#AFORISMO 20/FILOSOFIA DAS PRETER-ITUDES DO DES-PERPÉTUO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
#Nem que
a morte grite e vocifere suas glórias e júbilos, sendo a travessia do absoluto
ao nada, no ser ad-jacente do perpétuo habita o telos do mistério que no jogo
aberto das primícias a eternidade se abre às perspectivas do nous.# (Manoel
Ferreira Neto)
Quem
pode legar luminosidade de coriscos do astro-rei ou ser resplendor a recair
clarões transcendentais da divindade? Sem a afeição, execraria a elocução que
se conclui lascívia, sem a confiança, rejeitaria o acontecer que se compõe
vida, sem a palavra da consciência, descuraria os devaneios, sem o pensamento
consciente, proscreveria os questionamentos das vontades e da verdade, e até
que o excedente do curso ainda no crepúsculo fosse deformado, fosse dissecado,
fosse gotejado, o âmago desta existência é gentil-homem, tem configuração e
raiz, ronda em volta das sortes, cruza por infindos em volta dos luzeiros,
roda-viva por in-audíveis espíritos da vida, ziguezagueia nas circunvizinhanças
das fortunas e infortúnios.
Quem
pode auscultar as batidas do coração no peito das dialécticas e contradições a
per-fazerem as nuanças do tempo que se re-veste das querenças e desejos da
verdade, ao longo das alamedas das experiências e vivências, das contra-mãos
dos sofrimentos e náuseas muito há-de se embeber de sonhos e utopias. Quem pode
escutar as vozes do silêncio, assimilar-lhes nos interstícios da memória,
deixá-las livres para emitir seus ideais, ainda mais há-de aprender nos
instantes de solidão e elencamento de outros pensamentos dos sonhos que se vão
sendo realizá-los, outros compromissos, responsabilidades, outras utopias, o
caminho é sem-fim...
In-transitivo
transitivo de re-versos in-versos manque-d´êtres do infinito vazio do vir-a-ser
tramitando direitos e privilégios da verdade que trilha veredas e sendas do
tempo não encontrando sítio algum em que se estabelecer, em que se permanecer,
em que se re-criar e re-compor-se, proporcionando o perene desejo da
felicidade, fenecendo de mentiras, blefes, tripúdios, nas memórias póstumas
única e exclusivamente o epitáfio solene e sereno: "Aqui jaz a verdade sem
quaisquer serventias, mais valia haver se deleitado e refestelado no alpendre
do nada, con-templando a Estrela Vésper..."
Quem
entrar no campo santo e ler isto, não haverá alternativa senão gargalhar às
cavalitas diante da ironia e sarcasmo que lhe habita, reconhecendo intimamente
ser perfeito atoleimado por acreditar nela.
Preter-itudes
ad-jacentes, preter-jacentes de itudes - pers-picácia de so-letrar,
so-litterisar, de-clamando letras, re-citando sons que trans-cendem os desejos
de expressão do que habita na alma vazia, fonemas fon-éticos que trans-elevam
os volos de ex-tases sol-sticiados pelos terrenos baldios das utopias da beleza
do belo, sentimentos e emoções aquém das metáforas do sublime, meta-físicas da
plen-itude, sin-estesias do ab-soluto, po-iética do divino.
Angústia,
tristeza, medo, solidão, desespero, inspiração e sensibilidade precedendo
abismos do mistério e enigma de tempos entre-laçados no vento concebido em
confins, passando em arribas, travessias de nonadas, levando as meta-físicas
das po-eiras para o in-finito in-audito, finito incognoscível. Assim falavam os
orvalhos do inverno e primavera, gerados no quotidiano das volúpias do fim
eterno do efêmero, dos êxtases do término efêmero do eterno, meta-morfose do
pleno em vácuo do Nada.
Esplendido.
Espetacular. Todas as verdades fenecem e o absoluto permanece virgem e inocente
diante do que trans-cende a essência do divino. Todos os absolutos que se
a-nunciam e revelam-se ao longo dos abismos do há-de temporalizar conhecem a
bifurcação horizonte/universo, e para escaparem às ilusões e quimeras
enveredam-se pelos pampas sem limites do espaço. O além precede o aquém,
persegui-lo na trans-cendência é retrocesso, retornar ao caos que se tornou
cosmos, o cosmos que se tornou o inferno da metafísica do efêmero, nada havendo
nos confins das arribas, língua para fora, surpreendente o "ser" ser
nada, o nada ser simplesmente gerúndio do particípio, infinitivo dos pretéritos
subjuntivos.
Nem
que a morte grite e vocifere suas glórias e júbilos, sendo a travessia do
absoluto ao nada, no ser ad-jacente do perpétuo habita o telos do mistério que
no jogo aberto das primícias a eternidade se abre às perspectivas do nous.
As
á-gonias e an-gústias por con-sentirem o transitivo direto do verbo gnose agir
conforme o há-de ser das contingências, e o que foge às dimensões da
sensibilidade e da alma per-vaga no pretérito do perpétuo, postergando o vazio,
fonte da idoneidade absoluta de todas as utopias de re-vérberos a consumar a
vacuidade do nada.
Nos
campos, nas florestas, nos abismos, nada há, nem haverá, que re-verse a
travessia da nonada à passagem do perpétuo da verdade. Nihilismo? Sim e não,
tomando a pena, cuja tinta não inscreve ou escreve a palavra inter-dita ou
inter-alinhada ao crepúsculo rumo ao onírico do amanhecer, do tempo que se
perde nos interstícios da história na mente, as dialécticas nas mãos, a
esperança do sublime debaixo da ponte em que as águas passam imanentes e
imaculadas.
(**RIO
DE JANEIRO**, 08 DE JULHO DE 2017)
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