*#ANTES DO CAOS QUE SE TORNOU COSMOS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA
"Isto é
o existir visto pela existência""
Do
antiqüíssimo de mim, onde têm raiz todas as rosas de maravilha, todos os lírios
de magia no branco de suas pétalas, todas as samambaias de puro verde, todas as
flores silvestres do esplendor, balançando à mercê do vento que passa, após o
sibilo dele entre as montanhas, cujos odores são esperanças que amo, são volos
por que nutro sentimentos e emoções trans-cendentes, porque as sei fora de
relação com o que há na vida, vontade estranha, oculta, in-audita e deliberada
de verter lágrimas quentes e fáceis, talvez porque a alma é infinita e a vida,
finita, talvez porque a fé é horizontal e a vontade dela, vertical na
uni-versalidade dos ponteiros do relógio que se movimentam lentamente, na
temporalidade da águia que segue a sua trajetória ao além, a-nunciando o porvir
de outros amores e sonhos nas bordas do tempo, o vir-a-ser de outros projetos e
objetivos a serem cumpridos para a continuidade da vida e a feitura do ser, no
canto da coruja em madrugada alta, a querência dos verbos nos sonhos de
fin-itude, nas utopias de eternidade, nas sorrelfas da mortalidade olímpica de
confins, na cont-ingência da morte e do esquecimento.
Rompe, em
claridade, o madrugar, dissolve na bruma o raio fugitivo e a natureza chora
gotas de sereno cristalizadas, observo eu da sala de estar, olhos ensimesmados
e questionadores, o tempo ensimesmado, quiçá choverá mais tarde, e ainda penso
como será o amanhã no aceno da memória aos éritos subjuntivos e in-fin-itivos
de outroras; no picadeiro do sonho, raio de luz passeia nas ruas e avenidas,
solto brinca no jardim ensaiando cânticos na primavera noturna da ilusão, quiçá
no outono do dia da verdade e do absoluto, nas quatro estações
"Vivaldianas" e "Ubanas", em vigília a essência do olhar, o
ser dos sentimentos que perpassam a vida em busca de evangelhos do amor e paz,
à busca da EFEMERIDADE, à busca do cântico dos cânticos da solidariedade, da
paz, à busca da SUBLIMIDADE...
A compaixão
surge na existência contínua, Cíclica, com grandes fontes de alegria como a
misericórdia, o que desejo é que ilumine a todos como tem iluminado a mim, e
deito tranqüilo e sereno, Sonho paraísos, Sonho florestas silvestres, Sonho
sendas perdidas, sonho pássaros no alvorecer...
Esta antiga
angústia, que trago há milênios no coração, transbordou da taça em lágrimas,
imaginações férteis, desejos de mostrar o íntimo, re-velar o ser que ante-cede
os verbos que con-juguei, pro-nunciando-lhes com re-verência e nitidez, mesmo
com todas as dificuldades, carências, mesmo nos inter-ditos, o primeiro que
aprendi a con-jugar fora o “amar” na dimensão da cáritas sincera, leal e fiel.
E, no
entanto, na lua que esplende no céu, no sol que incide sobre a orla marítima,
um indício fala no limiar das origens, um vest-ígio diz na contra-moeda do que
haveria de ser antes da criação, antes do caos que se tornou cosmos...
#RIODEJANEIRO#,
12 DE MAIO DE 2019#
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