#ENGATANDO A NETE DO SABO - II PARTE# GRAÇA FONTIS: PINTURA(INÉDITA) Manoel Ferreira Neto: SÁTIRA ***
Epígrafe(IN
MEMORIAM):
"O
homem é uma paixão inútil"(Jean-Paul Sartre - 21 de junho de 1905/14 de
abril de 1980)
Perguntaria
eu hoje ao Sartre: "E meio homem é fuga irracional?"
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Por que
trafulhar os naipes dos bem-aventurados ideais da perspicácia em tornar graças
dos princípios as escusas posturas da dignidade, aquando o mais aconselhável é
jogar a trinca de ases e dois reis sobre a mesa dos coringas subversivos e
hereges? São ideais da perspicácia, similar a caçar como gato no Bosque das
Estrelas, mas às avessas das quimeras da virtude e dignidade, portanto, se
seguidas como manda o figurino das ironias, sátira das etiquetas éticas e
morais, deve-se, antes, investigar os câmbios da maledicência.
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Por que
acender o fogo das ambições e luxúrias da razão, quando as intenções são as
chamas contundentes do coração que pulsa a simplicidade e valores próprios das
conquistas individuais, a consciência dos desejos a serem patenteados é a vida
de limites e incapacidades hereditárias e congênitas? Talvez acendê-lo seja a
consumação do paradoxo supremo das condutas de má-fé que rezam solenemente as
gaias ciências da imagem atrás do espelho. Talvez acendê-lo seja incentivo e
impulso para o adeus às misérias da contingência psíquica e emocional, abrindo
os cofres profundos das virtudes escórias.
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Por que
pintar o diabo com outras tintas, tentando esconder-lhe a face de desonesto,
vil, pulha, se as suas diabruras não se extinguem, dissolvem-se, servem as
tintas para despertar atenção especial, persuadindo os homens que a face obtusa
atrai princípios divinos, princípios divinos que geram prazeres inusitados,
concebem gozos inestimáveis, princípios divinos que garantem as anáforas dos
bens materiais? Nem sempre o diabo é como se pinta, como se imagina, assim
cantam as religiões e seitas religiosas, assim evangelizando primorosamente a
natureza humana.
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Por que
tirar o chapéu para o pensamento que pensa o pensar as posturas das inverdades
da travessia do vazio ao nada, as mentiras da redenção e ressurreição que são
as bandeiras azuis, amarelas, brancas, verdes e vermelhas da existência inútil,
das paixões deficitárias, carentes de razões puras e práticas? Tirar-lhe o
chapéu é atitude de júbilo além de todas as considerações e reconhecimentos, e
isto justificar, explicitar, explicar a admiração pelo vácuo da solidão,
silêncio do oco. Tirar o chapéu para o nada que nadifica a alma é o gesto mais
sublime, pois que a cabeça sai junto e a mula sem cabeça dança a cracoviana na
lua nova.
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Por que
cobrir com sudário as tristezas da morte que acaba sistematicamente com a visão
do destino inglório e injusto, expurga a fome pelo alimento que acende o fogo
eterno, o calor contínuo e inextinguível é sempre instante imaginário e
inspirador das lembranças e recordações do mundo que legou ilusões bicudas do
mal e ausência de compaixão? Legitimar antes a morte do que a existência agrada
aquele princípio que diz na morte todo vagabundo se torna lídimo representante
do incólume valor da honra, e seu reino é de glória, ouvindo o ritmo da flauta
serena, todo meio homem se re-versa e in-versa a dialéctica da razão dialéctica
é singelo nonsense, escutando o turbilhão das mazelas no cavaquinho das
indolências.
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E o
clérigo da Matriz de São Judas dissera com toda pompa e imponência: "Nada
pergunte, deixe que a vida perquira a razão de seu ser no mundo."
#RIO DE
JANEIRO(RJ), 22 DE JUNHO DE 2020, 12:42 p.m.#
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