#ODES ÀS LUZES POUCO A POUCO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: SÁTIRA ***
Ode às
justicices do Poder Judiciário por elas serem as verdadeiras responsáveis pela
ausência de punidade, abrindo os caminhos e veredas para a sociedade despertar
daquele sonho de paz e tranqüilidade, romantismo de sétima categoria e estrela,
entregar-se ao jogo real das violências todas, dos crimes hediondos, das
corrupções em todos os níveis, trevas e desenganos varrendo a réstia tênue do
crepúsculo!
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Ode às
defencices dos advogados, repletas das mais lindas oratórias, cujos interesses
nada mais são que a perpetuidade, o nome inscrito na história para sempre,
erudição de fazer lágrimas de emoção e êxtase, em nome de diminuírem a pena de
um assassino hediondo, evitando assim que as penitenciárias, cadeias, presídios
não fiquem entupigaitados, e o respeito ao ser humano não seja negligenciado.
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Ode às
politiquices dos políticos por só através delas as mentes são apagadas, os
cérebros devidamente lavados, as inteligências eliminadas, possível então os
tráficos de influência, as verbas desviadas, as propinas milionárias, a
aquisição ilícita do dinheiro público, vinhos e uísques de primeira, luxos e
luxúrias di-versas, manjares deliciosos e primevos de primeiro mundo,
secretárias de assuntos aleatórios as mais lindas e sensuais, acima de nada,
abaixo de tudo, as importâncias das oliveiras e day-réis, os orgulhos e
lisonjas do bem-estar!
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Ode às
putices do filhodaputa por serem as sementes e raízes do nascimento de novos
valores entre as estirpes de laias duvidosas, entre as laias de estirpes
ilícitas, entre as raças de índoles chinfrins, fechando os caminhos das
tradições de valores e virtudes, abrindo outras veredas para as libertinagens,
linguagens escusas da liberdade, trastices, do caráter e dos instintos, quiça
promiscuidades dos ossos!
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Ode às imbecilidades
do imbecil por regarem os risos e sorrisos dos idôneos de princípios,
oportunidade única de eles sentirem no âmago de si mesmos o que é isto – ser
retrógrado e alienado nos tempos modernos, o que é isto – viver de passado,
alienado em patrimônio cultural, histórico e artístico! Cumprimentos à cidade
de Diamantina, o Ícone súpero da Viperinidade Histórica.
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Ode às
cretinices do cretino por mostrarem com dignidade, honra, só as idiotices são
capazes de real-izar o que há de mais íntimo e percuciente nos sonhos de outras
realidades, horizontes, de tornarem reais a vida sem qualquer sentido, só
nascer, prolongar-se no mundo, conservarem as cretinices passadas, criarem
outras inéditas para as gerações futuras, morrerem por encontro in-evitável, decomporem-se
por uma anomalia da matéria.
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Ode às
maneíces do Zé por despertarem olhares de esguelha para todas as suas falas e
dizeres, discursos na tribuna, em eventos sociais e políticos, em banquetes
religiosos, tornarem-lhe a febre do momento em todas as situações, tornarem-lhe
objeto de atenções as mais di-versas, ad-versas, tornarem-lhe querido e
estimado em todas as rodas de bate-papo, sejam de coisas sérias - quem não
aprecia risadas sensaboronas à custa de alguém? -, avançadas, de nível profundo,
retrógradas, superficiais, caídas do galho, o que lhe deixa exultante de
felicidade, não sente mais a inolvidável solidão, inquestionável silêncio,
indescritível sentimento de abandono!
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Ode à
libertinagem dos libertinos por fomentarem os instintos vários, deixando a alma
depravada no jogo de luz e sombra, de raios numinosos e penumbra, as atitudes e
comportamentos ficando no cio do coração alucinado, des-vairado, varrido da
silva, vassourado de oliveira, as ações e ímpetos varrendo as nuvens da dignidade,
limpando as estrelas das honrarias com o cloro do nihilismo, faxinando a lua
dos idílios, sorrelfas do amor eterno, andando à deriva no sem-limite, na
permissividade!
