#AFORISMO 428/BOÊMIA DO AMOR## - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Entendo a verdade como o amor:
Somos quem somos vivendo-a;


Entendo o amor como a fonte do rio:
Sempre jorrando água, águas outras
Que percorrerão caminhos e caminhos
Até serem o mar.


Entendo a felicidade como a palavra:
Crio-a, invento-a, recrio-a
Sou a felicidade a todo instante,
Mesmo que efêmera.


Entendo o sonho como o desejo:
Desejo da verdade, desejo do amor, desejo da vida.


Entendo o desejo como o ser:
Busca do absoluto, busca da essência,
Busca de valores que fundamentem o viver.


Entendo a utopia como o verbo,
Verbo que se verbaliza e verbaliza,
Verbo que conjuga os defectivos lotes vazios
Verbo que infinitiva o branco das nuvens,
Querença do "nós".


Entendo o ser como inquietude:
O efêmero de todas as coisas esvaziando a alma,
O efêmero da verdade nadificando a vida,
Verdades fúteis ornamentando os instantes-limites,
Mas jogando a vida sobre a mesa da vontade
De conquistar o amor, aprender a amar
Sou poeta
Não aprendi a amar
Sou escritor
Aprendi a letra-prosa do verbo amar
Sou homem
E estou amando, amor-verdade de ser
A busca da verdade-amor é o ser de minha vida....


Entendo a verdade-amor como a esperança:
O vir-a-ser o indicativo do tempo de aprender
A sabedoria da verdade
O há-de-vir o que preencherá os vazios,
Faltas, falhas, a imperfeição
Ser em mim de quem vivo
Tocar em mim a música de quem sinto,
Escrever-me as letras de meu ser,
Vagabundear-me os versos de minh´alma
Ser a metáfora de minha boêmia do amor,
O porvir o que sinto verdadeiramente de meu amor por você
Amor, a-núncio de carinho
Amor, pre-núncio de silêncio de sentir seu ser,
Tem certas coisas que não sei dizer
Digo-as no silêncio de amar você
Amor, revelação do que será amar você amanhã,
Amor, revelação do acender as luzes todas
Dos recônditos da alma, iluminar todos os devaneios
Amiúde às simpliscências da chuvinha
Fina que cai nos sítios de meu ser,
O futuro: deixar o ser livre, deixar o ser
ser liberdade nas asas do tempo...


Entendo a liberdade como o fruto do destino,
Liberdade de considerações do feijão-com-arroz,
Liberdade de considerar um som leve, vibrando no ar,
Liberdade de considerar a palavra como guia
De suas atitudes, ações.


Entendo o tempo como ipsis
Do amor-para-a-verdade
E você é o tempo
E você é o desejo
E você é a esperança
E você é o sonho
E você é o real, a realidade
E você é a fé
De um objetivo único em nossas vidas:
O objetivo de sermos o verbo do amor
Encarnado em nossas entregas.


Entendo você como a vida:
Sempre sonho e esperança do Amor-verdade,
Verdade-amor, amor-para-a-verdade,
Verdade-para-o-amor
Para-a-verdade-o-amor,
Para-o-amor-a-verdade....


(**RIO DE JANEIRO**, 01 DE DEZEMBRO DE 2017)


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