#DISFARÇANDO O DESGARRO DIVERGENTE DA ALMA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: SÁTIRA ***
Epígrafe:
"No
refúgio d'alma
Para que
sôfregas perscrutações
Disfarcem
o desgarro da voragem longa de pesadelos
E novos
semblantes ergam-se no sossego
De outros
caminhos até a eternidade
Antes que
seus passos arrastem
Repulsões
e ascos desse mundo
No
repasse trazendo danos a almas divergentes
Aos
pasmos de sombras assumidas na cara
De todos
que brindam verão antecipado."(FONTIS, GRAÇA - In: AZ-VIANDO CAMINHOS. RJ,
2020)
***
Antepassadas
e divergentes perscrutações de sentimentos e idéias, emoções e ideais que, na
voragem longa de pesadelos, pervagavam sombras de moléstias psíquicas,
assumidas com dificuldades e obstáculos... erguem-se os ascos e repulsões da
condição de criatura imperfeita, traz ela danos para si própria, mas antes que
os passos arrastem-me a sítios obscuros, estranhos, no refúgio d´alma outras
veredas a in-vestigar e avaliar, divergente de quaisquer intercâmbios com as
hipocrisias dos ideais, a veras nua e despida de incongruências, de tabus,
disfarçando o desgarro da rebeldia, insolência, impertinência, aos pasmos
sôfregos, ergo-me no sossego da esperança de que perspectivas de outras visões
patentear-se-ão na continuidade do tempo, passando-lhe os anos a percepção de
que as intenções requerem longas indagações, questionamentos, não será possível
mais, esboços estão n´alma presentes, brindo à náusea do exíguo e duradouro com
uma taça de vinho, e arrasto os danos na flauta, apesar de sensações mórbidas,
sentimentos e emoções negativas, brindo o futuro antecipado.
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Muitos
aljôfares já exauridos, havendo outros serão arquivados para o desenlace, o que
a existência obsequiou, obséquio cheio de paixão, misericórdia, quimeras
longínquas, quimeras íntegras ou fragmentadas... Quem entende a profundidade do
espelho, sabe que ela consiste em ele ser o vazio, que caminha para dentro de
seu espaço transparente sem deixar nele o vestígio da própria imagem... De
outros caminhos para o perpétuo, o que é mister des-vendar, desnudar,
desvelar?... E sem o saruim das idades escalafobéticas das palavras, o duro é
curar o lou do doente no sabão ou no nete do sabo, que não é sapo coaxando no
jardim de lírio e orquídea, são tudo flores, mas sabo de lesbos no romantismo
frenético de sua ilha mágica na des-magia da libo, também pode ocorrer ou andar
des-caximbando os cambiocozados invejosos dos talentos e dons, se não der pra
correr, que ficamos butecarizados, de absinto e conhaque no tido do sem-senso e
na briaguês da cura da lou...
***
No refugo
do desgarro, solidão e silêncio perpassando a esperança da última morte,
volúpia e fissura da nostalgia que é a lembrança do calor do ninho, do amor
acalentado pelo "calidum innatum", eis o que dá a cura dos nós
górdios das vaidades, orgulhos, vanglórias, e mesmo dos amores
in-correspondidos, a penas no imaginário, desde os auspícios do céu obscuro às
prefundas do abismo revestido de sons, enveredando-me pela perspicácia dos
passos e rebolados malandros, alfim, a eternidade perscruta as almas
divergentes da roda-viva, dos cataventos dos princípios, morais, comportamentos
e hábitos, dos redemoinhos de hipocrisias, farsas, falsidades, obsequeia aquele
que re-verte os ventos e in-verte as inspirações com as trafulhas do efêmero e
eterno...
***
En-lou-quecedoras
vozes introspectivas, circunspectas a devanearem nos espaços imaginários e
telúricos dos perfumes melhores de pequenos frascos, desvarios da mente eivada
de sonhos e utopias, curar o orgulho cego dos repassamentos de instantes-já de
desvarios à mercê do nada e vazio à luz das sombras daninas da fantasia
des-conexa, das quimeras dando asas às silenciosas trevas das origens e
preâmbulos do vazio, longo desvairar nos risos de quem ri por último, trevas e
origens, as luzes que piscam-piscam os mistérios dos pesadelos e enigmas dos
viçosos sonhos, alevantando desse mundo as ilusões assumidas nas volúpias de
arrastar passos nas areias da orla marítima, brindando verão antecipado,
disfarçando o desgarro divergente da alma, eis o prelúdio do encantamento, o
prenúncio da surpresa, o preâmbulo da contemplação, a epígrafe de todas as
utopias dos ideais e das artes, do amor e da liberdade, sem deixar nelas
vestígios da imagem, o eu dentro do outro, o outro no âmago de mim...
#RIO DE JANEIRO(RJ),
10 DE JUNHO DE 2020, 19:03 a.m.#
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