#PRETÉRITOS DIALÉCTICOS DA EXISTÊNCIA DIALÉCTICA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA



Epígrafe:


#É no reter o presente assegurando tempo e coisas neste chão de desgarrados o preterizar poético#(Graça Fontis)


Pret-éritos
De vazios, ensimesmando de sombras
O in-audito da alma, in-cognoscível
Das dimensões sensíveis,
Ondas de carinho fenecido,
Frio de mares de sonho,
Brisas de paisagens presumíveis
Para a angústia excessiva,
Fluxo e re-fluxo de bruma,
Insights de trevas e escuridões,
Quando a lua bafeja,
Quando as estrelas ululam.


Pret-éritos
De nonadas, envelando de perspectivas
As paisagens, panoramas, o crepúsculo sereno,
O Fim de Tarde, músicas, gim Seager´s,
Suave de sensações, o entardecer enigmático,
Misterioso das a-nunciações que se concebem,
Sinistro das contingências que trazem no bojo,
Nos inter-ditos da in-consciência da travessia
Da noite ao alvorecer,
Passagem do onírico à vigília,
Quando a razão de ser da vida realiza
Em si toda a humanidade de todos os momentos,
Sensações, sentimentos, emoções, intuições


Pret-éritos
De nada, obscurecendo de angústias e náuseas
As visões trans-cendentes e abstratas das idéias
E ideais que formam no espírito e no coração
Miríades de liberdade, lâminas de criatividade,
Cortes de intuições e percepções,
Ins-pirações e sensações,
Gumes de saber e consciência,
Série de contas-entes ligadas por um fio memória,
Onde artificio estradas e atalhos
Às ilusões e fantasias
À soleira final da alma menos minha.


Pret-éritos
De tempo
- que o tempo não olvida, ponteando as dialécticas
E contradições de in-vestigações
E perquirições da verdade nas trilhas sinuosas, tortas, Compondo de utopias a liberdade de re-fazer a única Esperança que se patenteou,
O derradeiro sido que a metafísica sem ideal
E esperança fundou a aventura difusa
De falso céu desfeito,
A exegese tomou em mãos a sua alma
Transformando-a em Fé, conservando-lhe o eidos,
De existência devotada a Deus,
Esperança da Ressurreição,
Esperança da Redenção,
As Artes conceberam ao longo dos séculos e milênios
O pensamento, os ideais, os sonhos, as utopias
Da existência consciente de sua liberdade de pensar
O Destino


Pret-éritos
De náuseas que, sentidas nos interstícios
Recônditos da alma desvairada,
Enlouquecida,
Em efusivo devaneio,
Contundente perdição,
Revelam mistérios místicos e míticos da querença
Do silêncio e da solidão,
Quando no fundo do espírito o "ser" se supõe,
Quando nas bordas da in-consciência
O vento sibila os desejos da existência ec-sistida
De percalços, as procelas no seu furor.


Pret-éritos
De medos da entrega ao verbo do que é,
E nada conceitua, define, esclarece,
Responde,
Apenas sugere, mostra as luzes e trevas,
Identifica-me bosques, florestas a
Serem transpostos, atravessados,
O incognoscível do ser atravessa os tempos,
Nas dimensões milenares, seculares,
O in-audito pervaga as cavernas e grutas,
O inter-dito perambula pelos lotes vagos,
Becos sem saída, o in-visível perscruta pelo vento
E pelo veneno querendo o sim e o não,
Do pouco, o tudo,
E pelo fogo das Vertentes desafiando
A poesia das chamas
Que iluminam a cor-agem de velar
As visões da eternidade
Que é oca por dentro e por fora
Imagina-me poeta nalgum sítio da eternidade
Vislumbrando a sua existência no mundo, na terra,
E pensando as suas angústias, tristezas por fazer-se
No mundo, alcançar a eternidade com o seu pensamento
Idéias, sensibilidade, sonhos, esperanças,
Tudo isso hoje para a sua espiritualidade contribuiu
Mas as buscas e querenças continuam,
A Vida-Luz-Eterna, o que era na contingência,
A Eternidade pelo que foi construído em nome dos
Homens e da Humanidade,
Outros sentimentos, emoções, visões, sensibilidade...
Outras lutas, labutas,
Outros sonhos, esperanças, fé.
Pret-éritos
De palavras lácias que ligam os olhos, os ouvidos,
Que comungam a alma,
Espírito,
Fonte do desejo,
Útero da vida,
Cerne daqueles momentos e instantes
Em que a inspiração se mostra,
O eidos das trilhas que ficam para trás,
Que se projectam ao futuro,
Suspiro e respiração dos caminhos
Que mudam com o tempo...


Pret-éritos
Que perturbam e motivam sempre
A tentativa de descobrir o que é o Tempo,
Ser,
Vento,
Silêncio nas linhas solitárias entre a cor-agem
E liberdade
Quem somos e quem é o outro,
O quê no fundo de nós mesmos,
Todos os pret-éritos, a continuidade dos
Presentes,
Subjuntivos,
Gerúndios,
Particípios,
Imperativos para a composição da
Dialéctica da Existência Dialéctica.


#RIODEJANEIRO#, 11 DE NOVEMBRO DE 2018#


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