#SOM DAS ÁGUAS VELANDO O SILÊNCIO DO PERPÉTUO# GRAÇA FONTIS: FOTOS Manoel Ferreira Neto: PROSA
À amada e
querida Esposa, Companheira das Artes, Graça Fontis, este MIMO pela passagem do
DIA DAS MÃES.
Esta
madrugada de hoje inspirara-me, ascenderam-me as volúpias e utopias,
sentimentos fortes. De repente, domingo em erupção inopinada. Domingo é dia de
silvos, sibilos e ecos. À margem de uma fonte, que corre, lira doce dos
pássaros cantores. O céu, seus horizontes de mil cores, domina o silêncio entre
as flores, cala o mar, e o rio não se lhe ouve. Ah, pudera ter um pouco de
música e arte à noite, então saberia efetivamente que tipo de música e arte não
quero ter, isto é, toda aquela que intenciona seduzir e embriagar os ouvintes e
os eleva a uns instantes de sentimentos densos e nobres.
Plen-itudes
- re-fazendas de primevos princípios ao longo de caminhos à luz dos horizontes,
rios sem pressa, sem margens, sob a solidão do bosque, passando de carro, trilhando
suas vias, onde sarapalho as recônditas utopias do ser e do tempo; de confins,
luzes esplendendo raios ao tempo de con-tingências de buscas e encontros, de
alhures, numinosos raios de sol estendendo a claridade diáfana aos uni-versos
de templos da imanência, velados de esperanças, da vacuidade des-velados de fé,
do que há-de vir, serem as volúpias de êxtases efêmeros, a verdade virgem nos
auspícios da colina, escalá-la com a alma de desejos e vontades, vislumbrar o
panorama silvestre da selva.
Sublim-itude
de volúpias de êxtases efêmeros - a fonte de todas as coisas boas é múltipla,
as cores que embelezam os jactos de água de fonte luminosa são re-presentações
de sentimentos e emoções que perpassam o íntimo. Todas as boas coisas
expansivas pulam de prazer à ec-sistência. Ar solto, vento que me bate na cara
deixando-a agoniada numa imitação de um angustiante êxtase cada vez mais
inusitado, sempre, outra vez, novamente, semeio a palavra no vazio descampado.
A minha arte
e a minha mais cara astúcia em que o silêncio tenha aprendido a não se
denunciar pelo silêncio aprendi-as deambulando êxtases nas sinuosidades dos
caminhos, delineando sensações nas eter-itudes das sendas e veredas, burilando
querências e desejos nos versos-unos do efêmero e eterno. A metafísica e as
metáforas de luz da inspiração sem fronteiras, intermináveis, senti-as sublimes
e plenas nos momentos vazios do nada, e assim aproximei-me "cadinho"
das fontes almáticas das quimeras e querenças, "ca de que" canto a
passagem do tempo, sei como inventar um pensamento, criar ilusão de sons e
desejanças, ricochetear fantasias nas nuvens brancas. Pontes atravessei à mercê
do porvir de outros horizontes, no re-fazimento dos sentimentos de amor,
esperança, velando os sonhos à luz das velas eternas da alma à busca da verdade
a saciar sua sede do sublime verbo do ser e da entrega. O que capto em mim tem,
quando agora está sendo arrabiscado em escrita, o desespero, a agonia, a
ansiedade das palavras ocuparem mais instantes que uma olhadela, sufoco-me
porque sou palavra e também os seus silvos, sibilos, quero o fluxo da
liberdade, sou gloriosamente livre.
Etern-itude
efêmera de êxtases de volúpias, sentindo desejos de trespassar as nuvens com
cintilantes fios de ouro e ribombar como trovão no seu BANDULHO DE CALDEIRA,
re-fazendo de vazios estendidos ao longo das estradas as utopias da solidão do
ser, da identidade do "eu", longínquas vão as quimeras e nostalgias
do nada a preencherem as lacunas do abismo, distantes vão as fantasias e melancolias
da ausência a preencherem de presenças o vácuo das falhas e faltas do ser no
uni-verso de horizontes estendidos ao longo do espaço, as nuvens brancas e
azuis do não-ser cobrem de in-finito resplendor as águas do oceano de etérea
neblina...
Ritmo de
solenes eflúvios, nostalgias mescladas ao apocalipse de glórias esplendem de
longínquas re-velações da beleza a performance de danças lúdicas, os idílios da
felicidade velada de esplendores perenes do efêmero eterno - os sons fazem
dançar o amor em variados eclipses do sol, numinando o sublime alvorecer do
espírito.
Melodias de
águas cristalinas de por baixo de pontes itinerando a jornada sem margens do
destino, peregrinas sem pressa do vir-a-ser de plen-itudes, no cenário
voluptuoso das re-presentações estéticas, manancial de alegrias, sonham com
coisas longínquas por um caminho solitário, à luz do tempo que ilumina os
caminhos de trevas...
Lenhadores e
guardas das florestas e campos sabem o que significa o som das águas velando o
silêncio do perpétuo.
#RIODEJANEIRO#,
12 DE MAIO DE 2019#
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