#NA FACE OCULTA DOS SÍMBOLOS E SIGNOS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA ***
Epígrafe:
"...
na face oculta dos símbolos e signos a luz da liberdade habita silêncios e
cumplicidades, solidão e correspondências.
"(Manoel
Ferreira Neto)
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Degraus
do infinito. Tarefa de longo e infindável.
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O desejar
liberta: esta a verdadeira doutrina com que me id-ent-ifico, desejar e fazer
com as mãos na cumbuca. Assim deseja a minha vontade criadora, o meu destino.
No meu conhecimento, sinto apenas o prazer da vontade de procriar e evolver; e,
se há ingenuidade no conhecimento, é devido haver nele vontade de procriação.
Que haveria para criar - se houvessem deuses. Más e anti-humanas chamo as
doutrinas do uno e perfeito e imóvel e sábio e imperecível. É apenas uma imagem
poética. Os poetas, intelectuais falseiam, mentem a si mesmos, trafulham com os
naipes de seus sentimentos, trambicam com as peças do pôquer de seus ideais e
utopias: são estrangeiros! O homem nobre impõe a si próprio o dever de não envergonhar
os outros com os seus versos mesquinhos, com suas idéias, embora de inestimável
estrutura de fundamentos, mensagens de imenso benefício aos homens, são
passíveis de questionamentos e investigações céleres. Os meus pretéritos
romperam seus túmulos, alguma dor sepultada viva acordou: tinha apenas dormido,
oculta em funérea mortalha. É chegado o tempo! O abismo move-se e o pensamento
me morde, comem-me as idéias.
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O tempo
que desejo são ramos e folhas verdes, viçosos, sem distância, sem long-itude
numa estrada cristalina, numa trilha de solo íngreme, rachado pelos raios de
sol, senão quando é mister atravessar os campos.
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Liberdade
é esperança traçada no peito de uma coruja e seu eterno canto na madrugada à
luz da eternidade projetada de imagens límpidas de perspectivas. E fazê-la
cantar é recriar silêncios e outros silêncios conceber, gerar, dar a luz a
in-audictos, inter-dictos. A liberdade chega-me tão dentro de minh´alma que as
palavras a dizê-la sabem ser ilusão medíocre quaisquer aproximações dela,
estarem perto dela.
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Águas
límpidas na íris - minha prosa é a alma ardendo nas chamas do desejo da
verdade, entrelaçado à face oculta da palavra sendo universo de cores,
tonalidades, formas colossais, na face oculta dos símbolos e signos a luz da
liberdade habita silêncios e cumplicidades, solidão e correspondências.
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Sorrio à
esguelha, mergulho profundo nos recônditos do além, rasgo solene as páginas
pretéritas das ilusões, fantasias, peregrino no campo de gerânios lívidos,
acompanhado das cintilâncias do perpétuo, a leste de minha visão a caliência da
liberdade que me perpassa a sensibilidade da vida, o sensível transcendente do
espírito, o cognoscível contingente da alma...
***
Por que
não me sentir sozinho nesta jornada, se o eu de mim recria as sorrelfas do
pleno, se o mim do sou poetiza a prosa da contingência nos passos, passos a
passos, vazios de alamedas que perscrutam o pretérito presente do infinitivo,
degraus do verbo auspiciando a esperança-vazio da sublim-itude metafísica do
tempo que entre-laça almas gêmeas, que as inscreve nas pontas das estrelas, e o
ponto-instante revelando os cinco taos do sou-ser de meus sertões de veredas e
sonhos, vida seca no útero do ad-vir, porvir, vir-a-ser da magia?
***
Amanhã
serei quem sou: a vida que as letras me reservaram, a liberdade que o tempo
consumou na minha alma.
#RIO DE
JANEIRO(RJ), 15 DE JUNHO DE 2020, 01:27 a.m.#
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