#AFORISMO 24/NO SEIO DA NINFA NASCE UMA ROSEIRA# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto
I -
SETE FONTES
Sete
fontes, em cujas águas o sol, estrelas e lua incidem raios e brilhos, esplendem
o há-de vir do itinerário dos rios, da trajetória até o encontro do mar,
onde
serão a limpidez e cristalino do eterno e absoluto.
Sete
taças de cristais, contendo o vinho de todas as dimensões sensíveis,
contingentes
e transcendentais; no banquete às bem-aventuranças das querências e fé,
embriagam a alma de desejos do Ser e do Verbo, embebedam a consciência de
desejâncias da Verdade e Sabedoria.
Sete
homens hão-de decifrar enigmas, conhecer segredos (não degredos),
amar
como nunca o olho que vê além-contingências, o espírito do eterno.
Sete
veredas tapetadas de flores silvestres serão os sonhos da travessia para o
in-audito do silêncio, in-inteligível da solidão, in-cognoscível da carência;
na floresta branca, o amor será o néctar que saciará os desejos perenes do
prazer e felicidade.
Sete
metáforas do ser e não-ser, do nada e do tudo, do eterno e do efêmero, do
inolvidável, versejarão a estética da razão/vida, dialética da iluminação.
Metafísica da inspiração. Ontologia da percepção. Fenomenologia da intuição e
imaginação fértil.
Sete
abismos, ao longo das montanhas e serras, serão o palco e o cenário do banquete
lunar, dançarinas das estrelas, deuses e deusas amando-se livremente ao toque
suave dos ventinhos advindos da profundeza.
Sete
rosas de prata acolhem o universo, no seio da ninfa nasce uma roseira.
II -
SETE CAVERNAS
Sete
sou nos versos e re-versos do tempo, sete me re-crio nas estrofes e inversos do
verbo, sete me projeto no arco-íris de cores cintilantes, e sete sigo as linhas
do horizonte.
Sete
corujas cantam na madrugada a noite da sabedoria à espreita do alvorecer
absoluto do espírito de ser.
Sete
aclives e declives por onde trilhar, apascentando as ovelhas, levando-as a
saciar a sede no Córrego dos Cócitos do Eterno.
Sete
genesis de sendo-em-sendo iluminando os caminhos para o louvor e júbilos do
tempo.
Sete
desejos de ver na sabedoria que se move sob o céu a força que a movem.
Sete
braços que se erguem para o adeus, a dor que o eleva.
Sete
sabedorias do sublime que elenco no espírito para a vida ser o verbo das
esperanças e sonhos, para a ec-sistência ser a realidade, o real da verdade e
das utopias do eterno.
(**RIO
DE JANEIRO**, 09 DE JULHO DE 2017)
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