Manoel Ferreira Neto ESCRITOR POETA E CRÍTICO LITERÁRIO ANALISA E INTERPRETA A MEMÓRIA NO POEMA O Mundo é o Espetáculo ****



Manoel Ferreira Neto ESCRITOR POETA E CRÍTICO LITERÁRIO ANALISA E INTERPRETA A MEMÓRIA NO POEMA O Mundo é o Espetáculo
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O último verso do mais recente poema da pintora, escritora, crítica literária, Graças Fontis, assim termina: "São os vicejantes dessa memória". A "memória", nesta instância, é a palavra chave de interpretação e entendimento do poema. A poetisa emprega muitos recursos de linguagem poética para dizer, expressar o seu pensamento sobre o mundo, ser o mundo "Espetáculo". Tomando em consideração que o "pensamento não pode medir-se com a linguagem", a linguagem transcende o pensamento, apresenta apenas uma "Resenha gratuita do "MUNDO", sem aplausos". Se a consciência é memória e antecipação, é que a consciência é sinônimo de escolha. Faz a poetisa a sua escolha de como real-izar a sua intenção de mostrar os valores escusos da humanidade, dos homens. Cônscia é de que os valores e virtudes que tecem e elaboram os sonhos do Ser estão perdidos e enterrados, os homens caminham a esmo pelas vias do nonsense, dos absurdos, sem quaisquer ornados de princípios. A inversão faz-se presente: a consciência se revela nas linhas, nos versos, no "dito", e o verso a seguir mostra com nitidez a dimensão desta consciência " Aí contam-se experiências
No panorama mágico das ilusões
Ou... delusão pelos encantos mortificados..." No interdito, encontra-se a "Memória". Coloca-se ela em dois planos: a consciência estabelece-se no real, no quotidiano do mundo, das coisas do mundo; a Memória encontra-se no "futuro", no tempo além do momento presente. O que significa? Significa que, diante de todos os problemas do mundo hodierno com os valores e virtudes éticos e morais adulterados, cria o sonho, os ideais de superação e suprassunção, o desejo de resgate, recuperação do cerne da vida humana. A memória do passado no futuro: as investigações, as avaliações históricas e existenciais em que os homens estiveram envolvidos em níveis das conjunturas existenciais, sociais, políticas. Tanto a consciência quanto a memória, o dito e o interdito, em uníssono, revelam "Rogos à "verdadeira revolução pessoal" milagrosa". Nos tempos atuais, o rogo, o desejo, a vontade de superação, suprassunção dos problemas, rogos em gritos de ansiedade, desespero, mas a consciência da perda dos valores e virtudes está ausente, como então tornar-se possível a revolução pessoal? É preciso ter consciência para que os problemas sejam vencidos e superados. A memória, que, no poema está interdita, encarna "... tanto quanto/na essência e na aparência" a visão ampla de um "novo palco", "novo cenário" de valores, virtudes, o indizível instante que separa o passado(o "dito" dos versos) do futuro(o interdito: as investigações históricas), indo dos conceitos às coisas, assim a revolução pessoal e mágica faz-se presente. A idéia do futuro é mais fecunda do que o próprio futuro; portanto há mais encanto na esperança do que na posse, no sonho do que na realidade. O dito são metáforas do interdito. A metáfora sine qua non do poema é a ESPERANÇA. A poetisa nutre em si o desejo de os homens se conscientizarem de seus valores perdidos, saibam vitalizar as sombras e aproveitarem a luz a partir dos "nexos de sentimentos, emoção", espiritualizem-se.
É a ESPERANÇA que inspira os POETAS. A esperança de Graça Fontis é a "revolução pessoal" dos homens, eles transformem a podridão do mundo hodierno em "Aromas, cores e flocais
Esvoaçantes na memória seleta
Inesquecíveis!", realizem o espírito da felicidade que é uma questão de "luz interior".
Poema com todas as letras maiúsculas: "DE EXCELÊNCIA", por os recursos de linguagem poética abarcarem as intenções fundamentais do sonho de integridade moral, ética dos homens num instante histórico de extrema complexidade.
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O MUNDO É O ESPETÁCULO
POEMA
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Aromas, cores e flocais
Esvoaçantes na memória seleta
Inesquecíveis!
Nexos de sentimentos, emoção
Às horas nostálgicas, insulares
Aí contam-se experiências
No panorama mágico das ilusões
Ou... delusão pelos encantos mortificados
Triste espetáculo hodiernado
Aguerridamente os incautos assistentes
No lugar-comum a todos.
Resenha gratuita do "MUNDO", sem aplausos.
Aos feitos veiculares e desgovernados
Da humanidade, pêsames
Rogos à "verdadeira revolução pessoal", milagrosa
Encarnando-a, tanto quanto
Na essência e na aparência
Como estrelantes d'um novo palco
Novo cenário
Icônicos protagonizadores de outras paisagens futuras
Rotuladas em grandes "Pósteres"
Com todos seus formosos encantos.
Quê fascinante!
Surreal!.
A aspereza dos dias, vezes desespera
E as inimizades tragas pelo vento
Vezes causam furor
São os Vicejantes desta memória!
Graça Fontis
Rio de Janeiro, 19/05/2021
Rio de Janeiro(RJ), 20 de maio de 2021, 06:10 a.m.

 

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