#SERPENTES DE ZINCO# - GRAÇAS FONTIS GRAÇA FONTIS: PINTURA/PROSA Manoel Ferreira Neto: PARTICIPAÇÃO Graça Fontis/Manoel Ferreira Neto: POEMA



Haveria de sentir esperanças?
Tê-lo-ia, mesmo quanto a desfavorabilidade do dia, recriando-o mentalmente com tudo plausível às incógnitas respostas antes postas descoordenadas como um fio histórico dentro de tantas casualidades a fundamentarem tais pensares neste círculo humanístico feito jogos ganhadores ou perdedores, inusitado campo de batalha entre o "eu" e o "si".


Serpentes de zinco...
Eflúvios são pensamentos e idéias,
Sentimentos à procura de raízes e origens,
Re-fazendo as visões e utopias,
Porventura verbos se multiplicam
Nos abismos de silêncios a sibilarem ventos
Gerenciam a-nunciações de além,
Viagem,
Re-genciam intuições de que ausência nasce a carência,
Olhos perdidos na imensidade do tempo,
Emoções dispersas, o nada precedendo a sensibilidade
Das res-postas não tidas, não havidas,
Por que não ser verdade indubitável:
A ausência de res-posta é eterna?
A alma longínqua, à distância raios de sol
Perfeito, imperfeito, efêmero, contraditório,
Haveria de sentir esperança?
Vazio, o melhor seria silenciar-me,
O que teria a dizer, expressar?


Serpentes de zinco...
De que ausência nasce a carência?
Dialéctica do inconsciente e origens psíquicas,
Liberdade a flor de páginas imaginárias,
O tempo não pode encontrar sorte na efemeridade
De segundos, minutos,
Jogo as cinzas na areia da praia
Jogo os restos nas grimpas de árvores frondosas
Jogo os silêncios nos recantos e cantos
Em que a alma repousa as suas tristezas e angústias
Jogo serpentes de ilusões no chão...


Silêncio sem mais querer retornar à solidão de mim,
O que o girar e mover das coisas da existência,
Contingências de melancolias, nostalgias,
Saudades de carências que preencham recônditos,
Interstícios da alma à soleira de verdades incógnitas,
Perfeição, criação, fazendo toques e carícias
De entregar-me completo às serpentes da inspiração
Cai da árvore uma flor de pétalas abertas,
Amarela, inda viçosa,
Especial compreender as nuances e sombras
É que não se me afasta aquilo de dizer
"Atrás da noite, madrugada, houve causalidades
Matutinas, vespertinas, e no alvorecer
Só tem espaço as coisas mundanas",
A imagem se re-flete no espelho, fisionomia
Introspectiva a lembrança de carências
Que originaram quimeras e as ilusões perdidas,
Sthendalizadas de faltas, falhas,
Cernes de vontades e desejos
De seguirem viagem.


É nesta distorção a desembocarem caricaturadas de sombras e ilusões no plano realístico tantas emoções diferidas na captação pelos sentidos, ditos inteligíveis pela supra sensibilidade neste campo inconsciente, largo e irregular , mais específico ao acesso às grandes investigações e conceituação das andanças e danças que a existência nos propõe.


Serpentes de Zinco...
Aceito as contundências das tragédias psíquicas
A envolverem idéias e pensamentos,
Re-flexo de todas as estradas,
A des-envolverem verbos de sonhos
Habitando arquétipos,
Con-sinto as fantasias, fugas do real que imperam
Nos jogos e trafulhas de dogmas e preceitos,
Patenteio habitarem-me quimeras
A pervagarem por séculos,
Ad-mito silêncios de expressão e fala,
Solícito não, contudo cor-agem de
Ficar na marola
Do vento das ondas do mar, sentir a presença...


Contudo consubstanciado e solapando dentro
Dos insignificantes sentidos
Serpentearei palavras legíveis
À detetivez sedenta sabedoria
Onde o mais rendável são os emblemas
Significantes que gravitam imensuráveis na
Estabilização de nossos recônditos sentidos.


#RIODEJANEIRO#, 16 DE DEZEMBRO DE 2018#

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