#AFORISMO 65/VERBO LONGÍNQUO RE-FLECTIDO DO/NO VIR-HÁ DE SER A POÉTICA DA VISÃO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
"Desde a concepção do broto às pétalas des-abrochando, e o ser
eidético da estesia da natureza se presentifica, a vida prossegue de dialéticas
em dialéticas os caminhos de luz nas trevas. (Manoel Ferreira Neto)
Epígrafe:
"Mesmo nas nebulosidades primevas, as deduções são justificadas
quando os questionamentos insolúveis e infinitos, inerentes ao ser, são sincronicamente
em harmonia à genesis existencial."
Des-velar-se para a luz e o resultado de uma in-vestigação, pesquisa
diuturna para anular as trevas e soerguer de dentro das náuseas, ipseidades e
facticidades.
Idiossincráticas visões erb-éticas das declinações dos tempos, águas
fluindo na viagem aos pretéritos da vontade de liberdade e verdade, sinistros
silvos, irreparáveis sibilos, lamentosos alaridos, sentimentos de uma coisa
selvagem, por onde con-templar o que movimenta e absorve a vida... fímbria azul
do mar, na jornada à busca de saciar a sede do que se insinua por entre as
rochas lisas, instante de deslize entre as antíteses, sem quaisquer embaraços.
O que há de insolência, o que há de inocência, o que há de fúria, o que há de
silêncio, o que há de melancolia e nostalgias nos séculos e milênios, o que há
de água no fundo de cada um dos indivíduos? Apesar da náusea, da inquietação
entre o real e o irreal da culpa subjetiva de ator com mãos sujas, do palhaço
diante da surpresa com a beleza de ser poetizar o riso, a gargalhada numa
realidade paralela, vertendo lágrimas, e a platéia divaga num mundo utópico de
verdade, corações nostálgicos, sentindo-se ser real, de alma límpida.
Jardins dos pensamentos - flores exalando perfumes divinos, pétalas de
pura beleza des-abrochando, uni-versos e horizontes eivados dos verbos
sensíveis da magia, o in-finito esplendendo de paz, serenidade, a roda-viva do
mundo em pleno movimento, à luz do alvorecer borboletas em vôos livres, à merce
da travessia da noite a coruja em silêncio perscrutando no tempo as esperanças
do conhecimento, o ser dos sonhos, o desejo da espiritualidade.
A vida vive, vivendo. Vivendo, vive a vida, vive a vida, vivendo.
Pensamentos, idéias, utopias. Face a face in-verdades, mentiras, quimeras, à
imagem do verbo longínquo re-fletida, esplendendo raios numinosos na poética do
espaço, ausências e manque-d´êtres de dimensões eidéticas do vir-a-ser da
plen-itude, falhas e faltas de con-tingências do que trans-cende angústias e
náuseas, carências da solidão e silêncio, os ventos sibilando dispersos
sarapalhados por todos os cantos, recantos, sítios da terra.
Semânticas concepções ad-versus efêmeras das des-ilusões e de-cepções
que, por vezes, re-surgem, pó de giz no chão, sopa de letrinhas sobre a mesa,
côdeas de pão no prato de vidro, a última refeição do dia, soletrando
questionamentos profundos, há verdades olvidadas, há angústias in-esquecíveis
no instante-limite da despedida, outras estradas a serem trilhadas, a vida na
sua plen-itude. Nada mais importa. Nas estradas sinuosas, fiz-me.
Efemerizam-se, mas re-tornar-se-ão, com certeza, com outras indagações e questionamentos.
Ad aeternum...
Intransitivos questionamentos, taos do ser à busca do orvalho da noite
que, sublime, toca as folhas das flores, eivando desde a concepção do broto às
pétalas des-abrochando, e o ser eidético da estesia da natureza se presentifica,
a vida prossegue de dialéticas em dialéticas os caminhos de luz nas trevas.
O in-vero de neblinas gélidas, as neblinas gélidas do in-verno cobrem as
visões do longínquo, distante, no olhar no vazio do além, nos recônditos da
alma o medo, insegurança, solidão que se vai perpetuando, ao longo das
estações, travessias vivaldianas e urbanas do verbo e tempo, efígies do Monte
Castelo, nonadas wagnerianas dos tempos e Isoldas dos sons e melodias, cujos
sonhos e fé são o amor e a cáritas da esperança, falando todas as línguas,
declinando o Latim a "última flor do Lácio, inculta e bela",
recitando todos os versos e estrofes gregos, a língua em estado de êxtase por
tão bem pronunciada, normas e regras da erudição clássica nos "trinques",
declamando na ribalta das magias a perfeição da verdade, o soluto-ab do divino,
pedras angulares dos sons de poemas que evangelizam os cânticos da primavera a
res-plandecerem de beleza e estesia os rosáceos verbos da harmonia, sin-cronia,
sin-tonia com o amor, a genesis primeva dos pretéritos, cosmos eivando o caos
das dimensões da continuidade aberta ao tempo das consumações, caos alimentando
o cosmos com os grãos do nada e efêmero, sêmen, húmus, sementes do sonho que
ante-cedem a esperança, esperança que precede a fé que fecunda, a fé que
febunda, a fé que é besta, a fé que basta para elevar o tabernáculo do
evangelho das flores que embelezam, estesiam ao paráclito do vernáculo da
felicidade, do divino que habita a alma, em todas as contingências das cinzas
pretéritas às cinzas da morte, das cinzas da morte, morte da carne aos raios
numinosos de outro alvorecer, em cujas palavras vivem, concebem o outro, dão a
luz à Oriente Estrela da Ribalta no vero-ab do verb-ético de viver, passo a
passo, as metáforas dos jardins do inverno, pers-pectivando o verbo longínquo
re-fletido do/no há-de-ser...
RIO DE JANEIRO**, 27 DE JULHO DE 2017)
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