#ESPÍRITO MALIGNO - VERSO-UNO DE EK DE SISTÊNCIA E TINGÊNCIA DE COM# GRAÇA FONTIS: PINTURA
- No outono,
a luz do sol é aquela que faz brilhar! Não é o sol que queima, mas o que nos
aquece a alma... No céu, uma imagem pintada... Houvesse modo, jeito de
aproximar a câmara desta imagem, fotografá-la nas ''raízes", e não apenas
como eu vejo subjetivamente, chamá-la-ia de "expressionista
subjetivada" - que despautério, não, isto de aproximar da imagem pintada
no céu, posso voar por sempre em direção a esta imagem que jamais me
aproximarei dela, as nuvens, o céu são ilusões ópticas. Sempre desconfiei de
que a pintura expressionista deve ser con-templada de longe, as imagens são
diferentes das de perto. O outono em mim é romântico, belo, sublime! Com isto
não estaria convidando a olharem o outono de mim de longe, assim descobrindo a
imagem dele nítida e com detalhes os mais interessantes?
- Quê beleza
de sensibilidade, percepção e intuição das coisas do mundo e da terra, que
sentimentos e emoções profundos e trans-parentes, e que arte das palavras em
revelar sui generis, inscrevam outras cositas se assim convier, em suma, digo
"muitíssimo romântico", poesia! Neste tom mesmo de ironia, sarcasmo,
assim está pers-crito, assim o é: alfim, desta verborréia não se lhe tira senão
orgulho, vaidade elevados, aquela diferença de 1 a 24, e por que?, o que
justifica tamanha pernosticidade? Esconde complexos e traumas os mais variados
possíveis, tornou-se lugar-comum, verborréia insossa, mas é incólume verdade,
não importa haverem-me denegrido, subestimado a imagem, inútil, imbecilóide,
patenteio-me os valores, custe o que custar, e com aquela gorjeta de superação
e suprassunção de mim próprio. O bom senso é a coisa do mundo mais bem
distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de
contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele
que têm.
- Mas aquele
espírito maligno que em mim habita, tremelica inteiro no chão de tanto
gargalhar, gargalhada altissonante, destas "palavretas" escritas para
dizer da luz do sol no outono, num tom até de quem dialoga com alguém, e se
deixar o lince do olhar penetrar percucientemente nelas, definitivamente está
havendo um diálogo. Aprecio as cositas nos seus devidos "tim-tim",
explicá-las neste engenho e arte, sem deixar quaisquer rabículos agrilhoados,
quanto mais diante de antigamente não se sabia nada a respeito da mutabilidade
das coisas , de tudo o que é humano, o hábito da moralidade mantinha a crença
de que toda a vida interior do ser humano estaria presa com garras eternas à
pétrea necessidade de exaustar-me das regras e eternidade
Confesso,
sentindo-me ultrajado, humilhado, sentindo a presença em mim de alguns
personagens de Dostoiévsti, sempre se sentindo humilhados, ultrajados,
especialmente os possessos, os embusteiros, vindo à cachola que tanta beleza de
estilo é fuga, escapadela de algum sentimento de humilhação, ultraje, o
espírito maligno ri-se, gargalha do embusteiro que estou sendo, e isto é
inconcebível. E por que não riria? É de seu direito, consinto e autorizo.
Alfim, pensar diversamente do que se costuma pensar, está longe de ser o
resultado de um intelecto melhor do que o de tendências mais fortes, de
desapego, isolamento, desafio, malícia e maldade. Desejo de imediato
responder-lhe que a inter-pretação é de cada um, nada tendo eu pensado e
sentido disso, aquando pro-duzi tais palavras, vieram num fluxo de sentimentos,
emoções, ideais, idéias, sonhos, mas hesito em fazê-lo, a relutância mui em
sin-tonia, sin-cronia, harmonia com "e se investigo as pre-fundas da
inconsciência e não seja isto, em verdade; mesmo, com que cara me apresento ao
espírito malígno?" Verdade sim, há inúmeros prismas, ângulos de visão que
confirmam: a decisão de fingir que todas as coisas que até então haviam entrado
na minha cachola não eram mais verdadeiras do que as ilusões dos meus sonhos.
De um perfeito envergonhado, como certa vez disseram sou eu malicioso,
estrategista, a vergonha se me manifestou em seu estado mais puro. Coubesse
pedido de perdão, de desculpa, mas não raspei as bordas inconscientes da arte
de criação, o buraco é bem mais embaixo, para despertar o desejo de mergulhar
nele! Não caberiam tais coisas.
- Ser uma
obra de arte... Diz-me o espírito maligno não passar esta verborréia de uma
tentativa de ser uma obra de arte, não apenas o escrito, seres tu próprio obra
de arte, isto é hilário, risível.
- Pensarei
que o céu, o ar, a terra, as cores, as figuras, os sons e todas as coisas
exteriores que vemos são apenas ilusões e enganos de que o espírito maligno se
serve para surpreender minha credulidade. Considerar-me-ei a mim mesmo
absolutamente desprovido de mãos, de olhos, de carne, de sangue, desprovido de
quaisquer sentidos, mas dotado da falsa crença de ter todas essas coisas.
Permanecerei obstinadamente apegado a esse pensamento; e se, por esse meio, não
está em meu poder chegar ao conhecimento de qualquer verdade, ao menos está ao
meu alcance suspender meu juízo. Eis por que cuidarei zelosamente de não receber
em minha crença nenhuma falsidade. Se acredito ser obra de arte, não tendo a
miríade menor de dons e talentos para isto, como sobreviverei diante deste
fiasco? Serei objeto de mofa, de escárnio.
- Quanto a
isto, o espírito maligno se prepare para colocar o rabinho entre as pernas e
despedir-se à francesa, visto que a res-posta está em riste na pontinha da
língua, sinto o seu gostinho, sinto-a perpassando os meus lábios, e para ela
não há res-posta ainda que deixando a desejar e muito, outros ângulos devem ser
con-templados. O sentimento de humilhação é-me vetusto.
- A obra é
algo que se me impõe, se me requer, pela pureza da forma e a verdade do
inter-dito, além-dito, entre-linhas, além-linhas. Algo que con-serva os
próprios valores, estesias, contra-dicções, dialécticas, até mesmo quando
res-pingada de poeira, de areia fina, dos pingos de água salgada do mar, estas
cositas as envelem, tornem-lhes mistérios, enigmas a serem des-velados. O homem
mais comum sente que o refinamento não pode, não deve mesmo, ser improvisado, e
que nele o fruto de muitas eras, gerações precisa ser respeitado... Se é que
possa entender-me nas raízes.
- A vida é
uma faca sendo amolada numa pedra, ela desgasta ou afia, conforme o metal de
que é feita; afiada, resta saber em que sítio da selva metálica deixaria o
risco de sua lâmina. Cumpre à faca metálica estar sempre afiada para re-colher
e a-colher a engenhosidade e perspicácias das metafísicas e silêncio de Ek de
SISTÊNCIA e TINGÊNCIA DE CON, o verso-uno que nos tornamos...
#RIODEJANEIRO#,
25 DE MARÇO DE 2019#
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