GRAÇA FONTIS ESCRITORA POETISA PINTORA ESCULTORA E CRÍTICA LITERÁRIA ANALISA E INTERPRETA A PROSA AFORÍSTICA /**SENTI-NELAS - MISSIVA AO FUTURO**/
É sentindo
nelas, nas palavras, com linces de olhar, que darei um passeio percucionando e
perscrutando mais este magnifico Aforismo enigmático e diverjizado em quase
todo seu expoente, provenientes claro, da força inspiradora em êxtase do autor
ao expô-las em tempo dentre tempos em chuleios flamejantes e criptográficos,
num nítido embaçamento cilicioso! Aí me debruço, também meus artífices
inteligíveis ao logo requisitado. Vejo o libelular pacífico,poético, mas
incisivo e direcionado: a quem? A alguém, muitos ou alguns, do Escritor, como
um alerta ou atentando, que visem o inesperado, inusitado, para que o óbvio
esvaeça e que ouçam os sons semiológicos de seus próprios pensamentos.
Creio ser
nestes momentos de recolhimento ensismemado d'alma, o aparecimento do
espadachim corajoso e audacioso, por vezes melancólico, as vezes ácido; mas é
aí que suas palavras saem como relâmpagos, iluminam, destroem e controem e
queimam, avultando quando necessário; agita-se corajosamente, destemido e
orgulhoso no melhor sentido, não curvando-se facilmente, ou mais exatamente,
não se curva nunca diante suas verdades, como a máxima de Shakespeare "Se
melhor morrer pela beleza do que viver pelo pão". É nesse espírito de
surdina rebeldia o dar-se a sucessividade de tão belas mensagens, pois que
pensa, reflete, deduz como um matemático da estética, colhendo de sua intimidade
toda fundamentação de seus sentidos quanto ambiguidades, contra-sensos, sonhos
e quimeras, tudo numa evidente contribuição literária inovada e original, útil
aos novatos escritores ainda sem teatralidade e ênfase, ditos modernos no
anti-sentido da mesma (letras).
Em suma, é
esse o retrato deste texto, pós profunda observância; Se preciso? Não sei. No
fundo... mero expressar de meu pensamento analítico, sentido nelas, nas tuas
palavras caro Escritor... Parabéns por esse e outros sucessiveis escritos,
certamente tão belos quanto este! Que seja assim, contínuo seu poder de
comunicabilidade oriundo desta inesgotável ação inspirada metaforicamente na
metafísica, constante tragar e expelir idéias e pensares como um camaleão
dentro das letras! Fico por aqui meu Escritor/Poeta favorito até beijos....
Graça Fontis
O que
admira-me sobremodo, querida Companheira das Letras, Graça Fontis, são a
re-sistência, in-sistência e coragem em superar os seus limites, de pintora a
crítica literária, requerendo conhecimentos a priori, que não os tem
adquiridos, mas isto nada quer dizer, nada significa, a sensibilidade de
artista-plástica desvenda, desvela espíritos do subterrâneo com a dignidade,
honra de ser uma experiência real, uma vivência com um escritor, as verdades
que re-colhe e a-colhe enquanto lê as obras, lê filosofia, psicologia,
literatura, escolhe as suas peças de pintura, vive o dia de um casal.
E vencer os
limites dos conhecimentos a priori são necessários, para uma crítica, com esta
categoria e engenho é de sentir muito orgulhoso de estar aprendendo e
movimentando os conhecimentos, dando-lhes nascimentos e vida... Neste âmbito,
vendo a sua obra crítica, só tenho a dizer que a sua sensibilidade voa em
comunhão com a busca da consciência-estética-ética, assim a pintora se torna
crítica literária de relevância na minha obra, antes fora apenas uma cerimônia
de chegada na cena da crítica literária. A erudição é sine qua non não apenas
para estabelecer e fundamentar a crítica literária-filosófica, mas em todos os
níveis das artes e da existência.
Teria muito
a discorrer sobre a sua crítica, sobretudo nesta passagem "Creio ser
nestes momentos de recolhimento ensimesmado d'alma, o aparecimento do
espadachim corajoso e audacioso, por vezes melancólico, as vezes ácido; mas é aí
que suas palavras saem como relâmpagos, iluminam, destroem e controem e
queimam, avultando quando necessário...", por ser real isto, nestes
instantes de recolhimento ensimesmado d´alma é que tenho de criar, re-criar,
reinventar, as palavras saem lavas, relâmpagos, queimam, e faz-se mister
mostrá-las fervendo, sinto-me neste instante, a verdade mesmo que não satisfaça
a mim próprio. Sou livre, tenho de real-izar o sonho, a entrega faz-se por
inteira. É preciso ter cor-agem de ser livre. Ação e coração comungados,
aderidos, sint-etizados, entrelaçados.
