**SEGREDOS: A PENA E A TINTA** GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto:
Criar é crer
no espaço
Re-cursar-se
Abandonar-se
Re-nunciar-se
Esquecer-se
Sem temer
perder-se
Na solidão,
in-estimável solidão
No nada,
in-descritível nada
Que
trans-forma os homens
E modifica
os tempos,
Mudam as
eras.
Falam vozes
e impera o silêncio do retorno. A eternidade não pré-ocupa: cumpre a pena que
sublima, a tinta que an-estesia, acalenta, o segredo da prece que brada
insistente no amor. A dis-plicência do tempo de decotes cinzas auxilia o sereno
na fácil tarefa para o que incita. É difícil perceber in-significância sem
economia de cor-agem, é difícil conceber cor-agem sem economia de desejos e
vontades trans-cend-[entes]. Nenhum olhar além dos versos e estrofes do soneto,
nenhum toque além das rimas que a fantasia e as experiências criaram, nenhuma
quimera, além dos sentimentos vividos, nenhuma fantasia, além das dores e
sofrimentos.
Criar é amar
Em si
E no eco de
outras solidões
De outros
gritos antigos
Criar é
crescer
Como todas
as coisas que crescem
Rumo ao
des-conhecido,
Rumo ao
in-audito,
Rumo ao
in-definido.
Criar é
re-velar
O
ir-re-velável.
#RIODEJANEIRO#,
13 DE MARÇO DE 2019#
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