Ana Júlia Machado CRÍTICA LITERÁRIA ESCRITORA E POETISA CRITICA O AFORISMO /**ZAGAIA NO TEMPO DO NADA**/




Ao excelente escrito, do escritor Manoel Ferreira Neto, acerca da ZAGAIA NO TEMPO DO NADA… há alturas que nada sabemos, melhor direi que nunca sei quando sei, porque penso que efetivamente, nada sei…sei sempre muito pouco…o eu saber é nada do nada…e já é muito


Ora bem, entre o meu nada, considero que a totalidade já é tanto
Que consigo causar do meu não saber nada admiração e rir-me
E sendo nada divina, eu consigo supliciar o éden
A minha perpetuidade nada é e é durante o nada sendo
eu alago com o meu nada um flúmen,
uma imensidão e sobeja o nada do queixume
Alteio as garras ao paraíso e em obscuridades do nada calco
Mas o meu fardo é muito e o desengano
Concebe-me pluviosiar qual chuvarada de saraiva
Eu entoo, entoo e jamais entendo nada o quão…
E recolho e cultivo mais do que careço
E verbalizo ininteligível… E emudeço em língua internacional.
E tão-somente enfeitiço-me enquanto prejudico-me
Minha competência do nada é toda de inesperado.
E o que não deprecio, eu engrandeço
Minhas hipérboles do nada sei e nada quero criam dano.
No entre da minha totalidade o nada é imenso
E se nada alguém alcançou, assimilou, que arrisque sentir visceralmente a lança curta de arremesso no período do nada, senão permaneça alimentando o despojado do nada. Nada de vazio, nada de vácuo, nada de báratro.


Ana Júlia Machado


**ZAGAIA NO TEMPO DO NADA**
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Ao meu enteado-filho, Júlio Cesar Fontis, à minha nora mui querida e amada, Ane Carolina, os nossos desejos de muitas alegrias, conquistas, realizações, aquele Quiosque da Any bombe em 2019.


Sejam vocês meus enteado-filho e nora muito felizes. FELIZ ANO NOVO, MEUS AMORES. BEIJOS NOS CORAÇÕES DE VOCÊS!


Epígrafe:


Passeando na orla marítima da Praia da Luz, Ilha de Itaoca, respondeu-me Zagaia, sorrindo, postando-se à minha frente, estendendo-me a mão para um aperto de ideais, sonhos e utopias, à pergunta que lhe fiz: "Zagaia, o que é isto: "O NADA NA CONTINUIDADE DO TEMPO", e à res-posta, sentamo-nos no QUIOSQUE DA ANY, e tomamos a nossa cervejinha juntos, trocando palavras, idéias, ideais, pensamentos, projetos e entregas.


Nada digo, digo nada. Nada escrevo, escrevo nada. Nada olho, olho nada. Nada vejo, vejo nada. Nada desejo, desejo nada. Nada observo, observo nada. Nada crio, crio nada. Nada re-crio nada. Nada con-templo, con-templo o nada. Não ouço, ouço nada. Nada sinto, sinto nada.


Nada de nada. Nada de verbos. Nada de inspiração. Nada de ilusões, quimeras, fantasias. Nada de melancolias, saudades vazias. Nada de angústias, tristezas, náuseas. Nada de passado, presente, futuro. Nada de desejos, vontades, esperanças, sonhos. Nada de palavras, semânticas, linguísticas. Nada de sátiras, crônicas, comédias. Nada de alvorecer, crepúsculo, entardecer...


E me perguntam como sei tanto do nada, admirado quem quis isto saber. Nada sei do nada. Nada sei de nada. O nada aqui na madrugada. Nada de utopias, ideais, projetos. Nada... Nada no peito, nada na alma, nada no espírito. Nada com invisíveis relâmpagos me atinge, vem, vem, amada verdade do nada. Nada de absoluto, nada de eterno. Nada de in-finito, uni-verso, horizonte.


De nada Deus lhe pague. De nada Deus o abençoe, proteja nas sendas e veredas de nada. De nada Deus lhe inspire para debulhar as contas do terço, rogando o nada como único pertence para seguir as trilhas sem margens, sem extensão, sem poeiras metafísicas, sem psicanálise metafísica do inferno.


De nada Deus o ilumine para versejar, versificar a meiga insolência da morte, sagrado coração do nada, as meiguices insolentes do inferno nas chamas do caldeirão. De nada Deus o santifique para escrever os dogmas e preceitos da bíblia cristã, da bíblia pagã.


Será que a pessoa quem num comentário perguntou-me como sei tanto do nada faria esta mesma pergunta? Questionaria com critério e categoria: como pode nada saber do nada? Responder-lhe-ia: "Nada sou e, sendo nada, nada posso saber do nada" Nada de verdade, in-verdade, mentira. Nada de pés na estrada rumo ao in-finitivo do verbo nada, com aquele sentimento de nada que ele se tornará a etern-idade, a vida eterna. Nada de risos, sorrisos no tempo de Zagaia, nada de galhofas, ironias, sarcasmos, cinismos com o tempo do Onça que se esplendece a todos os nadas, esperando encontrar o Templo do VAZIO.


E se nada você entendeu, compreendeu, tente sentir-me profundamente NADA-TEMPO-DO-VERBO, senão fique curtindo o vazio do nada. Nada de vazio, nada de vácuo, nada de abismo.


#RIODEJANEIRO#, 29 DE DEZEMBRO DE 2018#

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