QUIMERAS SILÁBICAS DAS PALAVRAS E DAS COISAS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA
Excepcional
a des-integração do sublime nas asas do tempo que se esplende além do in-finito
perpetuado de regências de instantes indefinidos, das vertentes de limites
incongruentes, momentos breves in-inteligíveis, as manhãs submersas na neblina.
Perscruto as
vozes do silêncio à cata de sentidos de suas palavras livres e simples que
traduzam os sentimentos e sonhos que lhes habitam, conspícuos os signos e
símbolos almáticos dos ventos que circundam os abismos do ser, intensificando
os poderes da audição, que em átimos de segundos tiram o véu ao contínuo da
arte do pensamento e das idéias, às re-fazendas do pretérito e do presente, ao
inominável do in-audito das utopias da verdade e do soberano, ao inter-dito das
sensações e sílfides do além.
Sublimes os
ventos que perpassam os sons dos verbos e das vogais, soprando-lhes, as ondas
sonoras ritmando e melodiando as sintaxes da vida e das esperanças de
sabedoria, sabedoria do eterno e efêmero que, na mov-ência da síntese de si
mesmos, espiritualizam as dimensões imateriais do ser humano, humanidade do
ser, os desejos da Verdade.
Con-templo
as luzes que piscam à distância, piscadas intermitentes, quiçá a intenção seja
sentir o que habita entre uma e outra, seus segredos e mistérios, a-nunciações
e re-velações de desejos e vontades inda não sentidos, não verbalizados,
inspirações e aspirações inda não id-ent-ificados no trans-curso, per-curso,
de-curso das re-pres-ent-ações das quimeras silábicas das palavras e das
coisas.
Sublime os
redemoínhos no mar e os raios de sol a incindirem, per-formando imagens nas
massas rápidas e circulares que nenhuma tinta ou grafite é capaz de pintar, os
olhos veem, a alma sente, crescem-lhes os devaneios e desvarios, o que habita o
íntimo esvaece-se, esvazia-se o que há de sensorial...
In-vestigo
os vestígios de intuições que se me a-nunciaram, quiçá reunindo-as,
sintetizando-as, conciliando-as, fosse-me doada a dádiva de assimilá-las, dando
nascimento ao que habita o ser do inatingível... Mas, o quê? Percebo as
intuições nítidas e trans-parentes, chego até a elencá-las por dimensões,
esvaziam-se-me as habilidades, agilidades, capacidades, não mais sinto o que me
reside nas perquirições da vida.
#RIODEJANEIRO#,
16 DE MAIO DE 2019#
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