Graça Fontis PINTORA ESCRITORA E CRÍTICA LITERÁRIA APRECIA O AFORISMO Ao À TOA das PALAVRAS ****


Graça Fontis
PINTORA ESCRITORA E CRÍTICA LITERÁRIA APRECIA O AFORISMO Ao À TOA das PALAVRAS
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Mais um belíssimo texto/Aforístico do #Escritor, move-nos refletir o quanto importa os convívios aleatórios a uma boa e saudável conversação. Aqui ele ousa, implica aporia para caracterizar a liberdade de escolha do Ser e sua angústia no tempo lhe arrebatando as horas e'um dia limitado a colóquios que por diversas razões diferem de seus interesses, sendo assim, rompe o vínculo com os demais, se alheia e transmuta-se a um luso afastamento, tão íntimo, só no melhor lugar para alcançar o favor do céu sereno aos seus pensamentos peculiares, reflexionando o saber, mergulhado em si na própria solidão, fundamentada no ato bem feito e a satisfação com a própria companhia mesmo dentre vozes perdidas, diálogos inexpressíveis e gargalhadas entre risos avulsos. Nesse ínterim, se é que hajam perguntas..., um riso dissimulado certamente não será resposta, mas sentença; deste que comete isolamento sem temer exclusão, pois que tem plena convicção de que nessa atitude está sua Vitória, mesmo que dele tantos se afastem, mas em suas memórias será lembrado como um grande coletor de pronúncias não indigestes que alcançou destaque coabitando o próprio silêncio. Às avessas à interações, mas cônscio de seu amor às #Palavras e sua extrema paixão por atitudes não 'IMPOSTAS'! Meus aplausos querido, espero tenha entendido a mensagem contida nesse escrito!❤bjsssss......
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RESPOSTA À APRECIAÇÃO SUPRA
Sim, efetivamente que sim, você, meu Amor querido, compreendeu com excelência isto de eu preferir o Silêncio à Interação Social: é no Silêncio que construo o meu Destino. Há-de se ter muita coragem para isto, pois que ninguém entende, discrimina em todos os níveis, afastam-se todos; tenho esta coragem inalienável e indomável, sigo em frente a minha jornada. Parabéns pela excelente apreciação! Beijos no coraçãozinho delicioso de tão gostoso!
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AO À TOA DAS PALAVRAS
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
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A resposta é o riso, então. Resposta a que definiria sábia; no cerne do riso há sabedorias inestimáveis, dependendo de as intuir, perceber.
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O que dissera merecera o riso como resposta? Nada dissera; considerando ter dito, fora independente da vontade, não houvera qualquer intenção. Pronunciara palavras sem quaisquer sentidos, foram frias. Sabe o que significa dizer nada, dizendo? Palavras à toa, isto é o que significa. Rir-me da resposta haver sido o riso fosse o mais sábio. De que me riria? Da resposta ou de haver pronunciado palavras à toa? De haver sido à toa a pronúncia. Não do riso, porque não saberia dizer o que revela ou o que esconde, mesmo a sua intenção, o íntimo de alguém é terra de ninguém. Ter-se-ia sido inteligente o silêncio - até pensei nele no ínterim da primeira e segunda palavra, mas a língua não respeitou o pensamento, tinha de haver o desfecho.
Não tem graça alguma responder com riso o nada de palavras. Rir do nada deixa o nada insatisfeito. Ficar sério diante do riso não é selar a resposta, perfeitamente consentido. A aceitação fica em suspenso - aceito o riso como resposta; isto é inconcebível. Consentir não é diplomacia de que me sirvo para fechar uma situação, nada mais tendo a considerar. Aceito ou não aceito. Não digo que aceitei, não digo que não aceitei, estou apenas pensando o riso como resposta.
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As palavras à toa pronunciadas foram de indiferença, nada havia a ser cogitado sobre o assunto a ser tratado, e mesmo que houvesse não havia qualquer interesse de assuntar. Não houve interesse de não assuntar, tão somente de nada haver a ser cogitado. Se penso para falar e falo para continuar pensando, não teria pronunciado palavras à toa diante do que fora dito, haveria alguns segundos de cogitação, e não, não houve isto, as palavras saíram na "lata", vapt-vupt.
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Imagino que o rido fora da indiferença pelo assunto, e isto fora expresso com palavras à toa, não era de minha alçada. Nem sei dizer a razão da reação de soltar palavras à toa: o meu costume nestas instâncias é abaixar a cabeça. Compreendo e entendo a reação, não poderia ser outra - quem aprecia sentir-se mal na fita?
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Se permanecesse de boca fechada, riso algum haveria sido. Quem sabe houvesse um olhar enviesado, aquele de "Nossa!... Nem responde por educação que seja!" Não saberia afirmar. Sei que dissera palavras à toa, assuntar não era de meu interesse, a resposta ao à toa das palavras fora o riso.
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Falemos a sério, como se tem costume dizer, dito que está no máximo. Por que tenho de matracar a língua a todo instante, não lhe dar mínima trégua, que seja para salivá-la? Na minha terra-mãe, na minha cultura, não existe isto de ser obrigado a falar, podendo estar no meio de várias pessoas que trocam dedos de prosa, os lábios eminentemente cerrados. Falo, se quiser; não falo, se não quiser. Ninguém jamais me cobrou a tagarelice. O silêncio é meu, por ele sou o único responsável.
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Estranho isto a exigência de falar, se me encontro acompanhado de alguém ou de "alguéns", gastar palavras à revelia, mesmo que nada comuniquem, nada haja a ser aproveitado, queimar sentidos e significados, justificativas e explicações, como se queima neurônios no ato de pensar algo complexo. Difícil isto, não? Difícil de entender quem escolhe ficar de boca fechada. Seria que houvesse necessidade de entendimento? Não creio. É só desconhecer o silenciado, ele não existe, não está onde todos estão. É o que faço no silêncio: ninguém existe ao meu lado, nada sei do que está sendo tratado, podendo afirmar que só o corpo habita o lugar, retiro a alma e o espírito dele, voam por lugares bem distantes, onde se sentem à vontade.
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Eis o que tinha a cogitar no meu silêncio sobre o riso a mim dado como resposta ao à toa das palavras pronunciadas. Não se pode considerar prolongamento da conversa, havia algo a ser dito sobre o riso. Isso não!
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Atenciosamente, com toda a data vênia. O silêncio é o maior tesouro no ato de existir.
Rio de Janeiro(RJ), 23 de maio de 2021, 15:10 p.m.

 

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