#AFORISMO 40/... BALADA 61 DAS IDADES-IPSE DO MORRER# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
Epígrafe:
"Vislumbres
do passado perpetuam-se no ontem, aquando centelhas de verdade presentifica-se
na sede de liberdade." (Graça Fontis)
I ATO
- PRE-LUDIO
Bordas
do in-audito
Os
sentidos estão envolvidos
Em
produzir o conhecimento;
Ontens
de só vislumbrar a distância,
Pretéritos
de só re-fletir o olvidado
Longínquo
- a vida onde está?
O
ec-sistir onde habita?
Luzes
nos recônditos da alma,
Sombras
no âmago dos pensamentos,
Brumas
na orla das idéias,
Esperança,
sonhos, desejos, utopias
Horizontes
acolá, alhures
Baldios
os terrenos do além
Vagos
os lotes do in-finito,
Vazias
margens do aqui e agora.
II ATO
Hoje!
A vida
aberta às trans-cendências de mistérios... travessias do aquém às arribas para
tripudiar os medos do desconhecido, de confins aos limbos para se esconder nas
sombras da morte do in-audito, obnubilar no lusco-fusco de outras terras do
bem-virá, foram-se perdendo, foram-se dissolvendo, foram-se nadificando,
cumprindo os resgastes, pensando o pensamento que pensa os vestígios,
resquícios, projetando-os ao há-de vir, há-de ser, há de pres-ent-ificar os
ideais do perpétuo.
Então?...
Con-sentir o re-nascer, esquecer o que foi apreendido, assimilado, aprendido,
vivenciado, experienciado como pedra angular da lei do menor esforço o não-ser,
inda garantir a sub-vivência no presente, aprendendo novas lições, lições da
verdade de que se é, mesmo que sejam os estrumes perfeitos e absolutos, os
valores, valores supremos da liberdade.
O
pensando o pensamento de pensar a liberdade é trans-cender a contingência na
sua frincha de abertura para os passos nas sendas e veredas do ec-sistir pleno,
não andar em brancas nuvens, rodeando o cogito, o nada da vida, o efêmero de
estar-no-mundo, o vazio de ser-no-mundo, são luzes nas trevas. Estar diante da
vida, estar frente a frente com a frincha do ek-sistir, é tirar as algemas e
correntes do que se desejou no pretérito, de que a sentiu carência do arbítrio
do verbo ser, e ser localizado na alameda por onde trilha à busca dos ipseidos
do arbítrio livre da noite, da carne e ossos, cinzas pretéritas nos
in-finitivos de todos os gerúndios e particípios.
III
ATO - PRÓ-LUDIO
Hoje...
Passos
na areia da praia,
Ondas
tocando os pés,
O
olhar vislumbrando os raios
Amenos
do sol sob a superfície das ondas...
No
topo de um morro, no crepúsculo,
Con-templando
o pôr-do-sol,
Amando
o ente íntimo, a amada,
As
companheiras cadelinhas Jana e Paloma...
Esperanças
comendo com o espírito os sonhos
Utopias
seivando com os sentimentos do eterno
Esperanças
criam passos,
Sonhos
criam traços
Desejos
criam as metafísicas do ad-vir,
Vontades
re-criam da liberdade
Glórias
e luzes, da verdade,
O
in-olvidável, o in-audito e o silêncio.
Centelhas
de verbos sarapalhando, sarapalha-versejando, sarapalha-versificando vestígios,
restícios das trevas pretéritas do não ser à luz diáfana pro-jectada ao eterno,
não apenas e exclusivamente em nome e perpetuidade do paraíso onde todos os
perfumes da natureza em uníssono exalam a perfeição da felicidade, glória e
júbilo de realizações de sonhos e querências dos its-tícios das águas sublimes
do rio de cócitos líquidos e moleculares do finito sem o destino do mar,
retiradas as docas, as ondas fluem tranquilas e pacíficas.
Sarapalho
idéias, sarapalho ideais nas conjunturas da angústia, sarapalho vazios e nadas
em nome do pensar que vestigia os pensamentos. Ontem será outro verbo de ser no
castiçal das intemporalidades e a-temporalidades, inver-a-tempos, no canto da
janela fora do espaço íntimo, buscando o flectivo do espelho ad-jacente ao seu
ser atrás de amor pelas idades-ipses do morrer, retornar do que jamais fora
idealizado.
Centelhas
de letras silenciosas re-presentando pensamentos que se constituem de
observações das galhas de árvores cujas folhas são balançadas pelo vento,
configurando as artes para que a verdade não mate a vida, não extingua as
visões de outras colinas e picos na extensão dos vales, dos oceanos,
per-formando os sentimentos e emoções dos instantes-limites que lançam o
des-afio de decisões da náusea ao bem-estar, do nada ao etern-escer,
pre-figurando o que há-de ser a pitibiriba das realizações, abrindo as asas
para o in-fin-itivo de outras realidades... correndo contra os ventos...
(**RIO
DE JANEIRO**, 15 DE JULHO DE 2017)
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