#AFORISMO 57/FLORAÇÃO DA ETERNA LINGUÍSTICA DA PALAVRA# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
"Sem os espinhos, a rosa não seria, sem a
rosa, os espinhos não existiriam..." (Manoel Ferreira Neto)
Epígrafe:
"Só... Só o Amor na sua magistralidade tem o
poder condicionador de arraigar no tempo toda a sublimidade poéticos dos
tempos" (Graça Fontis)
Seren-itude de papéis... Folhas brancas de
palavras, palavras semânticas, eivadas de in-fin-itivos, palavras linguísticas,
alimentadas de buscas e questionamentos da verdade do ser. Páginas de
orvalho... Folhas de outono...
Garatujar letras para metaforizar o
"ser", sin-estesiar os interstícios da alma, sem sentido, sem
significação, melhor o silêncio, con-templar o inaudito, nada a dizer, nada a
expressar, olhar perdido na frincha do horizonte
Amiga disse: "Quem ama é dono do mundo. Não se
sente sozinho." Digo: "Quem ama, escreve filosofia até nas asas do
vento, no etéreo efêmero das con-ting-ências"
Grito antigo é altissonar a voz do amor, fluí-la
livremente, re-velar a verdade
de amar o verbo, florá-la na floração da eterna
linguística da palavra "entrega".
Vão desejo, inútil vontade de entender os tempos
infinitivos, indicativos,
subjuntivos, gerundiais, imperativos da a-nunciação
do egrégio genesis do absoluto, da paisagem campesina da divina esperança da
estesia. "Someone told me long ago...": "Amor não tem razões,
amor não tem motivos, amor não tem explicações - até terminou com pensamento em
francês: c´est fini"
Respondi:-lhe intelectualóide que era: "Amor
não tem frinchas, amor não tem frestas, amor só tem vãos". E solitário -
melhor dizendo poeticamente: no terreno baldio do instante-limite, divagando
nas nuvens brancas celestes, do efêmero efemerizado de nonadas. Diria hoje:
"Os espaços vazios do amor
são as verdades absolutas do espírito que
trans-cende, trans-eleva a essência das dores e sofrimerntos." Camões se
esqueceu de dizer que o amor é a alegria das dores e sofrimentos ad-jacentes
aos ad-nominais ad-juntos do pleno, sublime, perene.
Amiga outra inda disse: ""Este amor vem
de eras e eras...", desejando ela dizer sou re-presentante de uma história
perdida no tempo que renasce sem idílios e iluminações.
Nada re-presento, nada a-nuncio. Quando Pessoa, N´A
Tabacaria, diz
"Sou nada...", ele se esqueceu de dizer:
""À parte isso, o nada plen-ifica o Amor, o sonho do mundo é o amar
do verbo ser".
Vou agora fechar a janela, deitar-me na cama. Se
não dormir, ao menos contemplo a ausência da luz, o breu do nada. Amanhã será
outro dia...
Sem os espinhos, a rosa não seria, sem a rosa, os
espinhos não existiriam; sem o amor, o nada não seria, sem o nada, esquecendo
os momentos na voz de uma mensagem: "Acho que vou devorar os anos..."
(**RIO DE JANEIRO**, 23 DE JULHO DE 2017)
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