ANA JÚLIA MACHADO CRÍTICA LITERÁRIA ESCRITORA E POETISA ANALISA O AFORISMO 884 /**ZEN DO INFERNO METAFÍSICO**/ (Data de Publicação: 19 de junho de 2018) ***
Eu e
outros. Não a vida, não a prostituta da existência. Existindo eu, e outros
somos Perpetuidade. A Independência de Ser e sentir e honrar a Gente toda num
bafo. Amargar com cada um e abrir a garra. Apregoar contra a incultura, a
especulação e a avidez que nos abatem estritamente todos os dias. Essa é a
existência… mas não somos Nós.
***
Uma
afluência montada na mestria da estabilidade, a simultaneidade irrepreensível
com a Essência sou eu.
Ser eu e
outros, não os espíritos corrompidos, não os espíritos atormentados, somente
Seres no ostracismo. Doutro lado aparecemos para aqui atormentar ou compreender
ou cruzar um tempo que é relevante na nossa edificação. No universo habitámos
sem a ele incumbir. Como silhuetas efémeras, lumes no negro de tempo demarcado.
Nas crenças, nas políticas, na avidez dos tráficos, na martirização, pela
adaptação a um enorme número de pessoas do dialeto e do converter-se bruto
inalterável da casta encontra-se uma espécie qualquer que habita, onde por
ocasiões somos forçados a viver…mas não sou eu e outros.
***
É
relevante não nos omitir de quem somos, do que fomos, do que conseguiremos
ainda gerar. Pois por mais que nos safem a reminiscência, enquanto por aqui
caminharmos havemos de insistir a sermos.
***
Uma
verdade enorme que excede o antigamente e o devir e nos transmuta um
persistente presente.
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Não sou
eu quando nos arrumam uma raia de rancor entre nós e os que amam um divo com
diferente designação. Não quando se engendram todos os dias pareceres
divergentes, motivos de rancor para nos conseguirem fiscalizar. Pois a certa
altura do trilho soltámos de possuir terror. Porque em destinada sinuosidade do
renque nos enxergamos que o renque avança. Não acabamos no fenecimento,
alteramos somente de dimensão de viver. Há que não ter temor em aceitar a
perpetuidade na nossa ciência. Há que não ter terror de tantos animais que
fabricam para nos amedrontar. Há que despertar e diligenciar as estirpes das
realidades por via do saber que não nos é cedido de dá lá por aquela palha. Há
que ir ao reentrante do Ser, inverter arriba e verbalizar: Este sou eu e
outros…
***
O inferno
é o que se vive na puta da existência…não interrogue amorzinho a hora…porque
neste inferno o tempo arruína o sentido….
***
Eu amigo
Manoel Ferreira Neto e escritor, é assim que avisto o que quer verbalizar nas
entrelinhas….a tranquilidade do seu tal inferno…..Certa, errada...Não sei? É a
minha visão...
Ana Júlia
Machado
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#AFORISMO
884/
ZEN DO
INFERNO METAFÍSICO#
GRAÇA
FONTIS:
PINTURA
Manoel
Ferreira Neto:
AFORISMO
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Obscuridades
intro-vertidas concluem de in-fin-idades a lividez da tarde em propósitos
fantásticos ao limiar do sol que se esvaece detrás da serrania à extensão, à
frontaria da extensão remota, cruze de todos os sistemas do Orbe o anúncio frescor
e pacífico da escuridão, sob as propedêuticas testemunhas dos destinos,
tremeluzindo de insonolências benevolentes as utopias da ninharia, sonsices do
despojado, à graça de primícias exteriorizações da fulgência da veneta a recair
em número indeterminado de veras meio-perpétuas que aldrabam a decessa atrás do
simulacro do reflexo além de enaltecendo os báratros do sem-finalização ao cume
do sem significado do não – ente. A chama da lareira, fora de mim, ganha e
traduz coisas que ainda não conheço, o desejo de fazê-lo existe latente.
***
Saber-lhe
a diferença entre ser e ec-sistir. Saber-lhe a sin-cronia, sin-tonia, harmonia
entre o verbo e o espírito.
Se
re-conheço conhecê-las, revisto-as de espaço interno, espaço que tem seu ser em
mim, que tem seu sentido em mim, que me habita o mais íntimo, que me é.
E
profundo; cerco-as com sentimentos de agressividade e violência.
***
Não têm
limites, não se tornam realmente conhecimento senão quando se ordenam no
coração de minha re-núncia, no âmago de minha indiferença, no seio de meu
desprezo, nos olhares críticos, cínicos, sarcásticos, irônicos, enviesados na
presença do absoluto de todas as coisas, na verdade de todos os sonhos e
utopias através de mim, alçam vôos as palavras de mim, palavras que re-colhem e
a-colhem a presença da chama, a chama que em mim cresce, as águas que me
impulsionam a re-fletir a plen-itude, a peren-itude da vida na experiência do
verbo do amor, na vivência do amor pelo verbo por vir carne. Perfeita a
criação. Luz, amor, desejos. Efêmero o viver.
***
Esperanças,
sonhos, utopias. Eterno o nascer. Lutas por uma identidade plena.Quanta força
ec-siste no ideal de sonhar!
Num ritmo
de fascínio, pulsam corações no ossuário da terra, apaixonados com o brilho das
estrelas, lua, lua crua, sempre lua nua, sagrada hóstia de querubins e serafins
emanados pelo in-efável trans-cender da con-tingência e forma.
***
O coração
do verso oferece o peito à vida. A alma do verbo empresta a carne ao belo. O
espírito do sonho doa o desejo à esperança do Ser. Ser sendo ao sabor do
silêncio sereniza as sombras re-fletidas aos raios do sol.
***
Sou uma
pessoa de sentimento vulgar. - Não me olhe assim. Não me perscrute desse modo.
Não fizemos o pacto da sinceridade? Amor, não confie em mim. Não se entregue
por inteira a mim. A qualquer momento posso levá-la para o inferno. Contudo,
amo você.
***
Generosidade
sua não me confundir por sermos animais de cérebro da mesmíssima falange.
Amorzinho, este poema não é para qualquer um.
***
Explico-me:
- um idiota do resultado de sua própria insignificância. Por você estou de
corpo e alma abertos, teleguiado para os céus. Prazer conhecê-la, benzinho!
Entre! Aqui, as portas do inferno estão abertas, escancaradas.
Não
pergunte a hora. No inferno o tempo perde o significado.
(19 DE
JUNHO DE 2018)
#RIO DE
JANEIRO(RJ), 10 DE JUNHO DE 2018)
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