ALÉM MUNDO DO TEMPO ULTRA CASUALIDADES# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto/Ana Júlia Machado/Sonia Gonçalves AFORISMO ****


Sempiternos tabus das heresias que vociferam

No fundo do fosso de lembranças e recordações, vociferam visões dos princípios libertadores, que deixam as línguas destrambelhadas de poesias da cáritas e mimeses do sublime

Dos profanos pecados da luxúria e da gula,

“Aberta a verdade crua n’ olho a olho

Se alinha ao poeta a púrpura emoção”,

Que permitem as sensações de prazer aliciadas

De ternas melodias pela música dos sonhos,

Alinhar os vocábulos de sentimentos profundos,

Vernáculos de sensoriais clímax de esperanças,

Termos que engastanham arte e vida na teia

Do fundo do fosso, o vento subindo, subindo,

Vento que sensibiliza

A púrpura emoção que se eiva de outras perspectivas da língua poética

Extrair d´alma os componentes do espírito

Da fala e da linguagem,

Os complementos do que integram o saber poético ao saber-espírito

Para os versos e estrofes do jingle-jangle

Do projeto pelas vias do tempo e milênios,

Para as contingências humanas do sofrimento,

Sonhos, dores, utopias do Ser

Inspirarem-se e artificiarem os olhares

Para o “balancê” das alegrias ruminantes

De ouro e cristais.  

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Fria é a lua, o vento silencia. Ardente é o sol. Profundo é o mundo, mais profundo do que pensa o alvorecer. Alvorecer de panoramas, paisagens outras pós chuvinha na madrugada. Alvorecer de visões introspectivas da alma. Abissal é a terra, mais abissal do que pensa o crepúsculo. Incognoscível é o bosque, mais incognoscível do que a colina banhada de raios cintilantes das estrelas.

Equívocos pintando em filamentos de trama no reflexo de ocos e insignificâncias do tempo, na imago adornada detrás dos horizontes, de por trás das constelações, delírios de Capitólio. Sensibilidades que expiram o genesis do espírito, apocalipse da alma, confiança e quimera do ente, o constante da consciência afundar-se penetrante no transacto de isolamentos, " Se o isolamento toca à porta

Ele possui esse semblante de guardião

Imperando num firmamento preto

Adejando sobre serranias de pó." Enredando nostalgia numa enorme urdidura, melancolias, saudades, nos pretéritos de desolações, vazios, preâmbulos de fatuosidades. O imperecível de existência encarcerada na autoridade leviana de veras, ufanal, re-nome de ninharia. Capitólio in-verso na sinuada quina rude, genuíno pressentimento de solimão da ofídia, re-presentando o fenecimento absoluto, a morte divina.

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Fantasmas do rigor, intelecção, conspecção, abismos, aterradores da in-existência de afectividade que declara o acontecer, re-folhamentos, entremezes, arremedos, logros, admirares videntes de altivezes, argúcias, manhas, subterfúgios, trambiques, tramóias, quimeras e inquirições, enodoando alentas e crença.

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Ninharia estúpida, futilidade ridícula, terriço do óbito total, adulterando o primórdio, primevo, prólogo, cata do entendimento, afeição do espírito, ânsia do ser, a perpetuidade, além-mundo do tempo ultra casualidades.

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Devoro a transparência. Cega carnação de corrente inércia. Repuxa-me a intensa rapidez do miserável destino, paupérrima saga. A perna surda beira os limites do mistério. Deserto assaz exaltado. A vontade des-locada. A admiração recomeça rios abandonados.

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Aléias do peito interrompem cordas encarceradas. Concordâncias de sentidos. Regências de significados, significantes. Ouvidos perpassam sombras. Assombros engendram ecos. Deuses indignados percorrem aparências. Abandonado ao repouso da foice, adormeço serpentes, durmo sacis-pererês. Trago do abismo correntes atulhadas de mortos.

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Carme de delírios, poesia de voltar a dimensionar, arte de retornar a re-dimensionar as aspirações do ser, a casualidade nas estâncias evidentes de habitar o imperecível registado nas cruzadas do ser à alma da consciência de adorar o sublime, venerar a pureza, reverenciar o belo, criar a felicidade com medo e náuseas.

Rio de Janeiro(RJ), 13 de maio de 2021, 10:24 a.m.

 

 


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