#IN-AUDITOS DO BOSQUE# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto/Graça Fontis: PROSA POÉTICA
Bosque de...
Artifícios
do nada a intensificarem a visão do que em seu interior resplandece de mistério
e enigma;
Ornamentos
do vazio a preencherem os espaços ziguezagueantes entre árvores e vegetações
rasteiras;
Arrebiques
do silêncio que aguçam auscultar sons in-audíveis no in-visível visível de
sonhos e esperanças que no ad-vir das dialécticas e contra-dicções resplendem
outros sóis do tempo;
Enfeites da
solidão que re-colhem nos re-cônditos de si a seiva de maresias marítimas e
artificiam outros caminhos a perseguir;
Pormenores e
detalhes dos sinistros breus da madrugada, quando a coruja inspirada canta seu
cântico de louvor à passagem do in-cógnito à clarividência dos ideais;
Sorrelfas e
quimeras a aliciarem questionamentos e perquirições que magicamente
con-tingenciam novos ideais, inéditas inspirações do perpétuo;
Medos e
temores, tremores e inseguranças a despertarem os interstícios almáticos para a
luz das águas marítimas a assediarem sentimentos e emoções;
Angústias e
tristezas - quando o problema do desejo de eternidades transforma a existência
em árdua labuta de querenças de virtudes e valores imortais;
Pretéritos e
genitivos do verbo e suas regências a abrirem as abóbodas poéticas do ser e
espaço para os raios solares neblinados que pré-figuram a perfeição da
natureza;
Gerúndios e
particípios das declinações das glórias que gerenciam prazeres e ex-tases,
ministram vontades e aspirações;
Bosque que
conquista e apraz o mais almático do pensamento e ideias e eleva o intelecto
aos auspícios do aqui-e-agora, prescrevendo o real enlaçado de verdades e
inverdades.
E deste
"bosque" é o advir das mágicas palavras frente aos mistérios do
próprio universo que o circunda, pertinentes à cumplicidade com as ideias e
pensamentos mais heroicos em exaltação quanto às realidades banais do dia a dia
co-habitadas pelos preciosos germes a impactarem seus lados obscuros ao alcance
do vazio a ser preenchido pela explicitação independente e redundante dos
sentidos palpáveis na unicidade e harmoniosamente no "agora-de" estar
no mundo catapultado como répteis neste habitat afrodisíaco em que as sementes
dispersam-se nos espaços abertos sem limites da imaginação como porcos
selváticos mas nunca se extinguem.
#RIODEJANEIRO#,
19 DE MARÇO DE 2019#
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