FROUXEL DE ENLEVOS E CONTORNOS GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO ***


A verbalização do in-audito e in-cognoscível dos mistérios do ser, enigmas do tempo e da in-consciência, memórias, faz-se no labor do mais sagrado, na silenciosa e inalterada vontade, aliciando as imagens das coisas mais elevadas. A verbalização do inter-dito do in-audível faz-se nos arrebiques de todas as visões para além de todos os eitos celestiais, olhares de todas as dimensões do universo, frouxel de enlevos e contornos até às raízes do coração.

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O presente é a tangente que toca em um ponto o círculo do tempo. Esse ponto não gira com o círculo, mas permanece, e isso significa: eterno presente ou eterno meio-dia. O problema é que olhamos o círculo que gira eternamente, e não o ponto permanente do contato com a tangente, embora só possamos perceber esse giro em contraste com o ponto que permanece.

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A luz inflama os vitrais coloridos onde os apóstolos e os santos ostentavam glórias, onde os querubins e os deuses corroboravam as vicissitudes. Ventos do tempo balançam as dobradiças da janela, por onde se observa a natureza, a terra-mãe, onde a inspiração de sonhos se revela e cria estilo de ser identificada.

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Aquele que olha para trás percebe que foi nesse instante nevrálgico que teve a oportunidade de deixar o pensamento linear e de aceitar a colisão, dispondo ao que é intrínseco à natureza humana, vale dizer: a transformação, o processo de tornar-se, do vir a ser.

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Assim é todo o conhecimento e sabedoria que, nalgum dia, darão a luz à verdade outras nuanças das utopias do eterno e imortal.

Rio de Janeiro(RJ), 07 de maio de 2021, 13:10 p.m.

 


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