E À TOA... GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA ****
E À TOA...
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: POEMA
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Não quero alcançar os longínquos planetas,
Nem a luz, nem as estrelas, nem a perfeição,
Nem o auspício do pico,
Nem o cume da montanha, encarando o futuro com re-flexão
Não quero o segredo do tempo,
Nem os mistérios inauditos do vento,
Nem os enigmas da pirâmide,
Nem a magia do verbo das estrelas,
Nem a mística do in-finito eivado do eros do eterno
Não quero a réstia de lua,
Nem a luz poética do espaço
Não quero con-templar na colina, onde a areia voa
E à toa vai facelando a vida de outros semblantes e fisionomias,
O encanto e o brilho
Do ocaso que esplende nas a-nunciações pequenas
A pureza do singelo, o oxigênio da vida...
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Não quero minha lucidez perdida no presente
Ou nalgum lugar do passado
Não quero estar em silêncio agora,
Apenas con-templando sentimento utópico, delírios
Não quero sentir a mais pura e livre leveza
Da sabedoria do sentimento que alimenta a alma,
Cada rio tem o seu curso,
Cada onda do mar tem a areia onde se espalhar,
Cada poiética do verbo de ser
Tem a dimensão da espiritualidade...
A vida é vida pura e simplesmente
E na pureza e simpleza da vida
A poiética da vida se faz na liberdade, amor
Que trans-cende a poética das con-tingências
Que projeta no espelho verbo-poesia
O poema-carne do Espírito.
Rio de Janeiro(RJ), 23 de maio de 2021, 22:36 p.m.
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