POIS É, NÉ!... VACLICHADAS DOIDURAS? GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: SÁTIRA ****


Aí, então, “vorta” o bate-estaca das birutices, o que é ser biruta, o que é ser birutóide, aliás para quem toca anu para Catagalo, isto é o auge, o auspício ou o hospício do pensamento e das idéias, o cavaco não foge longe do pau; nada “vorta”, se “vorta”, são outros os prismas de visão, outros quinhentos réis, cujo troco para a compra de dezessete e setecentos é quatrocentos e oitenta e duzentos, se a conta é correta, a visão dos conteúdos, características são diferentes, mesmo que apresentem sintonias e harmonias nalguns olhares de esguelha, há o que considerar mais elevado, num e noutro, mas não há de avaliar as doiduras, sei lá se noutras perspectivas, a engenhosidade e destreza com as coisas, naquele tom de seriedade, sinceridade, mas intimamente caindo na gargalhada, estremelicando no chão de tanto rir, tendo dores de barriga, até pequenos lapsos de hidrogênio e oxigênio no cérebro, mas dando a espremer os miolos à cata de saber o que é a doidura, coisa de que se deve evitar por todos os modos possíveis, mesmo os Maquiavélicos.

Então?

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Se dois mais dois são quatro

Quatro e quatro são oito

Então

Oito e oito são dezesseis,

Se oito e oito são dezesseis

Dezesseis e dezesseis são trinta e dois

Então trinta e dois e trinta e dois são sessenta e quatro

Se sessenta e quatro e sessenta e quatro

São cento e vinte e oito

Então

Cento e vinte e oito e cento e vinte e oito

São duzentos e cinqüenta e seis

Se duzentos e cinqüenta e seis e duzentos e cinqüenta e seis

São quinhentos e doze

Então

Quinhentos e doze e quinhentos e doze

São mil e vinte e vinte e quatro...

Não é que a doidura esteja aí bem solene e irrefragável, pois que há inversão das coisas, ao invés de deduzir o que vem abaixo do que vem acima, aqui o que vem acima é deduzido do que vem abaixo, quem vai aprender a somar usando esta qualidade de ensino, somar, diminuindo destrambelha até a mente dos grandes gênios, mas é tão simples pensar neste estilo da ciência Matemática, portanto não havendo escapatória para a doidura que me pensa e o pensamento que pensa a doidura.

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Girulika Maria Vaclicha

Foi ali catar capim,

Se Girulika não houvesse ido ali,

Onde é que ela iria catar capim,

Iria ela catar jerivá nos quintos do inferno,

Não creio que fosse,

Quem saberia o porquê de tanta ojeriza

Por este fruto que ela sente no fundo d´alma,

Só de ouvir a pronúncia da palavra,

Arranca as vestes, mesmo em praça pública,

E sai dançando como uma peregrina

Seguida por seus discípulos,

Se não sabe, ninguém saberá por ela,

O que disserem é pura especulação,

Nem a questão de fazer isso

Nos quintos do inferno,

Mas Girulika ama “infernissar” as doiduras

De suas idéias e pensamentos,

Inda mais no linguajar caipira,

E não admite, embora seja inconsciente,

Quaisquer concorrência,

Os quintos do inferno,

Seguindo a linha das doiduras das ferraduras

Do caráter e personalidade, moléstias psíquicas,

Seria forte concorrente dela,

E claro os quintos do inferno

Poria o seu infernissar em decadência,

Dizem que antes de ir ali catar capim,

Catava na casa de seu Joaquim

Que já está para lá do fim,

Mas é que ele espera o seu amigo Serafim

Que inda está apenas fazendo hora extra no mundo,

Agora ela poderia até ir

Sair do botequim catando mamona,

Ou cavaco, dependendo do nível da cachaçada,

Por não estar apenas enchendo a cachola de pinga,

Mas beberricando cachaça com mel de abelha

Com seus comparsas de doiduras de alto calibre,

Se for seguir as doiduras da Girulika, acrescentando isto e aquilo para inda mais identificá-la a critério e rigor, e há muito a acrescentar, por as suas vaclichadas serem do arco da velha, vai-se gastar a eternidade e o eterno jamais se revelará, para quem toca anu para Cantagalo, perfeitamente aceite, consentido, autorizado, mostrará a engenhosidade da criação, mas a questão é apenas isto de ela haver ido ali catar capim, estava com vontade de comer uma sopinha ao ponto de capim,  não está grávida não, Zé Pastel anda muito devagar nestas instâncias da coisas íntimas, suscitar e tornar real a ponto de perquirições e perquirições surgirem deste fato, foi ali, foi ali, e pronto-acabado.

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Poderia dizer ser isto “papo de onça”, coisas tolas, imbecis, mas a questão é bem outra, outra que chama mais a atenção, é o preço da égua ser cento e vinte e não diminuir um centavo desta quantia; a doidura que me pensa e o que penso de minha doidura é justamente nestes termos que sei dizer, se é que haveria outro estilo e linguagem de eu dizê-la, já que sou quem mais e menos sei de mim próprio, para saber mesmo teria de andar no meu sapato, e isto quem iria querer fazer; pensar assim me faz rir, gargalhar, deitar no chão e espernear, pois é o meu jeito simples de tirar as vestes e pisar para mostrar a doidura que me pensa e o que penso da doidura.

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Pois é, né!... Zé Prequeté tira bicho no pé e chama sua muié pra comer no coité... Isto é que é amor divino, dando o bicho que estava no seu pé para a muié, no coité, óia só,  muito chique isto, mas é o seu gosto mais gostoso, o bicho de pé do pé de Zé Prequeté. Fosse de Zé Mané, tão amigo deles, seria que ela comesse os seus bichos de pé. Zé Mané não tem chulé, é o seu grande tesouro, as suas maneíces foram adquiridas com os pés por todos os becos, alamedas, ruas e avenidas, Zé Prequeté tem tanta paixão que só a tira para dormir, não lava os pés antes de deitar-se, para conservar e engordar os bichos o seu modo é a galocha em tempo integral.

Rio de Janeiro(RJ), 12 de maio de 2021, 01:04 a.m.

 


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