#JUÍZES DO CAOS ADVOGADOS DO VAZIO # GRAÇA FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO ****



Epígrafe:
Ao norte, JACAREZANDO, passei correndo,
Sob o fogo cruzado dos forasteiros e agentes
Da ideologia, das condutas espúrias,
Corpos sem vida jogados na rua,
Enxurrada de sangue correndo na poeira, entre as pedras,
A Mídia tecendo tributos calorosos ao caos....
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Afrodisíaco selo gravado em plano dionisíaco
Sinal de fogo, chamas, faíscas
Símbolo de ardência, calor,
O sol se põe
Fama e eternidade
Anonimato e imanência
Reino do Ser e da Verdade
A verdade já foi colocada
De ponta-cabeça,
As in-verdades expostas
De costas para o sol nascente,
Quando o advogado do nada
Foi confundido
Com o re-presentante da verdade
Os juízes do CAOS
Libertaram os nonsenses da moral,
Legaram-lhes mais poder
Para a continuidade dos despautérios
O que exigiam da verdade
Era uma eficiência pitoresca,
Mundo imanente do devir e da mera aparência
Mundo Real/Verdadeiro do Ser encontra-se tanto
Por trás do mundo que vemos (assim como a
Verdade está por trás do véu da aparência/ilusão)
E a Substância está sob/debaixo de seus atributos
O mundo de devir é nada
O transcendente está além do imanente,
O contingente está aquém do vazio,
O céu está além da terra...
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Aprendi com a águia
Perspicácia e saber
Aprendi com a coruja
Silêncio e filosofia
Ao leste, voei,
Por sobre o mar de ondas serenas, tumultuosas,
Ao norte, jacarezando, passei correndo,
Sob o fogo cruzado dos forasteiros e agentes
Da ideologia, das condutas espúrias,
Corpos sem vida jogados na rua,
Enxurrada de sangue correndo na poeira, entre as pedras,
A Mídia tecendo tributos calorosos ao caos,
Os forasteiros não podem ser executados por suas ações,
Os homens devem ser escravos das conjunturas
Ilícitas que os poderosos consumaram?
@@@
Há um mundo repleto de contradições
- logo, há um mundo livre de contradições
Este mundo vem a ser - logo, há um mundo que é.
***
Tempo de saber que alguns equívocos, erros
Caíram,
A raiz da vida ficou mais forte, mais densa,
Quem pensa a sós, sábio re-conheço,
Cantar a sós – já é para os parvos!
Declamar versos soltos da carência
- já é para os desiludidos, indiferentes à realidade social!
Recitar estrofes brancas de medo
Do amor não-correspondido
- já é para os insurrectos!
Lavrar a palavra nívea da vida-nada
- já é para os ausentes de alma!
Aceitar governos cretinos
- já é para o povo domesticado e alienado.
***
Ainda na madrugada chuvosa, na sonolência
De escuras árvores, eu,
Ouvi batendo, como em cadência,
Um tique, um taque, bem de devagarinho...
Fiquei zangado, fechei a cara,
O sono não me vinha –
Mas alfim me deixei levar
E igual a um poeta, que nem observa,
Repara,
Em tique-taque me ouvi a minh´alma
Insaciável com sua língua
Lamber em todas as coisas
Verdadeiras e mentirosas,
Laciando "Fora, fora,
Oh verdades álgidas!,
Só uma verdade madura, fresca
Apanho da árvore"
Rio de Janeiro(RJ), 07 de maio de 2021, 09:52 a.m.

 

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