PORÇÕES ALMÁTICAS DE MIM# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA
Caliente o
olhar à distância, os sentimentos íntimos florando na floração do espírito, de
êxtases e clímaces, de ex-tases do eterno, a eternidade não é intemporalidade
nem duração perpétua, porém a profundidade do tempo como manifestação
"histórica" da "existência", a-colhendo e re-colhendo,
sereno, o há-de ser da alma-verbo, eivada de regências, vislumbrando os
in-fin-itivos do uni-verso, con-templando o in-finito resplandecido de
constelações. De no ou-tono vindouro, no fundamento do ser a hora fulgura às
margens do in-verno, constrangendo as solércias do íntimo,
aconchegar
de carícias, toques do espírito gélido.
Verdade da
esperança: inverno aconchegante, outrora de ex-pectativas de olhares ternos,
suaves, ou-trora de indecisões, medos, tristezas, angústias, imaginações,
fantasias, quimeras, de sensibilidade, subjetividade, espiritualidade...
Sereno o
desejo de perspectivas lívidas no templo sem tempo de in-fin-itivas regências
do verbo de o in-verno a-conchegar no frio terno as carências. Música breve,
alfanje de sono e sonho ante a falange das nuvens de passar esquecidas,
espírito dos ventos suaves esplendendo orvalhos no solo ardente inda de verão,
esplende as primeiras luzes deste tempo, entre o ser e as coisas, porções
almáticas de mim jamais antes nem jamais mais aferidas em sua irreverência
portenta. Vem-me do espaço vazio, do silêncio eterno, da grande lua que vai
subir no horizonte. Vem-me do sangue envenenado pela interrogação que não ousa,
desde a primeira hora em que o primeiro homem se interrogou. A lua vai subir.
Um instante apenas, escuta.
Verdade da
alma que ausculta o pulsar do coração, pulsações serenas, tranquilas, fluxo de
ideais que floram as flores do eterno, exalando o perfume do há-de ser
inolvidável, presente
de passear
no quintal arborizado, sentindo-me pleno na estação do silêncio afogado, de na
madrugada, clima suave,
tecendo o
Ser de palavras-alegria breve...
Ou tons de
cortinas pardas, de céu neutro, basta olhar poucochito à distância flutuo sobre
o verde sombrio, não verde bosque, o verde além-do-verde, a cor é o existente,
o mais falácia. Os tons do ou-tono se apresentam no crepúsculo. À lareira de
chamas fictícias da entrega lúdica, da cáritas aguardando a regência do
ser-uno. Entoam melopeias, ingênuas. Metamorfoseio-me em felpa de alvura para
conduzir reverência à existência.
Perpétuas as
esperanças de no outono-inverno esplenderem livres o soneto, soneto-vento, a
versarem silêncios, soneto-neblina a ritmar a solidão, soneto-espetáculo do
mundo, feito de mar e metafísicos bosques; de sonhos abraçar aconchegante o
sentimento, a emoção, a sensação da plen-itude e entrega do amor, do afago, de
afeto, re-vestido da cáritas, esplendendo ao longo do silvestre as lâminas de
refulgentes cores do arco-íris, as miríades de inspiração da verdade na calda
do cometa que transpassa os portais do horizonte, as luzes fosforescentes da
poiésis, versejando o divino com as notas musicais do efêmero, versificando o
perene com o nada Infinito do Ser, além de todas do Amor-Eterno, impulso,
desejo, verdade in-versa que olha a última cintilância da Estrela Polar.
#RIODEJANEIRO#,
21 DE MARÇO DE 2019#
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