#SERPENTE PARADISÍACA NO INSTANTE DE PREGUIÇA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO ***
I -
CAVAQUINHO
Virar
para os símbolos, signos, fitas de números, pulseiras com efígies. Circulo e
giro sobre pergaminhos, místicos os silêncios que fluem, mitológicas as
solidões que perambulam no devaneio dos becos, alamedas, performance de
vagabundo tocando o seu cavaquinho, dançando, seguindo a rua, "Aos
fragmentos de peculiares sonhos
Fantasias
estranhas, vezes fugazes
A tornarem_se
grande fator de intensidade
No
equilíbrio das emoções e sensações
Nessa
lépida travessia..." Ao encontro de sucedâneos correspondentes às minhas
vontades. Olhar para um sinal enquanto a cidade dormita, Cristo Redentor de
braços abertos. O rio sempre desenrole no seu regaço de diamantes as ondas
serenas. No horizonte um paraíso inimigo, vestígios de fumo elevado para o céu,
vertentes de poeiras na curva da estrada, o abismo à beira, o vale se
apresentando viçoso e hermético.
***
II -
VIOLINO
Sentinelas
Espírito
de verbos em ritmos, melodias. Corpo de baile, performances de gestos.
Aliterações, prosaicas sin-estesias. Mãos vazias, nasce uma poética-pensante.
Homens diferentes só são encontrados no xeque-mate, onde é a sua igualdade.
Arranjos
líricos con-figurando pers-pectivas de estética uni-versal, re-versando de
imagens místicas águas coloridas de arco-íris, neblinas regando de níveas
solidões longínquas sarapalhas do in-fin-itivo efemerizando in-fin-itudes
finitas do tempo divagando entre silvos de pássaros azuis e amarelos, entre
algazarra de maritacas, entre as três margens do rio da floresta esplendida aos
raios de sol, perpassando as frinchas de árvores frondosas, oliveiras,
palmeiras, pinheiros, flamboyants, in-versando, ad-versando, #con-"versando"
de luzes mitológicas# a areia banhada de ondas do oceano à mercê da lua cheia,
às quiças dos planetas a percorrerem longínquas docas, frente à efígie e a
esfinge re-fletidas na imagem do espelho.
***
III -
HARPA
Gaivotas
dormem o sono de sereias, sonham os deuses lusiádicos do mar, re-festelando à
soleira de ilhas perdidas, versejando in-lúdios, pre-lúdios, fin-itudes
in-finitas de aquéns, plen-itudes eruditas de alhures, emoldurando, na face de
espelho lendário, a essência do verso-uni ad-vers-ificado de nostalgias
sinuosas nas linhas de éritos, sonhos esquecidos, ilusões simuladas, quimeras
imaginadas, melancolias, saudades lusitanas, mister pagar pela eternidade e
morrer várias vezes, enquanto for livre, enquanto viver, Inês de Castro
desenhada de fluidos ad-vindos da profundidade do oceano, a serpente
paradisíaca no seu instante de preguiça, estremecendo as linguísticas
metafóricas dos sentidos do genesis envelados de ideologias temporais, na
consumação do espírito eterno, movimentará sua língua às cavalitas da rede no
vai-e-vem do ser-vagabundo-de-divin-idades-históricas-de-confins...
***
IV -
CÍTARA
Vontade
de trans-mudar o belo das estesias, est-esias. Desejo de trans-literalizar a
beleza pururuca do in-audito, vers-ificando conúbios de Ganache, ganache de
éritos sonos do tempo enovelado nos planetas, ganache de nuvens de orvalho
regando de gotículas as bordas de Júpiter, abismos em precipícios de "Nada
sou/À parte isso, tenho todos os sonhos do mundo", por qualquer coisa de
mim querer mais longe a-nunciações do porvir ad-jacente ao
ab-strato-sub-strato, stratus. Sensações pervagam livres abismos, instintos
deambulam excitados grutas, cavernas, ilhas desertas, bosques sinistros, portos
misteriosos; são suaves, ternos à soleira do encontro do mar e as estrelas
cintilantes... Assim, alço voos profundos à busca, no além, abstrato-porvir,
inaudito-ad-vir, re-festelar a alma sedenta de metafísicas do vazio-silêncio
preenchendo lacunas, solidão do nada performando forclusions.
O desejo
é origem da verdade.
A verdade
é fonte lúdica do perpétuo.
O nada é
princípio do pleno...
O vazio é
preâmbulo da iluminação...
***
V -
FLAUTA
De
in-fin-itudes do tempo e eterno, retina às visões ampliando olhares do
vir-a-ser pleno, princípio, origem, genesis, utopias vedas, veredas gran,
sendas, silvestres alamedas. A luz diáfana fosforescente numinando de faíscas
de raios solares, iluminando de oásis desérticos o ser olvidando imagens de
efígies pretéritas efêmeras, à mercê de tempos in-esquec-íveis, à
uni-versal-itude do vazio-nada, ad-jacência à ternidade trans-figurada,
trans-elevada, trans-cendida, desejos do "ent" em "ids", de
seren-itudes espalhadas e abertas às solen-idades do vento na colina.
Sinfonia:
sentinela de verbos defectivos e sem sentido...
#RIO DE
JANEIRO(RJ), 12 DE JUNHO DE 2020, 08:45 a.m.#
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