#ACASO DAS MAGIAS# GRAÇA FONTIS: PINTURA GRAÇA FONTIS/Manoel Ferreira Neto: PROSA $$$
Para as
alegrias não ofuscarem, para os prazeres não oprimirem, para a felicidade não
acorrentar e algemar, coloco ao redor pedaços do demônio, sarcasmos demoníacos,
vestes demoníacas, do olhar posso sentir irradiar a divindade. Antevendo o
tráfico benéfico, as saídas iluminadas pelo êxtase presente nesta terra
umedecida pela garoa incessante da noite, estacionada neste inverno de
acolhedor e enfático ao olhar sonhador, sensuais e receptivas as tantas imagens
inusitadas a pirilampearem num linguajar dançante, na leveza mística em direção
ao horizonte em que o cais solitário aplaude a expectativa das chegadas e
partidas ao deixarem prévias saudades e assolamentos de sonhos e esperanças
esculpidos no vir-a-ser dos movimentos espacionados entre manhãs, tardes e
noites num lamber intermitente do tempo em instantes frêmitos coagidos pelos
átimos das contradições ao sorverem com percuciência tudo que as mãos
detentoras das revelações reflexivas sobre as partículas audíveis de vozes a
esmo no tempo soprem o hálito eidético no repente do deslumbramento verborréico
no acaso das magias, ocasos de milagres alegrarem as maluquices que existem na
paixão pelo conhecimento, para permanecer contente com a sabedoria.
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Toque
solitário, sensual que vem de antanhas utopias da liberdade, no ritmo de árias
longínquas, aquando centelhas de sol-risos reverberam cintilâncias de ardor e
pujança, na melodia de silêncios abertos a todos os horizontes re-colhem a
maresia de sentimentos os mais fervorosos inundados de dimensões contingentes
do nada e vazio, o vazio, a partir de todas as dores e sofrimentos, náuseas e
consciência, o vazio habita no nada, ê-lhe a dimensão da abertura a novos
tempos; toque que solidencia luzes e vertentes de sentimentos que afloram no
florescer das vontades do Ser o alvorecer da alma con-templ-ando o espírito das
humanidades, de sensações do há-de vir que floram nas pétalas de rosa e
orquídeas respingadas de orvalho, a serenidade e suavidade do sublime em
consonância e harmonia com circunstâncias e situações ad-versas e eivadas de
inebriantes promessas de outros panoramas e paisagens onde a vida se abre ao
imensurável, reverenciam as cor-res-pondências das origens e do presente...
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"...além
fronteiras interditas ou ininteligíveis do inconsciente rebelde e pasmado que
reluta/refuta a liberalidade dos sinais audíveis ao coração ardente e solícito
às edificações reluzentes de outras emoções, idéias e outros caminhos a serem
trilhados", se os dedos que tocam com ternura e entrega o corpo,
transmitindo-lhe os seus desejos e vontades da alegria, prazer, aquilo mesmo de
ser lindo demais quando toques inspiram outras sensibilidades da existência...
outros tesões da coragem, outros orgasmos de conquistas, ser feito para
des-cobrir outras visões, retrógradas as já existentes.
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Tocar:
gesto, atitude de sentir a presença do que complementa os termos essenciais do
corpo, ternura, carinho, bailando nas garoas da alegria a música das magias do
próprio ato de sensibilizar o que de profundo reside na alma, prefiguram um presente
contínuo de fluidos do eterno, do olhar, do vislumbrar, do re-colher e a-colher
nas digitais do desejo sublime do outro os verbos de espiritualidades unas,
toques que verbalizam os dedos, as mãos entrelaçadas nas alamedas das
conquistas e realizações; "o que julgo, peso e decanto/Das imagens vívidas
e seus enigmas/Na busca intermitente, lúcido e flexível/Às belas formas a
comporem o corpo da vida/Reversando meu imaginário fecundo/No retorno do
semblante em exaltação/A minha excelsa forma de sonhar!"; corpos se tocam,
corpos se re-tocam, arrepios de notas da carne e do verbo, re-acendem as
volúpias do verso-uno, re-ascendem o "nós" às antípodas da poesia de
regências infinitivas do Ser, ouvindo sons suaves e suaves e serenos a natureza
emite, ao longe, distante, longínquo, as nuvens do céu avermelhadas, as águas
do mar sem quaisquer marolas, crepúsculo de inverno, oferecem cordialmente aos
olhares leveza, exalando o milagre da comunhão, síntese de vivências da
metafísica de saber o que é carecido para o amor, entrega re-velarem o sublime
de ideais da Arte e da Vida...
#RIO DE
JANEIRO(RJ), 29 DE JUNHO DE 2020, 10:55 a.m.#
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