Ana Júlia Machado ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA RESPONDE À HOMENAGEM Colhido nas Vias Sinuosas do Tempo ****



Grata, por tão belo texto, que só o Manoel o sabe fazer tão bem e ter consciência do desabrochar em um mundo tão falso e virado para ego somente, mas um ego tão débil que dá dó. Grata, por valorizar a mulher que é mãe de verdade e tudo faz pelos seus rebentos. Parabéns
à mãe e grande artista plástica. Beijinhos a ambos e um especial da neta e o meu eterno agradecimento.
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COLHIDO NAS VIAS SINUOSAS DO TEMPO
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: POEMA
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Post-Scriptum:
À minha amada, querida Esposa e Companheira das Letras, Graça Fontis, às minhas queridas e inestimáveis Amigas e Críticas, Ana Júlia Machado, Sonia Gonçalves com muito amor, carinho e gratidão, o meu presentinho pelo Dia das Mães. Parabéns
e muitas felicidades
para vocês. Sejam sempre felizes.
Manoel Ferreira Neto
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Nada sido, nada sabido do não-ser às nonadas
Vazio colhido nas vias sinuosas do tempo,
Recolhido nas trilhas de vivências,
Efemeridade das coisas,
Acolhido nos desejos pujantes do múltiplo,
Parece que esquecidas estão a intuição, percepção, inspiração,
Sem coração, sem alma, piratas do nada,
Perfeitamente vazio o presente de ideais, projectos,
Vazio de esperanças,
Demorou para sentir este instante-limite,
Esperanças estiveram presentes engastanhadas
Às agonias, angústias de preencher lacunas
De ausências, lapsos de sentimentos,
Agora as águas querem levar-me tão longe,
Onde nem sei estarei, o que pensarei acerca
À mercê dos côncavos orvalhos a imagem do sinistro,
Mistério da alma, os olhos veem com nitidez,
A língua nada diz, pronuncia de seus verbos e ventos,
Larga-se livremente nos linces da visão ampla,
E no silêncio mostra-se, sensíveis as notas de sua presença,
Jogo os silêncios nos recantos em que a alma repousa
Tristezas e melancolias, escrevendo para não esquecer
As convicções são piores que as mentiras,
Se não dão chances à verdade tão altas e cintilantes
Quanto as estrelas à sombra das asas da esperança
Quem num átimo vem à tona sorridentes aos tolos,
E eu perscruto as ondas siderais e seus boreais profetizadores
Coloridos, enigmáticos,
Viajantes do tempo,
Anunciadores das palavras que pesam nas vias contraditórias
Do consenso às adversidades a serem conjugadas
Sistemática e qualitativamente quanto às medidas,
Pesos e valoridades nas contingências
Que rasgam a regência pátria do próprio "eu",
Inda subjugado ao passado testamentado e amarelecido,
Mas disposto à rendição e reedição no futuro
Pacificado e uniforme dos pensares,
Sentires, pensares-sentires do Ser-Espírito
Da liberdade, do amor, da consciência,
Aquando se despreendem
Os aguilhoamentos cavernosos do medo.
Regências pátrias do eu eterizadas no imperfeito pretérito do subjuntivo, tempo desembocado no silêncio a ascender as chamas calientes da verdade no particípio do espírito, sagas originárias das intemperanças e inquietudes das marcas e passos nas orlas das coisas, ondas pretéritas e imemoriais, quando o coração ouve todos os cânticos e lamentos evidenciados nas manchas a turvarem os olhos da desilução.
Recíprocas falácias de in-versos e re-versos
Grunhem de artifícios vazios incongruentes,
Formas inexpressíveis de uma existência voltada
À imensidão das incoerências, farsas, hipocrisias...
Admito silêncios de expressão e fala, solícito não, coragem de ficar na marola do vento, nas ondas do mar, sentindo a presença de outra existência, de outras utopias e liberdade...
Rio de Janeiro(RJ), 08 de maio de 2021, 10:18 a.m.

 

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