#AFORISMO 477/ÉTER DE INTER-DITAS NEBLINAS# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/ Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Pers em pectivas de miríades de oásis,
Pros em pectivas de lâminas de águas,
Retros em pectivas de círculos de raios de luz
Incindindo-se nos mistérios e enigmas,
Chamas de fogo,
De-ser-tando-de-frios-a-madrugada,
Céu intenso, imenso de estrelas e lua,
Às margens do in-audito in-finito de uni-versos
Ecos de "nós" murmurando no silêncio da alma,
A ruminação da solidão, o uivo da liberdade,
Silêncios deambulando na longínqua neblina,
Essências - Gracias a la vida - ritmando de palavras
Melodias em sílabas,
Ritmos em melopéias de palavras,
Dança em tons de vozes, algazarra de línguas,
Baile de ópera dos silêncios,
Imaginárias imagens se a-nunciando, patenteando,
Cristalizando-se, as divin-itudes das pinturas,
Éter inter-dito de vividas genesis...


Outroras, sentimentos perpassando o tempo,
Emoções con-fabulando eidos de nostalgias
Em esperanças de saudades o não-inda-sentido,
Lágrimas de chuva molhando a face do horizonte
Distante, não menos distante dos finitos confins,
Àguias sobrevoam a serra dos lúdicos prelúdios,
À mercê de sonoros cânticos em ondas
Riscando as inter-ditas neblinas de éter,
Gaivotas, outras nas barcas e canoas con-templando
A imensidão do mar,
E outras aves sobrevoam o mar
Sobrevoam a fonte de águas sedentas de per-cursos,
Itinerários, à luz de ventos de leste,
Espalhando pingos por todos os sítios do espaço sideral,
Respigando as folhas das florestas de ternas carícias
Das etern-itudes e seren-itudes con-cebidas de iman-{ências}.


Místicas ilusões entre-laçadas à verdade
Que é sempre uma busca ao longo de todos os tempos,
Ao longo dos verbos, carências, falhas, faltas, medos,
Cor-agens, ousadias, liberdade,
Até a consumação de versos e estrofes poéticos,
Até a efemerização de sentidos e metáforas da estética,
Até a posterização de sabores do verbo, paladar do sujeito,
Do coração em perfeita harmonia, sin-cronia, sintonia
Com o sentimento de verbo pleno,
Numinando de raios o sonho do amor à luz
Do sol que resplandece no amanhecer os sítios, o sítio,
Quiçá choupana, de ornamento, no futuro uma choupana
Para os lazeres e liberdades junto de mãos dadas,
Andando no campo no crepúsculo,
Terras estrangeiras, a esposa, companheiros de pintar o sete,
Brincar às palavras, com as letras, empiriquitar o sete,
Projeto-lhe...
Deixo-lhe voar livre, seguir seus horizontes, uni-versos,
Até re-pente...
- todos os sonhos são reais e o real são todos os sonhos...


Recônditos da floresta de idos tempos da criação,
Interstícios da memória de baladas e canções,
Convite a ouvir os sons da harmonia, claridade,
Interstícios das grutas e cavernas as primaveras levaram,
Convite a auscultar a suavidade dos verbos
Da viagem do espirito sob o ritmo, a melodia, acorde
Do tempo - quimera dos verbos, do sujeito, da verbalização,
Em cima da porteira, esperando o boadeiro dar-me em mão
Canecão de leite, quente, espumante,
Os galos acordados, cantando,
Tempo de suavidades do verbo...
Iluminando das cores do arco-íris as esperanças
Ad-vindas longínquas, "across the universe",
Lívidas, trans-parentes, trans-lúcidas, cristalinas
Essências das águas per-correndo de silêncios
As margens dos rios da humanidade...


(**RIO DE JANEIRO**, 16 DE DEZEMBRO DE 2015


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