Graça Fontis PINTORA ESCRITORA E CRÍTICA LITERÁRIA APRECIA O POEMA A Idade Possa Facultar às Quimeras ****



Estão nas letras e nas palavras iniciais, a revelação mais elegante de como o Escritor se sentia nesse momento, instante em que esse belo Poema foi embalado, o mais são esperanças vindouras, desejos em porta-retratos, quiçá com ação do tempo... esvaecem-se, mas estas, letras e palavras, na memória permanecerão à espera da libertação, sem reclusão inda mais longe irão mesmo entre as incultoralidades pretensas e vorazes, pois o terreno continua muito fértil, né meu #Poeta! ❤Beijinhos......
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RESPOSTA À APRECIAÇÃO SUPRA
Interessantíssimo... Uma palavra ou uma frase ou um verso podem ser a "Chave" de Leitura de uma obra, seja literária, poética, filosófica. Você teve de ler algumas vezes o poema para entendê-lo, e fora a palavra "BALDIOS" que despertou a análise, o entendimento. Aliás, não sendo com este termo, em qualquer dimensão de análise ou interpretação haveriam lacunas. No momento da criação, disse-me: "Vou jogar este termo aqui, sem dizer de terreno. Vamos a lá ver em que isto dá", uma palavra aleatória. Este termo significa "inculto", terrenos incultos, onde nada germina, sementes não floram. O terreno das Artes se mostram incultos, esperando a libertação, entre todas as profanações, heresias, simplesmente levando as Artes ao caos, ao nada, a coisa alguma. Mas as Artes continuam férteis, o que está ausente é o mergulho na sua fertilidade, criá-la, inventá-la cabe aos poetas e escritores, nas Artes em geral.
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As experiências, as vivências, a continuidade das buscas possam facultar às esperanças vindouras a realização do Ser. Esta fora a intenção fundamental na criação deste poema.
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#A IDADE POSSA FACULTAR ÀS QUIMERAS #
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: POEMA
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Palavras re-colhem
aos volumes de sinistras con-versas
a concepção de gestos uni-versais
a germinação de cor-agem insolente...
o que escrevo é música do ar,
nasce na neblina a
primeira pétala de vento,
a harpa dos anjos-seres ecoa ritmos
no sem tempo...
sereias-deusas bailam nas constelações,
noites arrabiscadas no chão de giz,
sacis-pererês saltitam entre as estrelas,
almas penadas arrastam-se no limbo,
a bailística de sinuosas performances,
madrugadas sarrabiscadas nas
venezianas de lições,
se ouço o violino ritmando metáforas,
melodiando metafísicas e poesias,
"acordeando" exegeses,
é que atrás do pensamento atinjo
o estado lírico do ser e do espírito,
se ausculto a gaita melodiando metafísicas,
“arranjando” linguagens e estilos,
isto significa estar mui distante
dos ideais e sonhos da arte e do existir,
Criar, re-criar, in-ventar,
Vasculhar o íntimo à busca do exímio sentido
Que revelará os estados de espírito e alma.
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Palavras ruminam exílios sem devaneios de utopias e nadas, desvarios de projectos e vazios, e a insatisfação com a criatividade sem perspectivas outras, vida mínima, vida essencial, lágrimas ocultas, escondidas, mister caminhar "... pelas serventias da existência e instruir... " que para a idade possa facultar às quimeras, "Quimeras longínquas, quimeras integras ou fragmentadas...", o testemunho incólume de outras entregas, o pensamento e o mundo em questão, as idéias inscritas no papiro e as conjunturas profanadas pelos cantos e recantos; caso isto não seja patenteado, os estados d´alma re-versos, in-versos, per-versos, ad-versos... a náusea... quase que impingem a estabelecer moradia. Noite sem lua, perder o chapéu.
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Palavras sussurram, à mercê de sibilos de vento, canciones de verbos e versos, "melodies" de mistérios, enigmas, des-conhecidos, - esperanças, sonhos, felicidade, paz -, revelando o ritmo da alma, dançando com os sentimentos de amor, carinho, emoções do eterno verbo ser, plen-ificando a vida de essências florais, exalando perfumes do in-finito além das con-tingências, além dos absurdos e instantes-limites, esplendendo sonhos de horizontes de além, versificando no espírito a melodia do eterno-para a etern-itude, versejando sons in-auditos de harpas e cítaras no ser futural de encontros.
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Palavras murmuram à luz do silêncio, serenas emoções - desejos, volúpias, êxtases, vontades, clímaces, gozos -, pervagam de confins ao além, viagem longa, con-templando o alvorecer que ilumina na floresta as sendas e veredas, aclives e declives do campo circundado de montanhas, bússolas de encontro da alma e do espírito, ritmando de notas a magia do amor e ternura, entrelaçados de esperança e fé na peren-itude, itudes de melancolias, nostalgias, barco que desliza na água trans-lúcida do mar azul de carícias, a caminho da longínqua verdade perpétua.
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Palavras cochicham ao léu dos uni-versos musicalizados de felicidade e alegria - Graças a la vida -, entre suspiros inter-ditos e ditos da espiritualidade que recita o eterno de cintilâncias, entre exclamações verbais, declamadas com a fosforescência das ilusões, fantasias, quimeras e sorrelfas da alegria e contentamento, cores do arco-íris vivificando o tapete silvestre de amores-em-amores compondo de cores vivas, trans-lúdicas o soneto de genesis, sons in-audíveis, o espírito ouve e versifica em voz re-colhida nos pingos de chuva orvalhando a solidão, em perene silêncio,
con-templ-orando os primeiros raios de sol a numinarem a magia do ser que exala de essências o ex-tase, amor que resplandece, passo a passo, no tempo.
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Palavras balbuciam o VERBO-AMAR, a canção de idílios e sonhos segue musicando temas e temáticas nas sílabas de instantes e momentos eternos, gerúndios e particípios no som de pronúncias do coração a pulsar descompassado emoções e sentimentos, cujos eidos glorificam as verdades lúdicas da alma, cujos eidos jubilam as divin-itudes do espírito.
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Palavras adiam
para outros séculos a felicidade coletiva,
a existência do Grande Espírito,
a face de indecifráveis palmeiras...
a escritura e o verbo de ser
à espera do instante de a pena insinuar-se
ziguezagueando por entre baldios,
o artífice delas saiba deixar-se livre...
Rio de Janeiro(RJ), 07 de maio de 2021, 07:30 a.m.

 

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