RODOVIA #NADA-64# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA PROSAICO $$$



DEDICATÓRIA:


Obrigado, Graça Fontis,
Por ser feliz ao seu lado..."(Manoel Ferreira Neto)
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"Não é engraçado,
O mendigo recusar o pão,
No início da rua Vazio 63,
Inclusive pedi-lhe, Doline,
Que parasse o carro para lhe dar o pão?
Tive até de atravessar a rua de lado para outro,
Quiçá a recusa fosse por estar na esquina
Do Beco Camélia, ela odiava pães,
Só tomava café seco pelas manhãs de sua vida,
Lendas, mitos, mentiras estão por aí à revelia,
Quem pode saber o que se passa na mente,
Instintos, sensibilidade de miseráveis, loucos,
Há um inconsciente a ser olhado com atenção,
Homens, indivíduos, vazios das ruas, nadas das avenidas?
Doline, aqui termina a rua Vazio 63,
Entre na Rodovia "Nada-64",
A Rua Vazio 63, longa, muito longa deixou nas
Retinas dos Olhos imagens, na memória átimos de Ideais,
Sonhos, não outros que deixassem os passados
De queixo caído,
Mas momentos de profusas perquirições
Sobre as sendas do Ser, o ornamento "final" dos tantos
Desejos, vontades, utopias de sentir a ternura pela existência,
Instantes de tantas alegrias, prazeres,
Satisfações, contentamentos,
Jamais esquecíveis, aquele pingo de chuva na vidraça
Escorrendo, outras carências, outras esperanças,
Outras utopias...
Diz-me, Doline,
Fomos felizes ao longo de tantas travessias
Inesperadas por nós, jamais possíveis realizar?
Sorte ou missão de nós dois juntos?
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O trânsito da Rodovia Nada-64
Começa tranquilo, sereno,
Nada de velocidades desnecessárias,
Vento frio na janela do automóvel,
Inverno,
A tarde nublada, apesar de um solzinho muito ameno,
Ah, como me sinto bem, alegre, todo sorriso,
Interessante, as ondas do mar tão serenas,
Motorista acenou com a mão para outro motorista,
Ao se cruzarem,
Aceno de "Boa sorte, amigo!...",
Meio da tarde, sexta-feira, três horas da tarde,
Na rua Vazio 63, muita velocidade,
Cada um por si, Deus por todos,
Chegaremos tranquilo ao Shopping Graça Orijes,
Ah, se eu fosse artista das cores, da pintura,
Amaria pintar este instante, o que vejo e sinto,
Olhando lado e outro desta Rodovia,
Não o sou,
Mas vejo, sinto em mim,
Guardarei na memória isto,
Quanta vez, hein Doline, atravessamos rodovias, ruas,
Avenidas,
A primeira vez nesta #NADA-64#,
Para comermos um prato especial na Cantina Manolo,
Churrasco à la Carte,
Aquela cervejinha especial,
Afinal,
Se alguém perguntar de modo sarcástico
Se temos hora para dar,
Digo sem pestanejar, os olhos frios observando algo no
Chão:
"Temos todo o tempo do mundo para nos sentirmos felizes",
O que intencionamos dar com a nossa existência
É aquela quimera:
A Vida é a Imagem in totum de todas as Utopias"
Sabe, Doline,
Lembra-me atravessando a Avenida Paulista,
Numa noite de muito frio,
Rumo ao Teatro Municipal, iria assistir a uma peça de teatro,
Dissera no carro a alguém:
"Quisera estar numa noite dessa atravessando
Alguma avenida à beira-mar do Rio de Janeiro..."
E agora,
Passando realisticamente pela Rodovia "Nada 64",
Vivendo no Rio de Janeiro, a cidade do meu coração,
Feliz, pronto para um movimento diferente
No trapézio de "Nós" dois....


#RIO DE JANEIRO(RJ), 17 DE JULHO DE 2020, 15:18 p.m.#

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