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Ode à
permissividade dos canalhas só por inter-médio de todas as porteiras e cancelas
abertas, escancaradas torna-se possível a construção do nada soldando outros
estilos e linguagens de vida, na imagem baça dividida irrompe lá do vazio das
canalhices, novas criações da desesperança, como toda PERSONA NON GRATA!
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Ode às
zeíces do Mané por ornamentarem com distinção e estilo o irônico e o mordaz da
crítica do quotidiano, até a prostração da auto-crítica desolada, o agressivo
de sonoros "filhos-da-puta”, até o lúdico de uma carícia familiar e
supostamente burguesa!
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Ode as
cafajestices do cafajeste por serem elas que, no silêncio, no re-verso in-verso
da solidão, falsificam os verbos da eloqüência em forma, da verdade pontuda da
carne, da planície lúcida de onde emerge a montanha do ser; por à luz e mercê
delas a humanidade des-ocupar-se em ec-sistir, sobreviver até que a morte tenha
o termo eterno para roer!
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Ode às
suciedades do burguês por dinheiro fazerem poupança do desespero, angústia,
medo, por os juros delas no inferno serem pequenos, por as cifras do lucro no
sangue escolherem a morte no instante do sono profundo, por na arapuca de
Morfeu serem as suciedades o sangue coagulado do espanto, da estupificação!
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Ode aos
sonhos dos sonhadores que desejam suas éguas desembestadas, seus jegues no
pasto comendo do mais delicioso capim, seus porcos no chiqueiro, desfrutando de
tranqüilidade, após a lavagem do meio-dia, suas éclogas desnatadas, suas
liberdades que já tardam, os camelos sedentos no meio da cáfila!
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Ode à
pedofilia dos clérigos pedófilos por ensinarem às crianças e adolescentes o que
é isso aprender os clímaces e gozos da carne, ao longo da vida lhes
desenvolverem a ponto de os verbos da sensualidade e sexualidade se tornarem em
carne fresca, sedenta de prazeres e alegrias, sendo isto abençoado por Deus,
pelas mãos de seu representante no mundo.
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Ode às
indecências do indecente por seus vocábulos e termos de baixo calão
enriquecerem os dicionários, transformarem os discursos e oratórias, nas
tribunas esclarecerem os interesses e ideologias escusos, muitas vezes
escondidos pela tradição, erudição, estilística e linguística da Última Flor do
Lácio, nos diálogos de ruas, praças, botequins, dos cônjuges com os filhos,
amigos e íntimos, id-ent-ificarem com primor suas naturezas e instintos!
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Ode às
intelectualoidices dos intelectuais por serem com elas que as teorias ficam sem
solo de por baixo dos propósitos idôneos e lídimos, na cisterna sem fundo de
água, só terra íngreme e trincada, no abismo sem início e profundidade, só
vácuo, de por cima dos nonsenses das utopias e sonhos que visam as luzes e
esplendicências, até mesmo es-plendicidades medievas, à mercê da medieval
idade, medievalidade das idéias clássicas, eruditas, deturpadas pelos
interesses de outras realidades ou mesmo de outras ideologias do mesmo, de
outridades do tempo, originando e nascendo, sendo dada à luz aos trigos e
joios, misturados, separados, di-vididos, alhos e bugalhos, di-{s}-sociados da
realidade presente, das veias do coração que pulsa o sangue, negligencia, nega,
refuta, e ainda espera a transformação da carne em verbo, a mudança de
conjugações em id-ent-ificações da pessoalidade dos pronomes.
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Ode às
vulgarices, putices, imbecilidades, cretinices, libertinagem, permissividade,
cafajestices, suciedades, justicices... Que serão húmus de outros pensamentos e
idéias de saber e conhecimento, através da vida, da ec-sistência, para a
AURORA, CREPÚSCULO no vai-e-vem dos acontecimentos, iluminarem os olhos
em-si-{mesmados}, da in-ec-sistencia da vida, da con-tingência, da im-anência
do ser por vir, da nad-ificidade do “Aqui e agora” das Odes às Luzes pouco a
pouco!
#RIO DE
JANEIRO(RJ), 05 DE JUNHO DE 2020, 15:39 a.m.#
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