Graça Fontis PINTORA ESCRITORA E CRÍTICA LITERÁRIA APRECIA O POEMA Juízes do Caos Advogados do Vazio ****



Sim, meu amor, só verdades frias e contundentes colhemos com nosso olhar circunspecto e desesperançado, difícil deglutí-las!... Magnífico seu texto, Parabéns
!👏👏👏👏👏👏♥️beijinhos...
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RESPOSTA À APRECIAÇÃO SUPRA
Anteontem, 06 de maio, fomos à Cascadura, Zona Norte do Rio de oJaneiro, à casa de Ylda. O objetivo era visitá-la, havia anos que você não ia lá, o segundo objetivo era fotografar as suas Peças de Pintura, suspensas na parede da sala, peças que você não as tem. Em Jacarezinho, zona norte, estava havendo uma operação policial contra os bandidos. No carro, na ida, fiquei imaginando a operação, as mortes, a realidade nua e crua, fria, insensível. Comecei a criar o poema na mente, chegando a casa iria compô-lo. Até quando esta realidade tão contundente no Rio de Janeiro, uma cidade tão linda, um povo tão amigável e sensível? Meu Deus, é muito triste! A mídia com suas reportagens ideológicas nada mais faz que vangloriar, tecer tributos, elogios ao caos no Rio de Janeiro.
É disso que ela vive, é disso que ela usufrui de ganhos financeiros exorbitantes.
A mídia é simplesmente uma desgraça, as redes televisivas arbitrárias e gratuitas. E os poderosos nada fazem para conter a violência no Estado. Assim nasceu este poema. E agora só se fala nisso na Mídia: 25 mortos, policial baleado na cabeça. E a polêmica contra a ação policial. Então, quer dizer que os bandidos podem fazer o que bem entenderem, causarem tantos medos e angústias nos cariocas, e a polícia não pode agir. Isto é um absurdo dos mais absurdos. E tudo isso para vangloriar o caos.
Beijos no coraçãozinho gostoso, meu amor querido!
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#JUÍZES DO CAOS ADVOGADOS DO VAZIO #
GRAÇA FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO
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Epígrafe:
Ao norte, JACAREZANDO, passei correndo,
Sob o fogo cruzado dos forasteiros e agentes
Da ideologia, das condutas espúrias,
Corpos sem vida jogados na rua,
Enxurrada de sangue correndo na poeira, entre as pedras,
A Mídia tecendo tributos calorosos ao caos....
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Afrodisíaco selo gravado em plano dionisíaco
Sinal de fogo, chamas, faíscas
Símbolo de ardência, calor,
O sol se põe
Fama e eternidade
Anonimato e imanência
Reino do Ser e da Verdade
A verdade já foi colocada
De ponta-cabeça,
As in-verdades expostas
De costas para o sol nascente,
Quando o advogado do nada
Foi confundido
Com o re-presentante da verdade
Os juízes do CAOS
Libertaram os nonsenses da moral,
Legaram-lhes mais poder
Para a continuidade dos despautérios
O que exigiam da verdade
Era uma eficiência pitoresca,
Mundo imanente do devir e da mera aparência
Mundo Real/Verdadeiro do Ser encontra-se tanto
Por trás do mundo que vemos (assim como a
Verdade está por trás do véu da aparência/ilusão)
E a Substância está sob/debaixo de seus atributos
O mundo de devir é nada
O transcendente está além do imanente,
O contingente está aquém do vazio,
O céu está além da terra...
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Aprendi com a águia
Perspicácia e saber
Aprendi com a coruja
Silêncio e filosofia
Ao leste, voei,
Por sobre o mar de ondas serenas, tumultuosas,
Ao norte, jacarezando, passei correndo,
Sob o fogo cruzado dos forasteiros e agentes
Da ideologia, das condutas espúrias,
Corpos sem vida jogados na rua,
Enxurrada de sangue correndo na poeira, entre as pedras,
A Mídia tecendo tributos calorosos ao caos,
Os forasteiros não podem ser executados por suas ações,
Os homens devem ser escravos das conjunturas
Ilícitas que os poderosos consumaram?
@@@
Há um mundo repleto de contradições
- logo, há um mundo livre de contradições
Este mundo vem a ser - logo, há um mundo que é.
***
Tempo de saber que alguns equívocos, erros
Caíram,
A raiz da vida ficou mais forte, mais densa,
Quem pensa a sós, sábio re-conheço,
Cantar a sós – já é para os parvos!
Declamar versos soltos da carência
- já é para os desiludidos, indiferentes à realidade social!
Recitar estrofes brancas de medo
Do amor não-correspondido
- já é para os insurrectos!
Lavrar a palavra nívea da vida-nada
- já é para os ausentes de alma!
Aceitar governos cretinos
- já é para o povo domesticado e alienado.
***
Ainda na madrugada chuvosa, na sonolência
De escuras árvores, eu,
Ouvi batendo, como em cadência,
Um tique, um taque, bem de devagarinho...
Fiquei zangado, fechei a cara,
O sono não me vinha –
Mas alfim me deixei levar
E igual a um poeta, que nem observa,
Repara,
Em tique-taque me ouvi a minh´alma
Insaciável com sua língua
Lamber em todas as coisas
Verdadeiras e mentirosas,
Laciando "Fora, fora,
Oh verdades álgidas!,
Só uma verdade madura, fresca
Apanho da árvore"
Rio de Janeiro(RJ), 07 de maio de 2021, 09:52 a.m.

 

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