verdade do outro, não para convencê-lo de que ele não tem razão, mas para a construção de uma nova identidade que inclua o outro e seu modo de ser. Ao nosso lado alguns jovens degustavam o sabor da Marijuana. Levantamo-nos, seguimos juntos uma longa avenida em cujo centro estão dezenas de palmeiras.


O pensar que pensa o pensamento olha de modo re-flexivo a passagem do efêmero e passageiro, do nada e obtuso, do eterno e in-cont-ingencial, e com a leitura re-verenciar o que há de vir, espalhando coisas sobre um chão de giz, o que há de ser, jogando na colcha de retalhos os confetes do gozo dos acorrentamentos no calcanhar das explicações freudianas, dos enforcamentos nos pescoços das idéias analíticas das neuroses e psicoses da psicanálise moderna, con-templar a águia que voa de um extremo ao outro do uni-verso, em busca de seu in-finito, do horizonte onde pousará e olhará tudo de frente, baterá suas asas alegremente para mostrar e id-ent-ificar que os seus projetos foram sim concretizados, poderá atravessar o que há para além do bem e do mal, do eterno e efêmero...


Incrível
haver dores acompanhando
- a dor de um furúnculo nas costas
incomoda-me, irrita-me
neste instante em que traço estas linhas -
a vida em todo seu processo e trajeto. Há instantes
em que um grito surge inesperado
e verdadeiro - o que são as alegrias, realidades
ou fantasias?” - e também calado...


Fascinante...
As dores
originarem prazeres, instantes de júbilos e êxtase!
Há momentos em que o peito dilacera-se,
afigura-se a vida inteira alcançar
o absoluto, o perene.
Dores e prazeres sucedem-se ao longo da contingência...


(**RIO DE JANEIRO**, 27 DE FEVEREIRO DE 2018)


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