Isto de ser
útil a obra para os iniciantes, inexperientes. Isto pode ser con-templado na
obra, uma chama a iluminar a caminhada, mas isto deve ser encontrado nelas,
terem a cor-agem de ser livres. A minha utilidade só neste âmbito - se nunca
andei em rebanho, por que ser pastor de rebanho? Entreguem-se à busca de si
mesmos. Não venho para pastorear, venho para realizar a liberdade de o homem
pensar e fazer seu destino e sua saga, tornar-lhes reais a partir de entrega. É
a questão do reconhecimento: reconheço os dons e talentos, incentivo o
fazimento do destino. A quem reconheci e incentivei, entendeu e compreendeu,
entregou-se, engajou a liberdade na busca dos próprios caminhos. Só reconheço
talentos e dons reais, verdades, darão seus frutos. Se você, Ana Júlia Machado,
Sonia Gonçalves consideram-me mestre, isto é apenas manifestação íntima de
amizade, não que profiro verdades incólumes e definitivas, nas artes tudo são
buscas, sonhos e utopias. Não me entreguei às Letras por interesses e picuinhas
escusos, vaidade, fama, sucesso, mas para construir a vida. Lembrando-me das
palavras tão amigas e sentidas intimamente do meu mui saudoso amigo Antônio
Carlos Fernandes(vulgo: Toninho Fernandes): "Sua busca é a vida, seu
ofício é viver e amar.", discurso de lançamento de minha dissertação em
Filosofia ALTERIDADE DO OUTRO EM SARTRE. O resto são vaidades fúteis. Faço a
minha liberdade, a liberdade faz-me. Lembrando-me da crítica literária,
escritora e poetisa Ana Júlia Machado, quando diz na interpretação e análise do
texto DIALECTO ZAGAIO: "...o nada é que nos faz caminhar e dar asas à
liberdade...", "...o que nos faz com certeza indagar, procurar as
respostas..." Ainda lembrando-me de crítica de Sonia Gonçalves ao texto
CENTELHAS DE NADA: "... cada linha um sonho, uma viagem pelas letras,
pelas centelhas em miríades esplendorosas!!" O meu destino é a coragem de
ser livre; a utopia, o sonho, a utopia são a nossa vida juntos, minha e tua,
fazendo nossas artes e cuidando da existência conjugal, do nosso Amor.
Mas com esta
outra passagem, creio que deslinda mais este vulcão "... constante tragar
e expelir idéias e pensares como um camaleão dentro das letras!" chamou-me
sobremodo a atenção por ser algo com que me preocupa: tragar e expelir idéias e
pensares, um camaleão, muda-se a face por mudar o que habita o íntimo a todo
instante, a multiplicidade de faces de um desejo, sonho do verbo Ser, a
cor-agem de ser livre. Há-de se ser sincero, verdadeiro, real, a responsabilidade
é imensa, mas os frutos são deliciosos. Recebo com muito amor este dizer
"camaleão dentro das letras", identifico-me sobremodo com a metáfora,
o signo, a simbologia a mim atribuídas, a verdadeira face é o outro atrás do
eu.
Parabéns por
este desenvolvimento, crescimento na arte da crítica literária. Enfatizando que
só mesmo você, vivendo nossas vidas juntos, é capaz de mergulho tão profundo
nesta obra, pois que implica a observância e contemplação da vida do escritor
no ato de criar, pensar... Daqui para frente muitas outras se somarão a esta, a
todas as anteriores, e o universo se ampliará.
Manoel
Ferreira Neto
SENTI-NELAS
- MISSIVA AO FUTURO#
GRAÇA
FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA
Manoel
Ferreira Neto: AFORISMO
SENTI-NELAS
de limalhas de dialécticas e contradições da in-verdade e mentira os re-versos
dos sons e das imagens, os in-versos das metafísicas e metáforas, sine qua non
linguagem e o per-correr as terras do mundo, continua e serenamente, um dom
amáltico dos desejos e utopias.
