#UNÇÃO AO PRINCÍPIO DA PRÓPRIA LINGUAGEM# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto/Graça Fontis: PROSA ***
#UNÇÃO AO PRINCÍPIO DA PRÓPRIA LINGUAGEM#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto/Graça Fontis: PROSA
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Epígrafe:
"E os ungirás como ungiste a seu pai, para que me administrem o sacerdócio, e a sua unção lhes será por sacerdócio perpétuo nas suas gerações". Êxodo 40:15”
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Só,
no silêncio cercado pelo assobio de vento entre morros, no foggy que cobre toda a natureza, pós chuva da madrugada, o in-verno se a-nuncia forte, quero re-colher-me tranquilo, sereno, quero dormir o sono profundo, gostoso, quero descansar de buscas, questionamentos, indagações, quero repousar de dúvidas, medos, incertezas, quero dormir na distância de um ser que jamais lhe pertenceu, quero alvorecer no tempo nublado, sentindo o frio íntimo, a umidade de intuições, percepções, inspirações, criando-me suave e sereno, quero sentir o friozinho agradável no corpo, a alma leve, suave, serena, tranquila.
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O calor das sinapses não en-velam, não escondem, não omitem, não mentem ou criam as expressões da tez, em dobras que prostram a dor e o riso, em rugas que denunciam o tempo transcorrido.
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Solidão
nas curvas de estradas clivosas a perderem-se de vista,
nas vias sinuosas da selva,
serpentes serpenteiam ziguezagueantes caminhos, insinuantes veredas de venenos que envenenam
Sonhos
de querências que são póstumos,
Oníricos entre-laçamentos entre o póstero e o efêmero
Re-fazem as perspectivas almáticas,
Artificiam as utopias da liberdade e do desejo de ser
Perspectiva de horizonte longínquo,
Uni-verso distante das estrelas e da lua cheia.
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Só,
na solidão das curvas de rodovias, desejo sentar-me à margem delas, permanecer assim por tempo ilimitado, olhando ao redor a vida, a natureza, a essência de todas as coisas do mundo, da terra, das profundezas do mar.
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Nenhum perjúrio de encanto nem a vida do a-lumbramento, nem a morte do des-lumbramento.
“A quantas reminiscências, criatividades às concepções
Porfiam os ecos na solidão
Com ares de imediata remissão
Sem constrição, do espesso às sutilezas
Cresce-se, cria e o irrevelável se revela
N'uma canção silenciosa
Certificadora da luz-da-vida
A uns/outros escondidos no próprio labirinto
... ouçam!” Porfiam os repiques de quimeras nos momentos às sós com o jingle-jangle de brilhos e breus, e ressurgem apenas uma música dentro do mundo.
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Sem pensamentos, sem idéias, sem razão, sem senso, do ec-sistir, vazio de mim, apenas a alma e o espírito, o corpo, a carne, os ossos, o sangue a percorrer as veias, quero sentir a presença do que me trans-cende nesta jornada sem principio, sem meio, sem fim, escancarada a todos os horizontes, perpétuos e efêmeros; à noite, olhar o brilho das estrelas, a luz da lua, dormir no chão, sobre a terra, sobre a poeira, levantar-me, prosseguir a caminhada. Quero “Situando-me entre metas e o físico deambulante
Malsinto o emergido do coro ululante
De vozes ativas e passivas
Gestos comunicativos a desembocarem
Dentre os vivos, salvo os mortos que nada registram
Em cada orvalho matutino de composto marítimo
E das evocativas imagens
Chegadas a esse tipo liberto
Um seleto terrestre em seu cotidiano
Sob o sol a roer instantes no tudo mais de nada novo
Em unção ao princípio da própria linguagem
Versionada de simpleza modificadora
Das regências verbáticas...”, flautista de gerências ao som de estilos que criam e recriam-se no re-criar outros ritmos de estilizar os modos e tramóias da simpleza rebeldia que é leitmotiv para outras sendas de jornada.
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Dos verbos silentes, re-fazer as perspectivas da alma, regências e concordâncias dos ideais e sonhos, metáforas e metafísicas da liberdade à luz do foggy britânico que se re-faz no nada, do vazio que preenche os instantes de múltiplas utopias na roda-viva do tempo, re-colher, a-colher no destino de minhas poeiras e o que habita as socapas desde tempos imemoriais, o que reside nas quimeras desde este instante-limite ao porvir, porvir do nada e vazio engastanhados per-fazendo e preenchendo sendas, da soma de minhas sombras que é proporcional à multiplicidade das luzes e quanto mais forte é a obscuridade que se vê, que se enxerga, que se con-templa, mais esplendor tem a faísca múltipla da visão, desde o gênesis à eternidade, o que a-nuncia os sonhos de querências que são póstumos, a perfeita espontaneidade do amor quer conduzir-me para a liberdade, a felicidade não seja unicamente instantes, seja a visão da divina trans-parência da Liberdade/Cáritas do Amar Verbo de Ser.
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Minha própria alma é chama, é luz, são trevas de luzes no poço do silêncio, no vazio sibilos desconhecidos que sobem rumo à superfície dos vulcões, ao ar, ecoa o canto da coruja: insaciável de long-itudes novas, sonhos que não passam de ilusões [antes, e num estilo mais puro do que o poderia eu fazer, delineio esboços, o sentido e a imagem de um olhar, a perspectiva de horizonte perdido no espaço sideral, de uni-verso distante das estrelas e da lua minguante], não me esquecendo de sublinhar o sarcasmo é mister na continuidade das coisas do mundo, entregar-me de corpo e alma aos anseios iluminados em seus valores eternos como imagem e como visão fugaz da própria divindade, quero uma flama! “A admissibilidade volve-me os sentidos
Libido de amplos significados
Hipostasia-se nas forças anímicas
Até o estalar os ossos ao revolver-me o prosaico
Das tragicidades aos de comedianidades
Neste meu jeitado molejar de careta facetada
Porquantos seja audível essa musicalidade poética
Itinerantes dentro dos mais medíocres reinos...
Então, só!... Instalarei meu castelo.” A eternidade não pré-ocupa, o póstumo se entrelaçou ao efêmero: cumpre a pena que sublima, cumpre a esfera que suprassume, cumpre A TINTA QUE ENFATIZA OS CARACTERES E SÍMBOLOS, meneia o perplexo, excêntrico.
Rio de Janeiro(RJ), 15 de maio de 2021, 11:18 a.m.
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