#ZEROPÉIA DIVINA# MANOEL FERREIRA NETO: POEMA/PINTURA $$$



Dedicatória:


Com um carinho, amor, amizade especiais e sensíveis, enfim, minha inestimável amiga Ana Júlia Machado, Aninha Júlia, tornando-lhe Personagem Poética, poema e pintura de minha autoria como revelação de minha Homenagem a você, beijos a você, especiais à nossa amada netinha Aninha Ricardo.(Manoel Ferreira Neto)
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Destilar venenos, a serpente
Exultante de alegrias recita verdades,
Transitórios preceitos,
Fugazes dogmas da felicidade eterna
Zeropéia divina
O eterno gira em suas in-verdades, embustes
O paraíso efemeriza-se, dissolve-se
Nas origens, genesis
Protela-se ao longo das contingências,
À luz do apocalipse, espetáculo tão desejado, esperado,
Haverá câmera cinematográfica para filmar beleza
Tão inestimável, salas de projecção repletas de curiosos,
Há muito não se sentiam tão surpresos e felizes
Com tragédias tão sublimes, horror tão esplêndidos,
A busca do paraíso perdido será sempre para frente
A morte ceifa o destino, con-reversa
O nada trans-vertido ao vazio
Quaisquer preceitos são sorrelfas, nihiles do tempo
Posterga-se às neoclássicas luzes de ovelhas perdidas,
Pastor devidamente produzido, chapéu, bengala, luvas,
Aquele talco no rosto como arte da maquiagista Zuzu Angel,
Sentado num cupim observando o vale no crepúsculo,
Além, o eterno enchafurda-se nos pretéritos do anti-vazio
Que encarna o defectivo verbo dos cosmos
Plenificado de perenidades absolutas,
Perenitudes divinas da ressurreição.
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Não sou nenhum profeta
Bebendo
Vodka Smirnoff russa em uma cantina de Portugal
À beira-mar,
Ana Júlia, "a portuguesinha de face fina",
Assim conhecida pelos fãs,
Leitores de suas obras livrescas,
Poéticas,
No pequenito palco no fundo da cantina,
Declamando o seu poema
"Fausto e os Analfas da Gnose e do Espírito",
Clientes jogando o "jogo do eixo", e bebendo,
Outros, noutras mesas,
Ouvindo lendas sobre a Branca de Neve,
Os sete anões em suas vassouras mágicas
Performando o céu
De mistérios e enigmas das bruxarias,
Rindo das piadas picantes sobre os brasileiros,
"Quaisquer ditames são simulações, nada vem do nada, ou quase nada, nada vem do tempo
Procrastina-se às artes e da literatura do Renascimento Luminosidades de diocesanos extraviados.
Mais longe, o perene atascando -se
Nos transatos do contra - vácuo",
Adotando o inerente savoir-faire de ser,
Vou ao pequenito palco de Ana Júlia,
Estendendo-lhe a mão, cumprimento-a,
Aquele abraço de quebrar as costelas,
Voltarei à cantina para ouvir-lhe as sátiras do conhecimento,
Digo-lhe que abrace Fausto com fervor por mim,
Vou-me embora,
Andando lentamente no calçadão da praia,
Há singela ressaca marítima.
Luzes esplendem Portugal por todos os universos.
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Tal como o ser humano deixou-se levar pelo rebanho.
Ter deixado de ser ele próprio para ser o que os outros Queriam que ele fosse.
Não desejo salvar o mundo de suas ideologias,
Doenças evangélicas,
Doenças universais das redenções, ressurreições,
Doenças crentes do "nada há depois da vida no mundo",
Doenças do caráter e personalidade,
Doenças da alma,
Então, penso de mim para mim, com os botões
Da jaqueta de couro curtido: "Vou cair fora deste
Teatro de quinta categoria,
Levar os meus pensamentos e idéias
Inda ingênuos, inocentes, puros"
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Deus compaixão
Deus solidariedade
Deus amor
O re-verso do uni-verso consubstancializa os demônios
No Hades, Mefistófeles recita a ribalta divina da Náusea
Se o inferno é o abismo dos dogmas cristãos, cristianistas
As almas penadas con-templam a cintilância das estrelas
De ponta-cabeça, de cabeça para baixo.
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Cristo morreu na cruz
Deus destinou-lhe o fim de sangue
De dúvidas, inseguranças, medos
Assegurar aos homens a fé no eterno, eternidade
E perenizamos os homens
No nada da vida,
E imortalizamos os indivíduos
No vazio dos sonhos, esperanças,
Campeões da Vida por coisa alguma,
A poesia divina
É des-poemática da vida
Zeropéia divina
É des-poiésis do ser-do-verbo imortal.


#RIO DE JANEIRO(RJ), 16 DE JULHO DE 2020, 11:06 a.m.#

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