SENTI-NELAS
de ambiguidades, sarcasmos, dubiedades, contra-sensos do perpétuo e das cinzas
ad-versos aos sonhos e quimeras das meta-linguísticas e semiologias, os avessos
da volúpia e êxtase, mister sensibilidade e linces do olhar contro-verso,
continuos nas passagens de dores e sofrimentos, de alegrias e desconsolos, um
talento dos sonhos e sonos do efêmero.
SENTI-NELAS
de poeiras dos ventos e entre-pedras do tempo de contro-{versias} e falácias do
além do bem e do mal, além do verbo e da carne, de nonsenses e poemetiquices do
amor e da plen-itude, luzes na ribalta de outros ideais e utopias, de outras
terras contingentes e ad-versas às ideologias dos vencidos e dos vencedores, de
emergência, uma luz do eterno pós a consumação das etern-idades.
SENTI-NELAS
de trigos e orquídeas no alvorecer sob o vento marítimo de inverno, verso-com
com os devaneios e desvarios das imperfeições da alma e da "cachola",
doidivana tristeza, verso-ad da fé da esperança, imagine serem as lâminas de outras
quimeras da verdade e do ser, uma sensibilidade e espírito sendeiro da magia e
da poesia, fundamental saber o por quê e para quê veio, um silêncio da solidão
efêmera, deixar os linces dos olhares de paz e solidariedade entre os homens
buscar o que o silêncio deixou na memória e na atitude e ação da criatividade
da solidão e do efêmero.
SENTI-NELAS
de cinismos e hipocrisia no entardecer numa praça pública, a fonte luminosa
ativada, os medos e temores de seguir entregue ao destino inédito que se a-nuncia,
trans-versos aos limites do bom senso e da inteligência, per-versos à
auto-estima, pensai ser uma gotícula de orvalho molhando as pétalas de uma rosa
que acaba de des-abrochar para a ciência de que nenhuma verdade é absoluta e
eterna, mister sentir o efêmero das coisas e das línguas, uma luz na sombra de
um picadeiro, o tempo e os ventos dançam abraçados, sentindo os corações
pulsando de entrega e prazer sem limites, fronteiras, obstáculos, muralhas.
SENTI-NELAS
de pernósticos e megalômanos versos e prosas de sabedoria e conhecimento,
sintomas de carências e invejas, re-versos na linguagem e estilo de erudição e
habilidade nos verbos das palavras pronunciadas, in-versos de instantes-limites
de inteligência e devaneio, quiçá prelúdio de sandice, pense serem uma migalha
de pão para saciar a fome de "e-migalhar" os instintos de volúpia do
sinistro e irreverente, a querença do sublime, necessário perceber de simples
ilusões às pre-fundas do ser e do tempo muito dom e talento são ipsis verbis inalienáveis.
SENTI-NELAS
de ritmos e melodias de músicas nas tabacarias do "Não quero ser
nada", tocadas no pretérito piano das tragédias, contro-versos à esperança
de um raio de luz, a cegueira odeia a luz, a surdez odeia o silêncio do
audível, quando re-tornando ao casebre, à choupana, à casa, intuir serem a
visão lúcida e irônica de que a alma moderna carece livrar-se de suas
hipocrisias e intelectualoidismos, muita determinação e sapiência do
"venho para quê".
SENTI-NELAS
de verborréias do universal e do eterno nas academias de palavrórios e
nonsenses de dogmas e preceitos, ad-versos a continuidade do ser que se faz
continuamente, in-versas e re-versas aos bons princípios da regência e da
concordância do indivíduo e do rebanho, con-templai serem tais palavrórios verborreicos
que patentearam a perpetuidade da sede de sabedoria e conhecimento,
irreverência e insolência do trilhar a saga e sina da humanidade de outros
horizontes e panoramas dos bosques e das cavernas, outras paisagens da orla do
mar no crepúsculo do primeiro dia de outros tempos, pós a consumação das
eternidades.
O que é isto
- SENTI-NELAS?
SENTI-NELAS
- o que é isto?
É isto o quê
- senti-nelas?
Verbo e
substância buscando a linguagem e os sons do ETERNO! Sentindo o sentido do
sentimento de senti-nelas, ambiguidade do tu e do vós no imperativo dos tempos
do vento e do ser, do pretérito e da missiva ao futuro.
(**RIO DE
JANEIRO**, 23 DE MAIO DE 2018/2019)
Comentários
Postar um comentário