ANA JÚLIA MACHADO ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA A PROSA POIÉTICA #MELODIA DESÉRTICA E INDIZÍVEL#




Poema triste e solitário que os autores Manoel Ferreira Neto e Graça Fontis narram. Todos nós temos os nossos momentos e também o autores veem os instantes dos distintos. Mas, além de taciturno não deixa a beleza peculiar dos grandes escritores. Aqui deixo uma breve alusão...o meu pensamento que contempla esse poema.
Não existe sentimentalismo
Ensopado de seiva.
Encontrar-me esfalfado, muito esgotado.
Careço de restituição.
Careço de enleios cerceados.
Careço de tezes em tezes.
Não sou um sangue-frio.
Nas caixa-de-ar,
sou uma sujeito


Ana Júlia Machado


#MELODIA DESÉRTICA E INDIZÍVEL#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto/GRAÇA FONTIS: PROSA POIÉTICA


Ao silêncio do nada,
Senão senões de estilo e atitude,
Ao murmúrio do descabido,
Não se comungavam, conciliavam-se,
À algazarra imperiosa de nonsense,
Pretéritos de alguns desejos esvairam-se
Prós-pectivas - o ponteiro único do relógio posterga ,
Se re-nascerão, inovar-se-ão, não o sei,
O seu movimento, mover-se serenamente
De sonhos, tive de re-considerá-los, re-fazê-los,
A passagem do tempo, as travessias dos ventos,
Ainda que as palavras fluíssem livres e leves,
Pronunciadas com espontaneidade,
Tecendo metafísicas do nada,
Nada sei da sabedoria,
Metáforas das ruminâncias do eterno e efêmero,
O que é isto - saber?
Exeegeses da alma e do espírito
Musicalizadas de verbos intemporais, utopias atemporais
Nada representarem, nada significarem
Não fossem os intransitivos con-sentimentos
De "Tudo passa... tudo passa"...


Serpentes e lobos nos auspícios da colina
Só o alazão não passa por cima do mata-burro,
Só não passam os carros à frente dos bois,
So não passa o camelo no fundo da agulha de costurar,
Só não passa a boiada na passarela do abismo...


A garganta arreganha , arranha de rebeldias e liberdades,
Porventura neste instante sonhe quimera
Enlouquecendo com a cabeça as polêmicas e irreverências
Desperte a alma para projectos outros
Só para agradar as vontades de envelar as carências
Isto de saber haverem outros proscênios e luzes
Rumo à montanha onde as ondas à soleira
Batem, resplendem-se, gotículas a esmo
Sob o sopro
Aos poucos a liberdade vivendo de decidir o
Destino do vento.


Nas docas, as sereias querendo, desejando
As luzes e brilhos, das estrelas que lhes des-pertem
As carências mais íntimas, das que pensavam saber
Tudo de sedução,
Intransigentes vigílias, melodias desérticas invisíveis.


Aquando passados torpes por caminhos sinuosos vão-se em dispersão aspergindo suas inúmeras lembranças tidas bagatelas amargas plantadas na secura eterna de todas as horas inefáveis do universo único em si desordenado; num breve improviso assistido na candidez presente ainda que se mova nos mistérios em dissonância à claridade fugitivia do entardecer, abraça a inviolabilidade dos muitos fios clandestinos e causas escamoteadas em consonância com a melodia desértica e indizível já como uma possessão vacilante em queda livre dentro de harmônicos sons e na elasticidade da alma em seu próprio tempo.


#RIODEJANEIRO#, 02 DE DEZEMBRO DE 2018#

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