KATHARSIS LITERÁRIA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA
Caríssima
amiga Juliene Mozzer,
Pecto pros
de utopias iluminando a terra, a floresta re-cobre o chão, o gênio numina o
caminho que corre no sangue a passar... folhas de outono sentindo o amor que
começa a vibrar. Sensibilidade, amor profundo. A lógica do mundo jamais será
entendida, com-preendida; será discutida e vivenciada, mas sempre será
enterrada nas mãos de vagalumes, no inverno.
Amor...
Verbo im-perfeito de pretérito-pers de pectivas de in-fin-itivos
pre-liminares... amanheceu nublado hoje, gotículas de chuva. Tempo de alimentar
de carícias e ternura a saudade tres-loucada do gerúndio na intimidade composta
de êxtase e gozo, de particípio nos stícios-inter folheado de desejos e
questionamentos, o clímax trans-elevado aos auspícios da verdade da vida.
Desculpe-me,
excelentissima companheira e amiga,
Se lhe envio
missiva, quiçá inédita - sabe de minha paixão
Pela criação
do novo, creio até existir por isso -
Nos enigmas
Que traz no
fundo de seu alforje,
Surpreendo-me
com indagando-se,
Por vezes,
afirmando
Quisera
soubesse os segredos que em mim
Residem,
talvez pudesse compreender e entender
Onde busco a
inspiração, o eidos de estilo e linguagem,
Então
estimaria o saber de degustar os desejos, os sonhos,
E
res-pondendo-lhe deixar as águas jorrarem livres na fonte,
Eis a via de
entrada nas luzes que se me a-nunciam,
Deixe-se
voar nas asas, levá-la-á a terras-mães distantes,
A lição que
aprendi no trans-curso de muitos caminhos já trilhados,
Com o Amor e
a Liberdade que encontrei, mudando as veredas e sendas,
E com eles
vou criando, re-inventado, re-criando a sensibilidade,
A
consciência, a liberdade, a sabedoria de pret-éritas contingências...
Pecto intros
de pectivas pers de sentimentos de solidão e compl-etude jacentes-ad aos
desejos e volos circun-vagando uni-versos e versos-uni do in-finito, horizontes
das "itudes" plenas que per-vagam os cônditos-re do nada per-formando
imagens e paisagens que as nonadas do tempo lhe enviam, a-colhendo-as e
re-colhendo-as nos stícios inter dos sonhos do além, cada suspiro na velação-re
do tempo é senda outra que se a-nuncia distante, longínquo, cada esperança da
verdade é outro silvestre do campo a ser con-templado, cada solidão é o dizer
in-audito e silencioso do ser que se vai fazendo, re-fazendo-se,
re-nascendo-se, re-compondo-se na caminhada sem fronteiras em direção à
eternidade, e vai compondo com o espirito da vida, vida do espírito os verbos
do ab-soluto, ser-poético, ser-poesia, ser-poiésis, ser-poiético, e em cada
palavra que vai silenciando, em cada silêncio que vai palavreando ao longo de
suas trilhas a indagação pela Verdade, pelo Vazio que re-colhe o múltiplo, pelo
Nada que nas suas algibeiras traz a essência da esperança, o quê das travessias
que mostram o novo espectro in-finitivo do In-finito. No silêncio in-audito das
palavras, segue pela etern-idade, sonhando o vir-a-ser, o há-de ser, o que tem
de ser, jornada de tantas dimensões, de tantas trans-cendências, de tantas
con-ting-ências, esperando o encontro sublime da divin-itude do tempo.
Nos tempos
de adolescente,
Correspondia-me
com uma alemã, de Frankfurt,
Uma
namoradinha à moda intelectual,
Correspondia-nos
em Inglês,
Já me dizia
ela,
Dorothea
Kommos,
Nome
verdadeiro e real,
Que tinha um
"style of saying" sentimentos e emoções,
Memorizei
seus dizeres,
Quiçá nalgum
tempo carecesse destes dizeres,
Com eles
pudesse revelar mistérios e enigmas de meus dizeres
De ser
ec-sistido, de ec-sistir,
Defectivos
sonhos e esperanças de liberdade,
Outros
horizontes careciam, eram ausentes de sentimento e re-conhecimento,
Mas ec-sistir
com o que pensa e sente disto - ser-estar-no-mundo,
E ao som de
blues, letras, rock-n-roll, jazz, românticas, countrys,
Poesias,
poéticas, pós das éticas, poeiras das metafísicas,
Eis a luz de
minhas letras almáticas,
Com o
amor-verdade de um desejo de ser recordado
Nos sonhos
de um verdadeiro, apesar dos limites, mundo,
Os meus
ritmos conciliados, sincronizados, harmonizados, em sintese
De minhas
melodias dos caminhos do amor, do entrelaçamento da fé
Pecto
circuns da alma velada pela luz tringente-ads ao pleno, ao ab-soluto, velada
pela cintilância das estrelas, brilho da lua, suas sementes e húmus da Verdade
para a qual fora vocacionada desde a imemorialidade do tempo, a missão
insofismável, a missão irreversível, a missão in-audível.
A vida na
sua plena jornada, sem fronteiras, sem cancelas, viagem pelas palavras, pelas
metáforas, pelas sin-estesias, pelos signos, símbolos, no brilho dos olhos a
imagem nítida e trans-parente do longínquo, do distante, a paisagem suave e
serena do silvestre dos sentimentos e emoções outros, o espírito, e, como não
poderia deixar de ser, o coração pulsando o amor, a solidariedade, a compaixão,
a cáritas... Coração de sonhador, coração de estudante, coração de sábio,
coração de sabedor, coração de mestre, coração de profeta, coração que
perscruta tanto as luzes da plen-itude do além, quanto as éritas sombras do
passado, enfim, nesta síntese, é que me vejo a imagem refletida no espelho,
embora esta imagem seja representação de meu rosto, de minha face, e aos olhos
alheios, conforme seus pareceres, em verdade, não sei a minha face, tenho de
criá-la, inventá-la, sendo o testamento de minha entrega de saciar o desejo de
conhecimento, a liberdade de ec-sistir, o ec-sistir da liberdade entre às
querências, desejâncias, e assim a companheira desta jornada ao sonho das cores
despertou-me, da liberdade numa moldura re-velada mostrou-me nas curvas do
caminho olhar e perscrutar as cores da natureza, os raios do sol, luzes e
contra-luzes, e nos abismos deste querer o além do bem, do mal, além do
in-audito e interdito, além do silêncio e da algazarra, sempre a esperança
abraçar os sonhos inspirarem mais ainda a dimensão de espírito de amar e se
dedicar a este amar, a continuidade de eidos almáticos nas asas da vivência,
intimidade, Hirszche Néofo Sastre são versos-inversos da entrega, síntese do
Amor e Cáritas, Kairos.
Assim,
respondo-lhe, caríssima amiga, Juliene Mozzer, a sua última missiva
questionando-me o eidos desta viagem "through" o existido, vivido,
experienciado, e como a minha companheira revelou-me a busca de sentir as cores
da natureza, os brilhos faiscantes dos raios de sol, cintilância das estrelas,
as cadentes, as nascentes, o brilho da lua, eclipse, arco-íris, como comungar
os sentimentos e emoções, sonhos e esperanças, imagem e poiésis da ópera do
silêncio, à busca do inolvidável aos tempos e auroras.
Com aquele
quebra-costelas,
Hirszche
Neófo Sastre
#RIODEJANEIRO#,
17 DE MARÇO DE 2019#
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