À PROSPECÇÃO DA ARTE DE CRIAR PINTURA: GRAÇA FONTIS(ARTE ILUSTRATIVA) AFORISMO-REELEITURA: Manoel Ferreira Neto/Graça Fontis/ Ana Júlia Machado ****



Rio-me.  Sol-riso.

Viandante de ilógicas razões,

Estou preparado para a vida,

Estou engatado na marcha quotidiana,

Estou engatilhado nas labutas do

Pane et circensis das ideologias.  

Sinto-me vazio.

O nada à beira da fogueira sussurra-me:

"Siga-me. Deixe de lado as fantasias.

Mostro-lhe as veredas em cujas poeiras e ventos

O sonho-de-sentires os ares da colina

Revela-se húmus do porvir da coragem de ser livre.  

Sentir-se-á alegre,

terá os seus prazeres junto a mim.

Já ouviu falar no Infinito.

Tenho as chaves dele,

Chaves de diamante e glória,

Chaves de ouro e sabedoria,

Abrem de além portas a visão do tempo,

Vejo-lhe andando de chapéu,

bengala na estrada da floresta.

Vamos seguir  esta trilha

A passos de mestre e discípulo."

“Gestos não exalam a dimensão das fuligens

No tempo que estes viram sopas

As plantações crescem

E o rebanho engorda.

Na erupção dos delitos corrompidores

Como os castelos de areias no mar das ilusões

Talvez no amanhã não mais existam

Nesse tempo de mentes chamuscadas

E enegrecidas fumaças

Vagam pela cotidianidade

A nortearem os novos costumes...”

****

A vida é pura sabedoria.

À prospecção de criá-la

Dimensões do gesto

Fluindo toques, suaves, serenos, frágeis,

Perspectivas da atitude

Des-velando da entrega a carícia,

Des-novelando da cáritas

A mimeses ,

Desejando, no seu esboço a

Criação do sonho.

***

Nas dificuldades,

miséria e pobreza,

é que se mergulha profundo

nesta sabedoria,

assimila-a, vive-a, é-se outro,

O que passou foram

Pedras de toque de aprendizagens,

Foram pedras angulares de reflexões.

***

O que advirá

Pedra de toque de esperanças,

a todo instante,

ínfimo mover-se da areia na ampulheta

projeta

novas línguas de visão da amplitude do saber,

novas linguagens do conhecimento,

novos desejos e vontades.

À prospecção de criá-los

com a entrega, a doação livres,

Deixá-los entoar a balada

Da viagem lúdica às brilhanças

Do sol, das estrelas, do horizonte...

Deixá-los à balancê

Da travessia da alma ao fulgor do espírito

Baladas primevas, inocentes,

Soando dolentes,

Nas paragens silenciosas,

Mister!...

“Eu somente possuo erudição que creio na serva

E na serva eu coloco a energia da convicção,

Somos nós que dispomos o ser

Como autorizar, ou conseguir, ou ambicionar...”

 

****

Aí é que

a vida reconhece

o que habita o íntimo...

Rio de Janeiro(RJ), 13 de maio de 2021, 17:57 p.m.

 

 

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