#AFORISMO 488/DAS EFÊMERAS CON-TINGÊNCIAS# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: Aforismo



Fraternidade: Uno e Verso de verbos uni-versais, Koinonia e Kairós de estrofes de metáforas além das imanências, cáritas e paráclitos de versos de sin-estesias às arribas das efemeridades.


Imagine o mundo sem fronteiras,
Imagine o mundo sem religiões,
Seitas fundamentalistas: evangelicismos, crenticismos
Deixe estar
Haverá sempre res-posta.


O-ele-ir-pensando-o-pensamento-que-re-versa
De sentimentos os devaneios do desejo de a-núncios
A ilusão da verdade inda não sentira, não intuíra,
A intuição do sonho inda não real-izara,
Até-saber-quando-a-liberdade-e-verbo
Desenhará no vento que passa a sensibilidade
Das quimeras, fantasias, utopias,
Até-saber-quando-a-intuição-e-espírito
Performarão o eu que habita o verbo,
Criarão efeitos especiais da comunhão
O-eu-habita-o-verbo-e-o-verbo-habita-o-eu,
In-versando as máscaras e capuzes,
Os esgares faciais, o brilho dos olhos,
As solércias do olhar as coisas, os objetos, os homens.
Tergi-versando as tramóias, trambiques,
Os jogos e espertezas,
Con-versando as dialéticas e contradições,
Teses, antíteses, sínteses,
Troca de dedos de prosa.
Sentimentos sobrevoam ideais de liberdade, serem a vocação de manuscrever e compor a felicidade com a alma do espírito da entrega. Desejos de amor e amizade trans-elevam a alma sedenta de encontros, interação, a inconsciência aspira a entrega à realidade das contingências, suprassumir os medos de se revelar, corações entre-laçados, pulsando versos - carícias, ternuras trans-elevando sonhos além de portos e mares, lusíadas de glórias, grande sertão de melancólicas melancolias, nostalgias faustas, navegando horizontes de ilusões, confins de memórias póstumas -, o espírito livre de utopias, buscando a Verdade além de tempos e finitos.
Desejo de plen-itudes do Espírito, solen-itudes e viciss-itudes da Alma, de sendo-em-sendo iluminado pelas etern-itudes do tempo.


Os abismos
Percuciente profundeza pre-funda
Sibilos altissonantes riscam de arranjos rítmicos
Tempos inauditos de seculares vazios
Alegria polar de estrelas breves,
Travessia do sem-fim, pretérito do mais-que-profundo
As memórias, lembrancinhas, recordações,
Mist-érios de sendas-em-imagens, retros de pectivas
Da alma verbal-izando sagas, sinas
Da imanência literal-izando silêncios
A epigrafarem nas abóbodas do in-finito
O ipsis verbis dos pres-critos êxtases, tributo ao eterno,
Sonetos epistolados de cânticos e liturgias,
Vers-ificando, recitando, declamando
Das veredas versos-trans-nonadas de con-sagrado espírito
Líricas "Across the borderline"
Vers-enunciando enredos da dialéctica do verbo,
Dialéctica do eu-poético,
Dialéctica do sujeito,
Dialéctica do outro outro,
Musicalidade de idílios, paixões...


O-ele-ir-vislumbrando-com-sensatez-para-o-planeta, às re-vezes do "...espírito sombrio e devasso que ec-siste à revelia, demanda de algum ser...", instrui a "... abnegar subtilmente de uma quimera", "... deslinda aljôfares em cada canto...", e a palavra, um ser, esquecido de quem a concebeu, de quem a criou, o ele-ir-re-conquistando-as-luzes-do-in-fin-itivo alarga as próprias dimensões da consciência; diante da vida carregada de sonhos e utopias, ele conquista os nomes mágicos, os desvarios, devaneios que o in-troduzem na sede de criar outros silêncios que se pro-jectam no in-finito, pensamento mítico das palavras, sentimento místico do espírito.


O-ele-ir-tecendo-das-efêmeras-contingências-acendem
As chamas dos mais intersticiais recônditos da alma,
Êxtases, volúpias, exultações,
Até-saber-o-estilo-e-a-linguagem-de-con-templar
A travessia de ec-sistir o eu que se cristalizou
Na passagem do tempo, das situações e circunstâncias,
Pres-cinde de luzes do verbo que regenciem as sendas
Das in-verdades, mentiras, nonsenses,
Gerenciem os desejos da verdade, da estética,
Do "eu" e "tu", comungados no "nós" que amplia
A visão, a percepção, a intuição, a sensibilidade da
Fraternidade...


(**RIO DE JANEIRO**, 21 DE DEZEMBRO DE 2017)


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