#A IDADE POSSA FACULTAR ÀS QUIMERAS # GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA ***


Palavras re-colhem

aos volumes de sinistras con-versas

a concepção de gestos uni-versais

a germinação de cor-agem insolente...

o que escrevo é música do ar,

nasce na neblina a

primeira pétala de vento,

a harpa dos anjos-seres ecoa ritmos

no sem tempo...

sereias-deusas bailam nas constelações,

noites arrabiscadas no chão de giz,

sacis-pererês saltitam entre as estrelas,

almas penadas arrastam-se no limbo,

a bailística de sinuosas performances,

madrugadas sarrabiscadas nas

venezianas de lições,

se ouço o violino ritmando metáforas,

melodiando metafísicas e poesias,

"acordeando" exegeses,

é que atrás do pensamento atinjo

o estado lírico do ser e do espírito,

se ausculto a gaita melodiando  metafísicas,

“arranjando” linguagens e estilos,

isto significa estar mui distante

dos ideais e sonhos da arte e do existir,

Criar, re-criar, in-ventar,

Vasculhar o íntimo à busca do exímio sentido

Que revelará os estados de espírito e alma.

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Palavras ruminam exílios sem devaneios de utopias e nadas, desvarios de projectos e vazios, e a insatisfação com a criatividade sem perspectivas outras, vida mínima, vida essencial, lágrimas ocultas, escondidas, mister caminhar "... pelas serventias da existência e instruir... " que para a idade possa facultar às quimeras, "Quimeras longínquas, quimeras integras ou fragmentadas...", o testemunho incólume de outras entregas, o pensamento e o mundo em questão, as idéias inscritas no papiro e as conjunturas profanadas pelos cantos e recantos; caso isto não seja patenteado, os estados d´alma re-versos, in-versos, per-versos, ad-versos... a náusea... quase que impingem a estabelecer moradia. Noite sem lua, perder o chapéu.

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Palavras sussurram, à mercê de sibilos de vento, canciones de verbos e versos, "melodies" de mistérios, enigmas, des-conhecidos, - esperanças, sonhos, felicidade, paz -, revelando o ritmo da alma, dançando com os sentimentos de amor, carinho, emoções do eterno verbo ser, plen-ificando a vida de essências florais, exalando perfumes do in-finito além das con-tingências, além dos absurdos e instantes-limites, esplendendo sonhos de horizontes de além, versificando no espírito a melodia do eterno-para a etern-itude, versejando sons in-auditos de harpas e cítaras no ser futural de encontros.

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Palavras murmuram à luz do silêncio, serenas emoções - desejos, volúpias, êxtases, vontades, clímaces, gozos -, pervagam de confins ao além, viagem longa, con-templando o alvorecer que ilumina na floresta as sendas e veredas, aclives e declives do campo circundado de montanhas, bússolas de encontro da alma e do espírito, ritmando de notas a magia do amor e ternura, entrelaçados de esperança e fé na peren-itude, itudes de melancolias, nostalgias, barco que desliza na água trans-lúcida do mar azul de carícias, a caminho da longínqua verdade perpétua.

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Palavras cochicham ao léu dos uni-versos musicalizados de felicidade e alegria - Graças a la vida -, entre suspiros inter-ditos e ditos da espiritualidade que recita o eterno de cintilâncias, entre exclamações verbais, declamadas com a fosforescência das ilusões, fantasias, quimeras e sorrelfas da alegria e contentamento, cores do arco-íris vivificando o tapete silvestre de amores-em-amores compondo de cores vivas, trans-lúdicas o soneto de genesis, sons in-audíveis, o espírito ouve e versifica em voz re-colhida nos pingos de chuva orvalhando a solidão, em perene silêncio,

con-templ-orando os primeiros raios de sol a numinarem a magia do ser que exala de essências o ex-tase, amor que resplandece, passo a passo, no tempo.

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Palavras balbuciam o VERBO-AMAR, a canção de idílios e sonhos segue musicando temas e temáticas nas sílabas de instantes e momentos eternos, gerúndios e particípios no som de pronúncias do coração a pulsar descompassado emoções e sentimentos, cujos eidos glorificam as verdades lúdicas da alma, cujos eidos jubilam as divin-itudes do espírito.

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Palavras adiam

para outros séculos a felicidade coletiva,

a existência do Grande Espírito,

a face de indecifráveis palmeiras...

a escritura e o verbo de ser

à espera do instante de a pena insinuar-se

ziguezagueando por entre baldios,

o artífice delas saiba deixar-se livre...

Rio de Janeiro(RJ), 07 de maio de 2021, 07:30 a.m.

 

 


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