JERIVASNADA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: SÁTIRA $$$ Sou um homem depravado. Sou homem-doente. $$$



EPÍGRAFE:


Mestres do Saber, sobretudo os Doutores Sagrados, espero de vós o Testamento das Pernosticidades...
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Des-encarreirado da enfermidade,
Sou homem nas trilhas!!!
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A depravação buliu bem re-entrante em você,
A viperinidade remexeu-lhe profundo no íntimo,
A caguinchice mexeu-lhe na ferida bem pomposa,
A pernosticidade escarafunchou-lhe as prefundas malignas,
As escrotices identificaram-lhe as indecências da alma,
Conceberam-lhe enrubescer de tanta pudicícia,
Receio das línguas-de-vaca
Satirizarem suas atitudes e portes,
Mangofarem de suas idéias e ideais,
Etiquetas de morais e princípios humanos,
Pensamentos e utopias, razões e puerícias,
Venosidades, inúteis do psicológico e índole.
Desceu tão fundo no abismo de suas esquisitices,
Nas grutas silenciosas e solitárias de seus medos,
Nas cavernas ensimesmadas e misteriosas,
E orgulhoso de uma inteligência e capacidade incomuns,
Que realizar a liberdade de quem desce fundo,
Sobe o mais que puder,
Não estimaria sabê-lo,
As línguas-de-trapo castigam com veemência
Os "nada" de língua que jubilam-se com sol-risos,
Não declarei nentes,
Não se revelou,
Nem possuiu a bonomia de refutar,
Ordenar-me escarafunchar baba do boi no não-ser,
Boi-tempo no absurdo dos instantes-limites,
Se o confecionasse, declararia:
"Não percebo o que é baba de boi
Você caminha comigo onde consigo escarafunchá-la,
Exibi-me, recolho.
Concertado assim?"
Sou prepóstero, retrocedido
Em cogitando nisso que sou...
Em conjecturando nisso que de mim é...
Em presumindo nisso que é de mim...
Baba de boi, boi-tempo
O que podem dizer do Tempo e do Verbo?
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Per-vertido da moléstia!
A per-versão mexeu bem fundo em você,
Re-versou-lhe a iluminação da dialéctica
Fez-lhe corar de tanta vergonha,
Medo das línguas de trapo
Pasquinizarem suas condutas e posturas,
Viperinidades, trastices do psíquico e natureza,
Gibinizarem suas etiquetas e performances,
Quiçá colocarem no livro do Guiness...
Globarizarem na egrégima performance
Do Noticiário ou Jornalismo exdrúxulo
Do Ibope
Centralizarem na quinta potência corvellana
Os conhecimentos universais de uma mente
Cujo princípio maior é reverenciar o Orgulho,
O valor da Visão de Extrema Cegueira.
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Ah, sim...
Parece-lhe que estou a enviar-lhe um bilhete
Em duas linguagens diferentes,
Para o seu entendimento, estimo sabê-lo,
Estou a subestimar a sua inteligência e sensibilidade,
Para quem sabe escrever o verbo pode ser substantivado,
O hífen pode servir a inestimáveis inspirações, intuições, interesses,
Não me esqueça a mim deste pormenor sui generis:
Intelectualidades olhando-se mutuamente,
Verbos incógnitos se re-velam com clareza e solércia,
E no métier destas:
O ar de superioridade das idéias imperando...
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Não disse nada,
Não se expressou,
Nem teve a pachorra de contestar,
Mandar-me catar coquinhos no nada,
Ou jerivás, se o quiser,
Já que pode substantivar o verbo,
Concedo-lhe, con-sinto-lhe este obséquio
Da escolha do termo.
Se o fizesse, diria:
"Não sei o que é coquinho.
E jamais ouvi esta palavra "Jerivá",
Assim o coquinho é conhecido noutras culturas?
Você vai comigo onde posso catá-los,
Mostra-me, apanho.
Combinado assim?"
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Sou in-vertido, re-vertido
Per-vertido,
Sou até "atravessado",
Às través das decisões e destino,
Em pensando nisso que sou,
Em cogitando nisso que de mim é
Caracteres de meu caráter e personalidade,
Pensei na sua per-versão,
A in-versão re-vertida da per-versão,
A re-versão per-vertida da inversão,
A per-versão re-vestida da re-versão in-vertida
Habitam-me os mais profundos interstícios de minh´alma
E não residem na psique de seus alucinados tesões,
De sua libido doentia de desejos carnais
Desculpe
Se confundi alhos com bagulhos,
Não separei o trigo do joio,
O pervertido sou eu,
Você é apenas a in-versão da perversidade,
Porquanto
Chamar-lhe pervertido é obtuso, oblíquo
Devo chamar-lhe de per da versão obtusa
Ou vertido de obtusa per
Da natureza humana
Com todas as suas lídimas neuroses, psicoses
Distorções da personalidade e caráter?...
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Há uma questão primordial, podem considerá-la excêntrica:
Se lhe chamar de per da versão obtusa,
Os utopistas que trilham os seus caminhos,
Sentir-se-ão deverasmente subestimados,
(não sabendo o que o prefixo "per" significa nas antemãos),
E o bando de capachos que me seguem
Irão se sentir orgulhosos com o olhar de lince
Me foi inspirado para o conceituar, definir.
De nada lhe chamo...
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Letras de minha índole e temperamento,
Meditei na sua libertinagem, libidinagem,
A anástrofe retrocedida da depravação,
A devolução transviada do hipérbato,
O envilecimento recapeado da ancestralidade prepóstera
Residem-me as mais penetrantes frinchas de minh ‘alma
E não habitam nos recônditos de suas enlouquecidas tesuras,
De sua libido doentia de desejos carnais
Indulgencie,
Se misturei espertalhões com graúlhos,
Não desagreguei o bom do mal,
O transviado sou eu,
Você é unicamente a anástrofe da malignidade,
Pois
Evocar-lhe desencarreirado é tosco
Presto convocar-lhe de depravação bruta
Da essência humana
Com todas as suas vernáculas neuropatias, psicopatias
Neurastenias, esquizóidias, esquizofrenias,
Deformações do temperamento e índole...
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Ah...
O instante crucial desta facécia resultante de um equívoco:
Pensa então, e sapateará sobre um tapete persa,
Ser uma verdade incólume, e pode comprovar com todas as
verborréias cognoscivas, a dialética da iluminação doa, entrega à carne o verbo da atração, a carne se sente atraída pelo intelecto, vice-versa, e o intelecto doa à carne a reflexão... A carne reflete? Nem vou terminar a idéia, verdadeiro despautério.
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Sou um homem depravado. Sou homem-doente.


#RIO DE JANEIRO(RJ), 04 DE JULHO DE 20202, 19:13 p.m.#

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