#PELA OMNISCIÊNCIA DO CAMINHO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA
Verbo e
ventos...
A melhor
ajuda para a consciência é romper com os grilhões que iludem o coração, é
desvencilhar-se das hipocrisias que tornam as contingências fáceis. O verbo
satisfaz o desejo de compreensão e entendimento das possibilidades humanas. Os
ventos despertam a inteligência para o que causaria tão-só desagrado.
Haverá, na
verdade,
A
ab-solvição?
Haverá, na
verdade,
O
ab-solvido?
Que desejo
inconsequente,
Insano,
despropositado
Deixei
aderido
Às teias da
ec-sistência
Para outra
vez ter que
Usar estes
grossos
E
enferrujados grilhões?
Estranho
poder
Que nos une
e des-une
Tantas
vezes,
Que con-cede
prazeres
E a dor
profunda...
Indecifrável
enigma
O da
trans-figuração humana...
In-compreensível
é esta consciência
Sabida real,
pela omnisciência do caminho.
Onde andaram
todos os outros
Que pensei
ser?
E, este
agora,
Será o que
traz em si a voz em falsete,
A certeza
in-abalável?
- Ou
simplesmente as cortinas se abriram
e o palco
está iluminado?
In-inteligível
mistério
Alvorecer de
luzes brilhantes,
Anoitecer de
céu sem estrelas, sem lua,
Tenho sede
de palavras
E desprezo
por versos vulgares,
Os novos
eternos deviam ceder lugar
Aos velhos
eternos,
Porque estes
realmente pintam nas páginas
Os
sentimentos que estão na base de todo pensamento,
De todos os
ideais, de todas as utopias.
Gritar pelo
sonho...
Último
remanescente do Belo
Único ópio
capaz de escancarar as portas
À verdadeira
liberdade.
Tempo e
ventos...
Nada há no
homem que seja imortal, menos os bens do espírito e da inteligência.
Exercito
pensamentos, ideias,
cuja
intenção sine qua non
é o de
excelência salto para o alto.
Voando no
escuro
Real-izo a
minha Arte,
Dou
nascimento a mim próprio,
Executo os
Sonhos em mim trago:
uma canção,
talvez grito altissonante,
Cumpre
manter-me erecto,
Com mais
objetivo perscrutar as minhas fendas,
Sondar-me as
brechas.
Ter-me aqui,
depois do voo
- onde? -
Cônscio da
teia e da densidade deste chão.
Quando o
pensar
Imprime
gestos no ar,
Mov-imentando
emoções,
A
in-sustentável leveza do ser.
Dei-me em
asas
Embebi-me em
espaço
Projectei-me
por inteiro em mergulhos,
Ampliando
interiores fronteiras,
Do alto
projectam-se como um sonho
No in-finito
do Ser.
Verbo e
silêncio...
Mísero que
sou, muito temo, porque muito fiz inconsequentemente, e prolongo-me torturado
pelo medo do meu próprio exemplo.
Não são
pretéritos
re-visitados,
re-visados,
Que pólen
possibilitou-me a vida,
Eis este
instante, não único,
Vários
efemerizaram-se,
Vários
re-nasceram do éter,
Cujas
impressões,
Sensações,
Percepções,
Intuições,
Perfumadas
do botão
Oculto no
jardim da vida,
Que casulo
me resguardou do tempo,
Eis-me
aqui-e-agora,
Re-vestido
de gestos poucos,
De atitudes
imensas,
Do instante
presente,
Para a luz
de tudo que respira,
O mármore é
mov-imento,
Quisera ser
sábio, analfabético,
Ignorantemente
gênio,
Para
des-vendar, des-velar
De-cifrar
enigma futuro.
Encontro a
rima perdida,
a origem, o
despertar,
tornando
sensível o in-visível,
tornando
re-cord-ação
preteríveis,
preterizados
sonhos,
ilusões, utopias,
a palmeira a
re-fletir
as primeiras
luzes da manhã,
Rimas
pretéritas - pedras atiradas ao rio,
Impulsos
para outras ad-versidades
nas
di-versidades da vida efêmera da flor
ser
essência, cor, olvidamento,
presenciando
as inestimáveis cores da inocência,
multiplicado
em linguagem, estilo
de
amadurecer,
de crescer,
sob o sol de
utopias e esperanças,
sonhos e
ideais,
e no lago de
miríades de místicas imagens,
o silêncio
baila
ao som da
cítara e da harpa
de Ravel...
#RIODEJANEIRO#,
15 DE MARÇO DE 2019#
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