#PROSA DIRETA E INTER-DITA DE METÁFORAS E CINISMOS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: ÉGLOGA ***
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"Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição"
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Em mim, outro homem nasceu e este homem agora sou
eu, novos horizontes me habitam, sonhos e esperanças outros perpassam-me os
abissais recônditos da alma. Onde estão aqueles mitos daquele homem passado?
Onde estão aquelas idéias e ideais daquele homem que desejava a verdade
perfeita? Onde estão aqueles mestres e sábios, filósofos e literatos, que
ensinavam àquele homem a poética do espaço?
A solidão me cerca, fico em silêncio como um poeta
que mora ao lado de minha casa que na madrugada se senta à soleira da porta de
sua casa , ouve o latido dos cães, o canto dos galos. Sozinho, in totum só.
Ninguém por si, ele por ninguém. Mais nada do que fora na existência, nela, era
visto passar nas ruas.
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"Libido de amplos significados
Hipostasia-se nas forças anímicas
Até o estalar os ossos ao revolver-me o prosaico
Das tragicidades aos de comedianidades
Neste meu jeitado molejar de careta facetada
Porquantos seja audível essa musicalidade poética
Itinerantes dentro dos mais medíocres reinos."
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Só, autopalhaço, faço tamanha alacridade que nem
ouço as palmas que não batem para mim nem para a representação do ingênuo,
inocente. Espectador de mim mesmo, cerro as cortinas e com um toque (mágico),
(inaudito) de dedos faço surgir milhares de espectadores a ovacionar-me. Apago
a luz. Fecho os olhos. Conto carneirinhos para dormir o sono idílico da
esperança.
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O que vejo não é real e o que sinto apenas
circunstâncias. As verdades amoldam-se às variações climáticas - agora é
inverno, estou sensível, a sensibilidade é a verdade deste instante-limite, os
pensamentos convergem num só ponto, mas atravessam coordenadas diferentes. A
consciência é um trapézio tripudiando o equilibrista.
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A prosa me cumpre e eu com ela me redimo das
solidões e amplos apelos. Não há verdades nos meus olhos nem destino nos meus
passos. Só o agora-já, inda que mais-que-perfeito, tão perto na distância, tão
distante no espelho.
#RIO DE JANEIRO(RJ), 12 DE JUNHO DE 2020, 14:19
p.m.#
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