**PÊNDULO MENTAL** GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA
Em transe,
oscila o pêndulo mental,
Tique-taque,
tic-tac, tique-taque,
Do obstinado
boêmio,
Viajante,
sendeiro,
Peregrino.
Tempo e
coisas.
Tempo e
palavras.
Palavras e
as coisas...
Não cabem
mais no poema,
Não se lhe
aderem, sintetizam, comungam.
Não são
luvas e dedos.
Vez única
permanecerei
Entre a
pergunta e a res-posta,
Pouco se me
confere a resposta,
Saberia
dizer se a pergunta vem inclusa?
Serei
silêncio
Des-provido
de ornamentos e arrebiques
Des-tituído
de toques e retoques,
Des-encarnado
de molduras,
Pela nudez
dos símbolos,
Pelo nu dos
signos,
Pelas
"peladas" das metáforas e sin-estesias,
Ficarei
in-cógnito entre as evidências,
Ficarei
in-audito entre as de-monstrações,
Ficarei
inter-dito entre as clarividências,
Des-encadeadas
as forças elementais,
Estruturais,
mesmo a dialéctica da existência dialéctica,
O espetáculo
cumpre-se,
O show
real-iza-se.
O espaço
con-sente espaço à melancolia, nostalgia.
Sensação de
sono, des-proteção,
Preguiça,
insegurança
Deveria
assolar corações,
Adentrar as
almas,
Mesmo os
mais resistentes,
Insolentes,
irreverentes.
Imagem
fantástica:
O teu corpo
translúcido, reluzente,
Claro
cristal rebelado
Das grutas.
#RIODEJANEIRO#,
14 DE MARÇO DE 2019#
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