MANOEL FERREIRA NETO ESCRITOR E CRÍTICO LITERÁRIO POIETIZA O POEMA DE SÔNIA GONÇALVES



Na moral - princípios das relações sociais, íntimas, desejos e vontades de outras luzes, religiosas, artísticas, mui recônditas, a esperança e utopias de outros pensamentos, ideais, idéias... Tais princípios sejam solo e semente de outros instantes e momentos do porvir...


No cardeal - onde depositamos as nossas fantasias, imaginações, idílios, conjunto do universo, lua, estrelas, constelações, planetas, à procura do infinito de nossa existência de sínteses do sonho e das utopias...


No interior - de nós, de nosso espírito, de nossa alma, de tudo o que nos contingencia e transcende, nossas angústias, tristezas, decepções, amarguras, ódios, decepções, nossas vontades e desejos de tudo isso superar e suprassumir, alcançar a Katharsis dos sentimentos de amor, solidariedade, compaixão, em sintonia com a Cáritas da compreensão e entendimento...


Ninho d´Amor - folhas e gravetos secos das situações e circunstâncias vivenciadas e experiência no percurso do tempo são o sonho da vida, onde será concebido o Ser, que no de-correr da existência há-de ser Amor aberto a todos os homens, a toda a humanidade, amor que se faz de gestos, atitudes, ações...


Na página inicial - o nascimento, as luzes de todas as perspectivas e visões do vir-a-ser, do há-de ser, e isto dependendo apenas de nesta página estejam inscritos e perscritos a liberdade e a utopia da Humanidade do Ser. Nesta página inicial, a presença do Desejo de Vida... de outra Vida...


Alinha o tempo em movimento - a síntese do quotidiano de contingências, dores e sofrimentos, angústias e tristezas, alegrias e felicidades, contentamento e solidão, conquistas e decepções, realizações e frustrações, são a terra em que pisamos neste caminhar de mundo, de estar no mundo, sempre em movimento, sempre girando, e a nossa sensibilidade com as experiência adquiridas, conscientes, alinhadas, em perspectiva, à luz do que virá, do que já foi, vai desbravando mistérios, enigmas, sinas, sagas, destinos, vai abrindo caminhos para o que transcende, vai além de nossas dimensões sensíveis e racionais, artísticas e naturais, o tempo em movimento abre as portas e janelas do infinito e do infinitivo...


Natal!
Tempo de refletir o nascimento,
Os sonhos e esperanças que nos habitaram
Neste instante-limite,
O que n´alma a-nunciava a caminhada
Da procura do Amor, da Solidariedade, da Compaixão,
O que fomos refletindo na passagem dos Natais,
O que nos ficou de memórias de nossas quimeras,
Como, nesta passagem, nesta travessia,
Do pretérito ao presente, do futuro,
Continuaremos a jornada desta procura,
Deve ser com mais entrega, com mais abraço...


Novo Ano
Aberto à outras labutas, lutas, perseveranças, esperanças,
Aberto a outros diálogos interiores com a nossa alma,
Atitudes de sim e de não, o que em nós carece de reflexões,
O que devemos fazer para crescer, amadurecer,
Podermos dizer que somos homens, sentimentos, emoções,
Podermos expressar que nossos olhos estão voltados
Para os verbos e os sonhos do Bem e da Verdade,
Nossa alma centrada nos Ideais e Princípios do Ser...


Novo tempo
Então, mãos e pés cruzados
Neste tempo de luzes que se nos a-nunciam,
Vamos criar, re-criar, inventar,
Poetizar, poematizar
A sensibilidade de nossa alma,
A espiritualidade de nossa liberdade, utopia,
A almática de nossos pensamentos e idéias,
Vamos espiritualizar nossa contingência...


Continua tudo normal
A anormalidade e a diferença estão
No que sentimentos, no que emocionamos, no que evangelizamos,
Isto de que nos habita a sabedoria do que nos carece
E o que podemos entregar de mãos livres,
E neste novo tempo é o que sentimos profundos
Do que é isto nascer, conceber a Vida e o Verbo do Sublime...


Diferente e igual
Diferente porque somos consciência, sensibilidade
Do que é a Vida, a Existência, para nós,
Sempre isto: as Contingências e o Sublime,
Igual porque em todos os humanos isto nos reside e habita,
E somos responsáveis por dizer os caminhos e trilhas perseguidas,
Diferença e igualdade
São as luzes a iluminarem a ribalta da liberdade e do destino...


Estamos vivos
Viver são natais de reflexões, meditações, querenças e sonhos,
Viver são leques dos tempos e dos ventos,
Nas dobras da coberta das dores e sofrimentos,
Indagações, perquirições, perguntas,
Estamos vivos para outras labutas, lutas, empreendimentos
Em nome do que nos é de mais sublime, a Entrega.


Segue o ritual
Por todos os natais,
Por todos os Novos Anos,
Segue o nosso ritual de querenças,
Esperanças...
A realização deste ritual
Depende de nós...


Assim, leio, sinto, medito, reflito, assim, interpreto, analiso este lindíssimo poema da AMIGA, Poetisa e Escritora, Crítica Literária, Sonia Gonçalves. Assim vislumbro e contemplo a Mensagem desta obra. Beijos nossos, querida!


Manoel Ferreira Neto

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